Crédito: Wellington Almeida
Em “Tudo isso é feminismo?”, obra publicada pela Editora de Cultura, Fernanda Melchionna combate o apagamento histórico e cultural das mulheres e suas reivindicações
“Graças a este pequeno grande livro e a sua recuperação da História sob a perspectiva das mulheres, chegamos a compreender melhor o presente, a tentar responder aos novos desafios e a procurar as ferramentas teóricas e práticas para construir um futuro de igualdade e solidariedade”. Porque, como diz Fernanda Melchionna, “este livro é um convite ao estudo e à ação”.
Trecho da orelha de “Tudo isso é feminismo?”
“Tudo isso é feminismo?” – uma visão sobre histórias, lutas e mulheres” marca a estreia da bibliotecária, militante e atual deputada federal pelo PSOL do Rio Grande do Sul Fernanda Melchionna (@fernandapsol) no universo do livro. A partir da experiência de anos da autora em debates sobre gênero, feminismo e luta das mulheres nos mais diferentes espaços sociais, sua primeira obra trabalha a história de luta por direitos das mulheres numa perspectiva classista, histórica e de combate às opressões. Publicada pela Editora de Cultura (@editoradecultura), como parte da Coleção Inquietações Contemporâneas, a obra será lançada na Feira do Livro de Porto Alegre/RS, no dia 11 de novembro, sábado, às 19h, com a presença da autora.
Guiada pela vontade de vocalizar demandas populares e a fim de compartilhar o conhecimento adquirido como feminista, Fernanda aceitou o convite da Editora de Cultura para criar um ensaio para a nova coleção de não-ficção da casa. Segundo ela, parte da vontade de fazer este livro acontecer surgiu da crença de que todo o material com contribuições para a criação de ferramentas para as lutas das mulheres é válido.
Desbravar a história não contada das mulheres fez parte da trajetória ativista da deputada. Sua formação como feminista e política de esquerda passou pelo combate ao apagamento das mulheres e das suas reinvindicações, em paralelo à descoberta de novas referências ao longo de seus estudos e pesquisas. Nessa lida, ela também pôde conhecer diferentes vertentes do feminismo e diversas correntes de pensamento. Daí ter abraçado o desafio de escrever este, que é seu primeiro trabalho.
“Penso neste livro como uma narrativa que busca desnaturalizar o apagamento das mulheres da História, de suas várias lutas e dos desafios enfrentados em tempos passados. E tem como objetivo ajudar a pensar as lutas do presente e a conquistar novos futuros”, afirma a autora.
Para Fernanda Melchionna, escrever e referenciar outras mulheres é um ato político
Fernanda Melchionna nasceu em Alegrete (RS) em 1984 e se mudou definitivamente para a capital do estado para cursar biblioteconomia na UFRGS. Além de bancária licenciada do Banrisul, chegou a trabalhar em biblioteca escolar e considera esse espaço parte essencial do processo de ensino e de aprendizagem. Também é pós-graduada em História do Brasil Contemporâneo.
Seu percurso político se iniciou nos movimentos estudantis e culminou na eleição, em 2008, para o cargo de vereadora de Porto Alegre, e uma atuação na vereança por dez anos, tendo sido três vezes eleita durante o período. Atualmente, exerce o segundo mandato como deputada federal e, para o qual foi reeleita em 2022 como a mulher mais votada do estado.
As principais referências para a escrita do ensaio “Tudo isso é feminismo? – uma visão sobre histórias, lutas e mulheres” foram escritoras que pensam o feminismo como prática e teoria. Além de “O feminismo é para todos”, da estadunidense bell hooks, e “Calibã e a bruxa” da italiana Silvia Federici, a militante cita as pensadoras brasileiras Heloisa Buarque de Holanda, Sueli Carneiro e a ativista Angela Davis, também dos EUA, como referências em uma extensa bibliografia, seguida de sugestão de filmes e de séries de TV sobre o tema na seção “Saber mais”, que é um convite aos leitores para se aprofundar mais nas temáticas exploradas na obra.
Confira um trecho do livro:
“Se as mulheres sentem mais as opressões e explorações de um modelo que tem condenado o futuro da humanidade, também pode nascer de nós um novo caminho. Sem modelos acabados, mas com a convicção de que é a luta que muda a vida e de que a saída é coletiva. Lutem como uma mulher!”Adquira “Tudo isso é feminismo?” nas livrarias ou no site da Editora de Cultura: https://encurtador.com.br/cemrH