24 de novembro de 2024

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Observatório Nacional esclarece o recente aumento da Anomalia Magnética do Atlântico Sul (AMAS)

Imagem: Divulgação / Observatório Nacional

Nos últimos dias, houve um aumento no debate sobre a expansão da Anomalia Magnética do Atlântico Sul (AMAS), um fenômeno marcado pela diminuição da intensidade do campo geomagnético terrestre em relação a outras regiões do planeta. Embora o termo “anomalia” possa indicar algo preocupante, ele se refere apenas a variações na intensidade e na orientação do campo magnético terrestre em comparação com outras áreas do globo. No momento, o epicentro da AMAS está localizado sobre a América do Sul, abrangendo o Brasil também.

O Dr. André Wiermann, Tecnologista Sênior do Observatório Nacional, destaca que esse crescimento está dentro da normalidade e era esperado. Segundo ele, a expansão e a movimentação da AMAS são processos gradualmente observados e monitorados por órgãos governamentais internacionais há séculos. ” “A anomalia está se alterando e movendo para o oeste de forma lenta e gradual. Esse processo é contínuo e não afeta de forma significativa a vida das pessoas na Terra”, afirma. Ele ressalta que o campo geomagnético age como um escudo protetor contra radiações cósmicas e o vento solar que alcançam a Terra. Embora a proteção seja mais fraca na região da AMAS, permitindo a entrada mais fácil de partículas solares, o Dr. Wiermann assegura que isso não é motivo para alarme.

A mudança e o deslocamento da AMAS ocorrem de maneira lenta e contínua para o oeste. Esse processo não impacta significativamente a vida na Terra. Primeiramente, a relativa fraqueza do campo magnético afeta principalmente satélites. Em segundo lugar, agências como a NASA e a ESA monitoram essa irregularidade, preparando os satélites para lidar com o enfraquecimento do campo nessa região.

Quando os satélites atravessam a AMAS, podem entrar em modo de espera para evitar danos, semelhante à prática de desligar aparelhos durante oscilações de energia elétrica. O Observatório Nacional contribui com dados sobre a AMAS, fornecendo informações valiosas para estudos em geomagnetismo e avaliação da anomalia, monitorando os dados da AMAS por meio de dois observatórios modernos: o de Tatuoca, em Belém, e o centenário Observatório de Vassouras, localizado no interior do Rio de Janeiro. Além disso, o ON opera várias estações magnéticas em todo o país, incluindo a recentemente instalada estação magnética de Macapá.

Observatórios Magnéticos do ON

O Observatório de Vassouras (VSS), a 120 km da cidade do Rio de Janeiro, funciona continuamente desde 1915, o que faz dele um dos observatórios mais antigos do mundo. Já o Observatório de Tatuoca opera desde 1957. Ambos fazem parte da INTERMAGNET, uma rede internacional de observatórios de alto padrão. O papel de Vassouras no estabelecimento de modelos globais e na compreensão da origem da AMAS é fundamental, principalmente por ser um complemento às missões de satélite que registram o campo magnético.

Sobre o Observatório Nacional Fundado em 1827, o Observatório Nacional (ON) desempenha um papel fundamental na construção e desenvolvimento dos campos científicos da Astronomia, Geofísica e Metrologia em Tempo e Frequência no Brasil. Ao longo de quase dois séculos, o ON tem nucleado grupos de pesquisa pioneiros, formado várias centenas de pesquisadores e estado à frente dos serviços fundamentais nessas áreas do conhecimento. Essa referência histórica de pioneirismo é um dos principais motivadores do desenvolvimento institucional, orientado para a inclusão do ON nas grandes linhas de pesquisa e atendimento das demandas da sociedade nas suas áreas de atuação.

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