29 de novembro de 2024

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Especialista comenta relatório da OMS sobre cyberbullying

“Além da responsabilização, é fundamental que as redes de ensino promovam medidas de prevenção e apoio aos jovens”, diz Cláudia Sintoni, gerente de Implementação do Itaú Social e psicóloga pela USP

Segundo relatório, uma em cada seis crianças e adolescentes de 11 a 15 anos é vítima de prática de intimidação no ambiente virtual

Na última quarta-feira (27/03), a OMS (Organização Mundial da Saúde) divulgou relatório que aponta: uma em cada seis crianças e adolescentes, entre 11 e 15 anos, foi vítima de cyberbullying — prática de intimidação sistemática ocorrida em ambiente virtual. O estudo se baseou em questionários aplicados a 279 mil jovens de 44 países em regiões da Europa, Ásia Central e Canadá.

“Entendemos que a responsabilização para quem pratica a discriminação e violência, como o bullying, é um sinal importante. Contudo, é fundamental que o Governo Federal, em consonância com as redes municipais e estaduais de ensino, crie medidas para prevenir ações hostis e agressivas na rotina escolar”, diz Cláudia Sintoni, gerente de Implementação do Itaú Social e formada em Psicologia pela USP (Universidade de São Paulo).

No Brasil, o Governo Federal sancionou lei, em janeiro deste ano, que tipifica o bullying e o cyberbullying como crime previsto no ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente). A nova legislação determina que outros atos contra esse grupo etário, principalmente no ambiente escolar, sejam tratados como crimes hediondos.

Desde o fim da pandemia, os cuidados com a saúde mental de estudantes e professores são preocupações permanentes nas redes municipais de ensino, segundo a pesquisa “Percepções e Desafios dos Anos Finais do Ensino Fundamental nas redes municipais de ensino”, realizada pelo Itaú Social, em parceria com a Undime (União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação), divulgada em 2023.

Pelo ponto de vista dos docentes, iniciativas que promovam o cuidado com o clima e a convivência no ambiente escolar, além de medidas de apoio e acolhimento à comunidade, devem ser priorizadas pelo poder público, conforme mostra pesquisa de opinião realizada com professores, apresentada em 2023 pelo Itaú Social e Todos Pela Educação. Para contribuir com as famílias e com os docentes no cuidado das crianças em idade escolar, o Itaú Social disponibiliza gratuitamente o curso “Prevenção da violência on-line na primeira infância”. O conteúdo foi produzido em parceria com a Childhood Brasil e oferece materiais de apoio e ferramentas para potencializar o diálogo sobre a construção de rotinas saudáveis relacionadas ao uso das tecnologias.

Claudia Sintoni Psicóloga pela Universidade de São Paulo – USP e arte educadora. Atuou em instituições públicas como a Secretaria Estadual do Menor e Fundação Estadual do Bem-Estar do Menor – Febem/SP e em organizações da sociedade civil, como a Fundação Projeto Travessia. Trabalhou no desenvolvimento de projetos de voluntariado e educação em empresas e fundações empresariais, como Globo Cabo, Fundação BankBoston, Instituto BM & FBOVESPA e Fundação Otacílio Coser

Atividades que podem ser promovidas com equipes de educadores, estudantes e famílias

As ações sugeridas estão baseadas na proposta de construir espaços saudáveis de convivência nos quais seja possível compartilhar sentimentos e, também, vivenciar boas experiências, como um “respiro” diante de um período tão prolongado de estresse em decorrência da pandemia.

  • Rodas de conversa a partir de leitura, filmes/vídeos, músicas e outras expressões artísticas, além de potenciais conversas com psicólogos(as). É interessante pensar também em garantir rodas com pequenos grupos;
  • Saraus em que cada um(a) possa trazer para o grupo alguma manifestação artística de predileção (música, poema, repente, embolada, performance teatral etc);
  • Canais de escuta sistemáticos por público, como lives periódicas voltadas para gestores(as), familiares e estudantes;
  • Consultas específicas que facilitem manifestação e escuta (por exemplo, sobre educação e vivência);
  • Oficinas artísticas como oportunidade de expressão de sentimentos.

Fonte: Guia de sugestões para acolhimento, Itaú Social

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