23 de novembro de 2024

Search
Close this search box.

Obra de Chico Buarque inspira musical inédito dirigido por Rafael Gomes

Crédito da foto: Annelize Tozetto

Criado em parceria com Vinicius Calderoni e produzido pela Sarau Cultura Brasileira, ‘Nossa História com Chico Buarque’ tem elenco formado por Laila Garin, Flávio Bauraqui, Heloisa Jorge, Artur Volpi, Felipe Frazão, Larissa Nunes, Luísa Vianna e Odilon Esteves, com participação especial de Cyda Moreno e Soraya Ravenle

Alfredo Del-Penho assina a direção musical e novos arranjos para mais de 50 canções e trechos de composições do homenageado



‘Nossa
História com Chico Buarque’



De 29
de agosto a 06 de outubro – Teatro Riachuelo Rio

Ao longo das últimas seis décadas, Chico Buarque construiu uma obra monumental, através de centenas de canções, álbuns, livros e espetáculos teatrais. Mais do que uma produção vultuosa, suas criações ocupam um lugar único dentro da vida brasileira, ao cantar momentos icônicos da história recente do país, mas também ao traduzir os sentimentos mais íntimos do inconsciente coletivo nacional. ‘Nossa História com Chico Buarque’ nasce justamente do desafio de contar um enredo absolutamente original, concebido sob a inspiração do inesgotável universo buarqueano.

Com estreia marcada para 29 de agosto no Teatro Riachuelo Rio, este musical surgiu de uma provocação da produtora Andréa Alves, da Sarau Cultura Brasileira, para o diretor Rafael Gomes. Juntos, eles montaram ‘Gota D’água [a seco]’ (2016), em uma releitura do clássico ‘Gota D’água’, e passaram por outras incursões no repertório do homenageado: Rafael assinou uma montagem de ‘Cambaio’ e Andréa produziu ‘A Ópera do Malandro’ e ‘Os Saltimbancos’.

O texto inédito é assinado por Rafael com Vinicius Calderoni, seu parceiro em diversos projetos, e narra a saga de alguns personagens de duas famílias cariocas ao longo de três gerações, como em um épico íntimo.

A ação se passa em três momentos: 1968, 1989 e 2022, não à toa datas fundamentais para se contar a recente história política e social brasileira, quando, respectivamente, o país atravessava a pior fase da Ditadura Militar, logo após vem o período da redemocratização e chega na fase final, depois da pandemia e de uma nova ruptura democrática.

Enquanto os conflitos, paixões, encontros e desencontros das personagens se desenrolam no palco, mais de 50 canções e trechos de composições de Chico Buarque se embaralham com os diálogos, pontuando a ação e se incorporando à dramaturgia, ao complementar o que é dito pelos atores e revelar também o que não é dito, além de avançar com a ação da trama. Tudo é embalado pela direção musical de Alfredo Del-Penho, que criou novos arranjos para cada obra.

Entre as músicas selecionadas, estão clássicos incontestáveis (‘Construção’, ‘O Que Será’), hits radiofônicos (‘A Banda’, ‘Olhos nos Olhos’), obras também compostas para outras peças (‘Tatuagem’, ‘Roda Viva’, ‘A História de Lily Braun’) e criações mais recentes.

Tijolo com tijolo como se fosse música

‘É um desespero ter que escolher dentro de uma obra de quase 400 músicas. O grande critério é mesmo saber quais as canções que vão servir à narrativa. É uma peça cuja proposta de dramaturgia se estrutura ao redor do quanto essas músicas fazem parte de nossa vida’, conta Rafael Gomes, que, inclusive, buscou uma inspiração inicial para toda a trama na canção ‘Construção’:

‘É uma inspiração de estética, no sentido de que os versos se repetem, alterando o fim ou variando entre si. A gente também tem três gerações de personagens que de alguma maneira se repetem ou não, ou variam entre si. Isso fica latente não só na trama, no que está escrito como situação, mas na própria estética do espetáculo, em que o elenco vai fazendo mais de um personagem conforme passam os anos’, revela.

Nossa História com Chico Buarque’ busca um certo conceito de arqueologia do cotidiano, ao mostrar grandes e pequenos acontecimentos ao mesmo tempo. A dramaturgia flagra o macro da vida coletiva do Brasil se relacionando com o micro da vida do indivíduo e de uma família.

Para Rafael, pareceu natural criar uma história que se desenrolasse pelas seis décadas de produção artística de Chico, tomando como marco inicial o lançamento de ‘A Banda’, em 1966:

‘No palco, a plateia vai acompanhar três gerações de pessoas que vão tendo seus descendentes e esses descendentes vão ressignificando o que foi feito antes, ou o próprio amadurecimento das personagens vai transformando suas experiências anteriores’, reflete o diretor, que contou com a parceria de Vinicius Calderoni para a empreitada de criar toda a dramaturgia original.

