24 de novembro de 2024

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Sem diversidade não há saúde mental: pesquisadora explica tendência de debate nas organizações para 2024

Imagem: Pixabay

Cris Zanata fala como ações inclusivas promovem um ambiente de trabalho seguro e renova setores da sociedade

A diversidade e inclusão nas empresas é um dos temas que vem ganhando cada vez mais notoriedade nos últimos anos e isso não é novidade. Mas, para 2024, esse debate pode ganhar um outro importante elemento: a questão da saúde mental. Afinal, como um ambiente diverso pode colaborar positivamente com a mente de uma equipe? Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), não há saúde mental sem que haja diversidade. 

De acordo com a consultora e pesquisadora de gênero e diversidade, fundadora do INSAB (Fundadora do Instituto de Alterismo do Brasil), Cris Zanata, um ambiente com diferentes pessoas (gênero, raça, orientação sexual, entre outros) transmite uma mensagem clara e necessária para a sociedade atual: aqui todos são bem-vindos. “Na prática, por mais óbvio que seja isso, ser incluído numa empresa, numa atividade, é uma forma de dizer que você é bem-vindo. Agora me diz, quem não quer ser recebido e desenvolver suas habilidades no trabalho e na sociedade? Isso é inclusivo, isso é uma forma de promover a saúde mental de qualquer indivíduo e da sociedade, como consequência”, explica ela.

A especialista, que também é conselheira na RSU Lixo Inteligente e mestranda em Gênero e Diversidade pela Universidade de Oviedo, na Espanha, conecta a inclusão com uma das palavras mais importantes em qualquer negócio: confiança. “Um ambiente corporativo diverso e inclusivo promove e transmite confiança no trabalho. Isso é sem dúvidas um dos elementos mais importante para a saúde mental das pessoas e saúde do negócio”, diz ela.

Além da produtividade e do desenvolvimento da empresa, inclusive no alcance de metas, a confiança é uma espécie de semente que se espalha dentro e fora de uma corporação, segundo Cris. “O bem-estar promovido na empresa estimula o convívio e isso reflete na sociedade, reflete no cotidiano das famílias. Aliás, não podemos esquecer que a confiança é um indicador que ninguém vê, mas quando se sente, é percebido, movimenta e expande uma empresa dentro e fora dela no próprio mercado. Podemos ver  isso em ações na bolsa, não é?”.

O sentimento de confiança traz respeito e admiração dentro e fora da organização. “As pessoas querem estar ali não só pelo salário, mas porque acreditam no ambiente que foi conscientemente construído com o objetivo de ser diverso, respeitoso e acolhedor. Do lado de fora, o valor da empresa também aumenta”, reforça Cris. 

A especialista lembra que algumas empresas de capital aberto, por exemplo, que precisam apresentar dados com o relatório de gestão integrada ou o ISO 26.000, já entendem na prática os benefícios do ESG, de ações inclusivas e o impacto que elas têm. “Apesar da implementação ter sido uma necessidade para o negócio conseguir captar recursos, diferentes marcas têm sentido na prática esse impacto positivo. Em 2024, essa conexão entre diversidade e saúde mental tende ganhar mais espaço nas empresas porque isso forma uma estrutura fortalecida para o desenvolvimento de uma sociedade”, finaliza ela. 

Sobre Cris Zanata: Fundadora do Instituto de Alterismo do Brasil (InsAB), é pesquisadora, consultora e conselheira de diversidade, equidade e inclusão na RSU Lixo Inteligente e mestranda em Gênero e Diversidade pela Universidade de Oviedo, na Espanha. Trabalhou durante 18 anos em cargos de liderança em Big Four e empresas do setor privado na área de impostos aduaneiros e logística, alcançando o cargo de diretora global de logística em uma empresa de energia renovável espanhola. Atualmente é pesquisadora sobre inovação social, equidade de gênero e generosidade nas organizações e facilitadora em projetos realizados por Carlotas na Alemanha para mulheres migrantes.

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