Gerente Regional para a América Latina do Top Employers Institute, Gustavo Tavares / Foto: Divulgação Top Employers Institute
Experiência da Ford revela a importância da integração da diversidade e cultura corporativa
Embora algumas correntes indiquem um arrefecimento mundial sobre a diversidade, essa temática continua sendo um dos temas prioritários nas agendas corporativas de empresas de todos os portes e segmentos em âmbito global. Um olhar atento para as práticas das empresas Top Employers revela que as organizações certificadas investem cada vez mais na promoção da diversidade, equidade, inclusão e do pertencimento, reconhecendo benefícios tangíveis que equipes diversas trazem para os negócios.
O avanço das pautas de ESG e seus desdobramentos têm peso significativo para ambientes de trabalho mais diversos. Hoje, há o consenso de que empresas que se alinham aos propósitos de diversidade são as que colhem os melhores retornos. Um caso exemplar é o da Ford. A companhia global mantém há mais de dez anos um compromisso com relação à diversidade, por meio de ações, programas, assinaturas de pactos e grupos de afinidades.
Para Cintia Salmazo, diretora de HRBP, Talento, DE&I & Cultura da Ford América do Sul, a importância da promoção da diversidade, equidades e inclusão na Ford também é promover um ambiente inclusivo para que os profissionais se sintam pertencentes à organização. “Na Ford, trabalhamos para criar uma empresa onde as diferenças sejam verdadeiramente respeitadas e cada membro da equipe sinta-se totalmente integrado”, afirma. “Temos muito orgulho dessa jornada e estamos sempre querendo ir além.”
Gerente Regional para a América Latina do Top Employers Institute, Gustavo Tavares destaca que o Brasil, de acordo com levantamento global, apresenta um dos melhores resultados em diversidade na América Latina. “Ao olharmos para a América como um todo, o País fica atrás apenas dos Estados Unidos e do Canadá”, afirma.
De acordo com o executivo, o debate sobre o tema não pode arrefecer nas organizações. “Precisamos estimular o diálogo constante sobre estas iniciativas, já que não basta implementar programas pontuais de diversidade, mas é fundamental contextualizá-los com a estratégia de negócio a longo prazo”, observa.
Dados relevantes sobre diversidade e inclusão foram reunidos no World of Work Trends 2024 – Top Employers Institute. De acordo com o relatório, na disputa pela aquisição de talentos, os empregadores estão se tornando mais abertos a candidatos que promovem e evidenciam a diversidade, incluindo os mais experientes, que trazem uma bagagem de muitos anos de trabalho (34%), aqueles que regressam após responsabilidades de cuidados de longa duração (27%), seguindo uma carreira não linear (27%), regressando de desemprego de longa duração (26%) ou com antecedentes criminais (11%).
“Em nossa avaliação, as empresas certificadas pelo Top Employers que incluíram em suas principais ações de Recursos Humanos iniciativas que priorizam a diversidade têm conseguido estabelecer claros diferenciais competitivos em relação aos seus concorrentes em termos de capital humano”, afirma Tavares.
Moderador do evento “Programas Afirmativos de Diversidade”, promovido por Top Employers Institute e pela Ford, o jornalista Fábio Turci, apresentador e criador do podcast Existo, destaca a relevância da pauta. “Ainda há organizações um pouco hesitantes sobre a diversidade. Quando temos a possibilidade de acompanhar um case de sucesso, um exemplo sólido, como o da Ford, com o respaldo de mercado do Top Employers, isso orienta as empresas e mostra o caminho a seguir. Realmente, é inspirador e faz a mudança acontecer por meio das melhores práticas”, ressalta.
Na percepção de Gustavo Tavares, apesar da evolução perceptível do tema nos últimos anos, ainda há um longo trajeto a ser percorrido. “Pessoas são o maior investimento recorrente das organizações. Olhar para a diversidade é mais que ter pessoas com perfis distintos, são perspectivas diferentes que vão contribuir para a inovação e a quebra de paradigmas e levarão a melhores e mais sólidos resultados nas organizações”, conclui.