02 de maio de 2025

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5 hábitos diários que poluem mais do que você imagina – e como podemos exigir mudanças reais

Foto: Freepik

Comportamentos incentivados por grandes corporações geram impactos ambientais silenciosos

São Paulo – Do descarte inadequado de medicamentos ao consumo desenfreado em lojas de fast fashion, muitos hábitos cotidianos carregam impactos ambientais significativos. No entanto, é essencial compreender que esses comportamentos não surgem isoladamente. De acordo com Samara Oliveira, Mestre em Ciências e sócia da Marulho, eles são frutos de um sistema cuidadosamente estruturado e perpetuado por grandes corporações, que lucram com modelos de produção insustentáveis e incentivam práticas baseadas no consumo acelerado e no desperdício.“Falar sobre hábitos diários é um caminho para entender o funcionamento do sistema de consumo. Não se trata de responsabilizar o indivíduo, mas de enxergar onde está o verdadeiro poder – e de quem devemos cobrar uma mudança real”, afirma Samara.

De acordo com o Carbon Disclosure Project (CDP), apenas 100 empresas são responsáveis por mais de 70% das emissões globais de gases de efeito estufa. Ou seja, a crise climática tem origem estrutural. No entanto, pressionar por mudanças a partir da conscientização coletiva é uma forma de transformar esse cenário. A seguir, a especialista destaca cinco comportamentos moldados por esse sistema – e como eles revelam a urgência de repensar o papel das grandes empresas na crise ambiental.

1. Tomar remédio por conta própria e descartar no lixo comum ou na pia

A automedicação representa riscos à saúde e ao meio ambiente. Um estudo publicado na revista Environmental Toxicology and Chemistry mostrou que 43,5% dos 1.056 rios analisados em diversos países apresentam níveis elevados de resíduos farmacêuticos. Esses compostos comprometem a fauna e a flora aquáticas e podem interferir nos ciclos de reprodução de espécies. Evitar o uso de medicamentos sem prescrição médica e destiná-los corretamente – em farmácias e postos de saúde com pontos de coleta – são medidas simples, mas essenciais para a preservação dos ecossistemas.

2. Consumir alimentos ultraprocessados diariamente

Além de contribuírem para problemas de saúde pública, os alimentos ultraprocessados envolvem processos industriais intensivos, consumo elevado de energia, uso excessivo de embalagens plásticas e emissão significativa de gases do efeito estufa. Reduzir o consumo desses produtos e priorizar alimentos naturais ou minimamente processados, como frutas, legumes e castanhas, é uma alternativa mais saudável e ambientalmente responsável. Quando optar por itens industrializados, vale buscar marcas que adotem práticas sustentáveis e utilizem embalagens recicláveis.

3. Ignorar o descarte correto de lixo eletrônico

Baterias, pilhas, carregadores e pequenos aparelhos eletrônicos descartados de forma inadequada podem liberar metais pesados e substâncias tóxicas no solo e na água, comprometendo o equilíbrio ambiental e a saúde pública. Para evitar esses impactos, é fundamental procurar pontos de coleta específicos, disponíveis em lojas de eletrônicos, supermercados e centros de reciclagem em diversas cidades.

4. Usar sacolas plásticas
Apesar de serem utilizadas por poucos minutos, as sacolas plásticas podem levar até 400 anos para se decompor, contribuindo para o acúmulo de resíduos nos oceanos e em aterros sanitários. Ter sempre uma ecobag dobrável à disposição – na bolsa, mochila ou carro – ajuda a evitar o uso de sacolas descartáveis no dia a dia e representa uma mudança de hábito prática e eficaz.

5. Comprar por impulso, especialmente fast fashion

O consumo impulsivo de roupas, especialmente em redes de fast fashion, alimenta cadeias produtivas com alto custo ambiental e social. A produção em larga escala exige grande volume de recursos naturais, gera resíduos, libera microplásticos e, em muitos casos, envolve condições precárias de trabalho. Avaliar a real necessidade de uma compra, optar por brechós, trocas e marcas comprometidas com a sustentabilidade são formas de adotar um consumo mais consciente e reduzir o impacto da indústria da moda.

Sobre a Marulho

A Marulho é uma empresa fundada em 2019 por Beatriz Mattiuzzo, com sede em Ilha Grande, dedicada à produção de produtos sustentáveis feitos a partir de redes de pesca descartadas, incluindo bolsas, mochilas, sacolas, fruteiras e pochetes, entre outros. Comprometida com a responsabilidade social, a Marulho destina 43% do valor de cada produto diretamente aos redeiros e costureiras, fortalecendo a economia local e trabalhando em estreita colaboração com algumas pessoas da comunidade caiçara. Para mais informações, acesse: www.fazermarulho.com.br.

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