24 de novembro de 2024

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Como cuidar da saúde após enchentes devastadoras

Foto: Freepik

Ferver a água para consumo, manter a melhor higiene possível, evitar água suja parada e usar equipamentos de proteção ao ter contato com as enchentes são algumas das medidas que podem evitar doenças.

As enchentes que recentemente atingiram 90% do Rio Grande do Sul não apenas devastaram casas e infraestruturas, mas também criaram condições perigosas para a proliferação de doenças. A água acumulada e os entulhos são ambientes ideais para mosquitos, escorpiões, aranhas e cobras. Para famílias que perderam muito, tomar precauções efetivas pode ser um desafio, mas algumas medidas essenciais podem ser implementadas com recursos limitados, de acordo com o médico Rafael Machado, gestor do Olá Doutor, aplicativo de Telemedicina.

De acordo com o Dr. Rafael Machado, “com a ajuda de serviços especializados e de voluntários, é importante priorizar a remoção de entulhos e a correta higienização generalizada dos locais acometidos pelas enchentes; pois podem ser esconderijos para animais perigosos, criadouros de mosquitos e incubadores de diversas doenças infectocontagiosas. Tudo isto, claro, com o máximo de proteção individual possível, como roupas compridas, calçados fechados, repelente e a melhor higiene pessoal disponível”.

Rafael traz mais algumas dicas que podem auxiliar nesse momento trágico: 

-Ferva a água para consumo e cozinhe por pelo menos 1 minuto para garantir sua potabilidade. 

-Evite deixar recipientes que possam acumular água abertos, para não tornarem-se criadouros de mosquitos. 

-Busque atendimento médico assim que possível, mesmo sem alterações, para o devido acompanhamento de saúde, em, por exemplo, serviços de telemedicina.

-Uma vez com avaliação e acompanhamento médico, mantenha-se atento a quaisquer alterações físicas e mentais e informe seu médico imediatamente. 

A seguir, alguns sinais e sintomas de doenças infecciosas comuns após enchentes:

Leptospirose: a leptospirose é uma doença bacteriana transmitida através da urina de animais infectados, especialmente ratos, que pode contaminar água e lama. Os sintomas geralmente aparecem de uma semana a 12 dias após a exposição e incluem:

-Febre alta súbita

-Dor de cabeça severa

-Dor muscular, especialmente nas panturrilhas e costas

-Calafrios

-Vômitos

-Olhos vermelhos

-Icterícia (amarelamento da pele e dos olhos)

-Erupção cutânea

-Diarréia e dor abdominal

-Em casos graves, pode levar a problemas renais e hepáticos, podendo ser fatal.

Dengue: a dengue é uma doença viral transmitida pela picada de mosquitos Aedes aegypti infectados. Os sintomas normalmente começam de quatro a dez dias após a picada e podem incluir:

-Febre alta repentina

-Fortes dores de cabeça

-Dor atrás dos olhos

-Dores nas articulações e músculos

-Fadiga

-Náusea e vômito

-Erupção cutânea, que aparece de três a quatro dias após o início da febre

-Sangramento leve (por exemplo, sangramento nasal ou gengival)

Hepatite A: a hepatite A é uma infecção viral que afeta o fígado, e pode ser transmitida por ingestão de água ou alimentos contaminados. Os sintomas geralmente aparecem de duas a seis semanas após a infecção e incluem:

-Febre

-Mal-estar geral

-Perda de apetite

-Náusea

-Dor abdominal, especialmente no lado direito sob as costelas inferiores

-Urina escura

-Fezes claras ou de cor pálida

-Icterícia (amarelamento da pele e dos olhos)

“As comunidades afetadas pelas enchentes enfrentam um longo caminho para a recuperação. Porém, essas medidas preventivas básicas podem reduzir significativamente o risco de doenças. A união da comunidade, o apoio governamental e a informação são fundamentais neste processo de reconstrução e recuperação” finaliza o Dr Rafael Machado.

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