Foto: Divulgação / Social Express
CEO de rede de aluguel de trajes revela três modelos de negócio que aliam impacto socioambiental positivo à valorização da marca diante do consumidor
Segundo dados do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) e do relatório Fios da Moda 2023, o Brasil gera cerca de 170 mil toneladas de resíduos têxteis por ano. Desse total, apenas 20% são reciclados ou reaproveitados, o restante é descartado de forma inadequada. Diante desse cenário, aplicar os princípios da economia circular na moda deixou de ser uma opção e passou a ser uma necessidade estratégica para quem deseja inovar, reduzir impactos e explorar novas oportunidades de negócio.
Para Vítor Vasconcellos, sócio e CEO da Social Express, rede especializada no aluguel de trajes sociais masculinos, iniciativas como aluguel de roupas, brechós e upcycling são essenciais para transformar a lógica do consumo e fortalecer a sustentabilidade no setor. “Para muitos, ainda não está claro como a economia circular agrega valor. Para as empresas, ela reduz custos com matéria-prima e produção. Para os consumidores, representa acesso a produtos mais acessíveis. E para o meio ambiente, os ganhos incluem menos emissões, menos poluição hídrica e redução dos resíduos em aterros sanitários”, explica o executivo.
Esse movimento encontra eco no mercado global. O Relatório de Revenda 2025 da ThredUp, uma das maiores plataformas online de revenda de moda, destaca o avanço do consumo de roupas de segunda mão entre públicos mais jovens. Embora tradicionalmente associado às gerações mais velhas, esse hábito tem crescido entre Millennials e a Geração Z: 51% dos consumidores da Gen Z já compraram peças de segunda mão, e 46% se dizem abertos a seguir comprando por esse canal.
Modelos de negócio com propósito
A economia circular, além de reduzir resíduos, movimenta o consumo consciente e fortalece a reputação das marcas. A seguir, Vítor Vasconcellos aponta três formatos que vêm ganhando relevância no mercado têxtil:
1. Aluguel de roupas
Esse modelo oferece uma alternativa eficaz à compra tradicional, ampliando o ciclo de vida das peças. “Ao priorizar o aluguel, evitamos o descarte precoce e diminuímos a pressão sobre os recursos naturais. Em 2024, fidelizamos 3.800 novos clientes na Social Express e estimamos um crescimento de 30% no faturamento este ano em comparação com 2023”, afirma Vasconcellos.
2. A força dos brechós
O reaproveitamento de roupas também se fortalece com os brechós, que deixaram de ser nicho e hoje são tendência. Segundo dados do Sebrae de 2023, o Brasil já contava com mais de 118 mil brechós ativos, equivalente a um aumento de 30,97% nos últimos cinco anos. “Os brechós estão mais sofisticados e diversos, oferecendo peças únicas para diferentes perfis de consumidores. Esse reposicionamento tem ampliado sua aceitação e impacto”, analisa o CEO.
3. Upcycling: criatividade com propósito
Outra tendência que vem ganhando força é o upcycling, processo que transforma materiais descartados em novas peças, com design criativo e valor agregado, sem degradar as fibras originais. “Esse modelo reforça a moda consciente, destaca a exclusividade e vem sendo impulsionado por influenciadores, marcas autorais e eventos de moda sustentável”, comenta Vasconcellos.
Esses três modelos representam soluções viáveis e escaláveis para um consumo mais inteligente. Prolongar a vida útil das peças ajuda a reduzir a demanda por novos produtos, diminuindo significativamente os resíduos têxteis. Para atuar com uma franquia da Social Express, por exemplo, o investimento inicial é de R$ 250 mil, com estimativa de R$ 70 mil de faturamento mensal e até 24 meses de retorno. “Essa é uma das alternativas que gera impacto ambiental positivo e ainda oferece diferencial competitivo para os negócios diante das últimas tendências”, conclui o executivo.
Sobre a Social Express
Fundada em 2016 por Vítor Vasconcellos e Guilherme Marcon, a Social Express surgiu com a missão de revolucionar o mercado de trajes finos masculinos no Brasil. Pioneira no aluguel online de roupas sociais sob medida para homens, a empresa, com sede em Canoas, no Rio Grande do Sul, se destaca pela combinação de inovação tecnológica, sustentabilidade e praticidade, oferecendo aos consumidores uma experiência única. A rede que entrou para o franchising em 2023, hoje atua com modelo de negócio híbrido e já conta com cinco unidades. Para 2025, a Social Express estima a abertura de mais cinco lojas.