Crédito da foto: Freepik
As meninas geralmente não correspondem aos estereótipos comuns do autismo e tendem a ocultar seus sintomas de maneira mais eficaz do que os meninos
O autismo é um distúrbio do neurodesenvolvimento que pode afetar qualquer pessoa, independentemente de gênero ou etnia. Por ser uma condição que se manifesta em um espectro, suas características podem variar muito entre os indivíduos. Em mulheres, os sinais iniciais de autismo podem ser mais sutis, frequentemente resultando em diagnósticos atrasados ou imprecisos.
Os sistemas cerebrais envolvidos no comportamento social se desenvolvem mais rapidamente nas meninas, o que pode ser um “fator de proteção” para meninas com autismo, especialmente na primeira infância.
De acordo com a fisioterapeuta e fundadora da Clínica Espaço Kids, Jamaica Araújo, as meninas geralmente não correspondem aos estereótipos comuns do autismo e tendem a ocultar seus sintomas de maneira mais eficaz do que os meninos, especialmente em termos de comportamento social, que é um dos principais indicadores do transtorno. “As meninas muitas vezes disfarçam suas dificuldades, copiando o comportamento de outras crianças para se encaixarem e serem aceitas”, explica.
Pesquisas indicam que as meninas frequentemente camuflam os sintomas do autismo de várias maneiras, como imitar expressões faciais e linguagem corporal ou se adaptar cuidadosamente para se integrar socialmente. “Isso torna mais difícil para profissionais de saúde e educadores identificarem o autismo nelas. Como consequência, muitas meninas autistas podem ser subdiagnosticadas ou diagnosticadas tardiamente, o que prejudica o acesso a intervenções e suporte adequados durante os anos críticos de desenvolvimento”, afirma Jamaica.
Portanto, a falta de reconhecimento precoce pode resultar em consequências marcantes para o desenvolvimento das meninas autistas, afetando sua capacidade de se beneficiar de intervenções que promovam habilidades sociais, emocionais e de comunicação. “As intervenções precoces são fundamentais para garantir que todas as crianças, independentemente do gênero, tenham a oportunidade de desenvolver seu potencial máximo”, frisa a fisioterapeuta.