Foto: Divulgação / Método Supera
A profa. dra. Thais Bento, gerontóloga e parceira científica do SUPERA – Ginástica para o Cérebro, esclarece sobre o treino cognitivo para idosos de baixa escolaridade. Segundo ela, é extremamente importante investir em intervenções adaptadas e culturalmente sensíveis, fortalecendo não só a saúde cerebral, mas também assegurando que cada indivíduo possa envelhecer com dignidade e desfrutar de uma vida plena.
“O envelhecimento populacional é um fenômeno global que apresenta desafios substanciais para a saúde pública, especialmente no que diz respeito às demências, incluindo a Doença de Alzheimer e a demência vascular. Nesse contexto, o treinamento cognitivo emerge como uma ferramenta essencial na promoção da saúde cerebral e na prevenção do declínio cognitivo em pessoas idosas, particularmente naqueles com baixo nível de escolaridade”, explica.
Pesquisas como o Advanced Cognitive Training for Independent and Vital Elderly (ACTIVE) demonstraram que intervenções cognitivas podem resultar em melhorias significativas no desempenho cognitivo e na funcionalidade do dia a dia em pessoas idosas. “As intervenções cognitivas estão associadas a aprimoramentos na memória, atenção, velocidade de processamento e outras funções cognitivas em indivíduos mais velhos. Aqueles com menor nível educacional tendem a apresentar reservas cognitivas mais limitadas, estando, portanto, em maior risco de desenvolver comprometimento cognitivo leve e demência. Entretanto, o treinamento cognitivo oferece uma oportunidade para mitigar tais efeitos adversos, promovendo a neuroplasticidade e fortalecendo as redes neurais subjacentes às funções cognitivas”, afirma Thais.
Ela ressalta ainda que adaptar os treinos cognitivos para atender às necessidades específicas de pessoas idosas com baixa escolaridade é importante para garantir sua eficácia e relevância. “Estratégias como a utilização de linguagem simples, atividades práticas e materiais visuais podem tornar o treinamento mais acessível e envolvente. Além disso, é fundamental considerar o contexto socioeconômico e cultural dos participantes a fim de garantir a adesão e o engajamento ao programa de treinamento”, esclarece a pesquisadora.
“A ginástica para o cérebro, por exemplo, é um método que estimula diferentes áreas do cérebro e potencializa o desenvolvimento de habilidades socioemocionais, éticas e cognitivas como atenção, concentração, memória, raciocínio lógico, criatividade e autoestima. O método proporciona melhor desempenho, qualidade de vida e longevidade, mantendo o cérebro ativo e saudável.”, conta.
Para Thais, a conscientização sobre a importância do treinamento cognitivo na prevenção de demências é fundamental para incentivar a participação e a adesão das pessoas. “Campanhas educativas e programas de sensibilização podem contribuir para dissipar mitos e equívocos sobre o envelhecimento e velhice, promovendo uma atitude positiva para promoção da saúde cerebral”, conclui.
A Profa. Dra. Thais Bento é gerontóloga formada pela Universidade de São Paulo (USP). Docente do curso de Bacharelado e do Programa de Mestrado em Gerontologia da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (EACH-USP), pesquisadora do Grupo de Neurologia Cognitiva e do Comportamento da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e diretora científica da Associação Brasileira de Gerontologia (ABG). É membro da diretoria da Associação Brasileira de Alzheimer- Regional São Paulo, parceira científica do Instituto Supera de Educação.