A dupla comemora 16 anos de criação artística e 14 de fundação da companhia Empório de Teatro Sortido. Curiosamente, esta é a primeira peça de teatro adulta escrita por eles, que já assinaram o texto de dois infantis juntos.

‘Eu já dirigi textos que ele escreveu, já o dirigi em cena e em shows, já fizemos roteiros de séries e filmes, mas a gente nunca tinha escrito teatro adulto juntos. Então foi um ponto de chegada glorioso também que isso acontecesse com esse projeto e com a obra do Chico. Eu tinha já um argumento quando o Vinícius entrou no projeto, já um desenho da história e de como eu gostaria de contar. Ele entrou para realmente avançar e melhorar as ideias, debater e escrever o texto em si’, conta Rafael.

Vinicius também é um parceiro constante da Sarau Cultura Brasileira e nos últimos anos assinou a dramaturgia de ‘Elza’ (2018), dirigiu e escreveu ‘Sísifo’ (2019), com Gregorio Duvivier, e ‘Museu Nacional – Todas as Vozes do Fogo’ (2022), com a Barca dos Corações Partidos, três bem-sucedidos projetos da produtora.

Um elenco sob medida

Para encenar esta saga familiar repleta de personagens, épocas, viradas, canções e conflitos, Rafael formou um elenco sob medida, que encontrou um texto ainda em processo e participou da etapa final de criação dramatúrgica.

O time é formado por artistas vindos de formações e estilos bem diversos, como Laila Garin, Flávio Bauraqui, Heloisa Jorge, Artur Volpi, Felipe Frazão, Larissa Nunes, Luísa Vianna e Odilon Esteves, com a participação especial de Cyda Moreno e Soraya Ravenle Além de se alternarem entre os mesmos personagens ao longo das épocas, todos vivem pelo menos mais de um tipo em cena.

Situadas em três tempos distintos, as narrativas começam separadas e vão aos poucos se interligando, formando um mosaico que contrapõe passado, presente e futuro. Um narrador costura as tramas e traz a realidade sociopolítica do Brasil para as margens da cena, encarnando também a presença-ausente de Chico Buarque e sua latente relação com a vida do país, em termos históricos e emocionais.

Chico Buarque e a Sarau Cultura Brasileira

‘Nossa História com Chico Buarque’ marca mais uma etapa da longa relação de parceria entre a Sarau Cultura Brasileira e o compositor. Entre os frutos, estão ‘Os Saltimbancos’ (2012), ‘A Ópera do Malandro’ (2014) e ‘Gota D’Água [a seco]’ (2016), todas as montagens idealizadas por Andréa Alves:

‘A obra de Chico Buarque passou a fazer parte da minha vida e trabalhar com o seu repertório teatral virou um desejo constante. Nunca é demais render homenagem e lembrar o seu tamanho, em um país cuja memória precisa ser sempre revisitada, para que as novas gerações valorizem a sua cultura. Foram anos pensando em como e com quem fazer esse espetáculo acontecer, até que alcançamos as oito décadas do mestre’, conta a produtora, que celebrou recentemente os 30 anos da Sarau, responsável por projetos como o musical ‘Elza’, o Festival Toca e a companhia Barca dos Corações Partidos, entre muitos outros.

NOSSA HISTÓRIA COM CHICO BUARQUE

Texto: Rafael Gomes e Vinicius Calderoni

Músicas: Chico Buarque

Direção: Rafael Gomes

Direção Musical e Arranjos: Alfredo Del-Penho

Idealização e produção artística: Andréa Alves

Diretora de Projetos: Leila Maria Moreno

Com: Laila Garin, Flávio Bauraqui, Heloisa Jorge, Artur Volpi, Felipe Frazão, Larissa Nunes, Luísa Vianna e Odilon Esteves. Participação Especial: Cyda Moreno e Soraya Ravenle.

Músicos: Alfredo Del Penho, Aline Falcão, Diego Zangado, Dudu Oliveira e Pedro Aune

Cenografia: André Cortez

Iluminação: Wagner Antônio

Figurino: Kika Lopes e Rocio Moure

Desenho de som: Gabriel D’Angelo

Direção de Movimento e Coreografia: Fabrício Licursi

Design Gráfico: Beto Martins

Coordenação de Produção: Vivi Borges

Produção Executiva: Diogo Pasquim

SERVIÇO

De 29 de agosto a 6 de outubro

Sessões duplas (matinê às 15h) nos dias 7, 14 e 22 de setembro e 5 e 6 de outubro.

Quintas, sextas e sábados, às 20h. Domingos, às 19h. Matinê nos dias de sessão dupla (7, 14 e 22 de setembro e 5 e 6 de outubro), às 15h.

Duração: 150 (cento e cinquenta) minutos, contando com o tempo de intervalo. 

Classificação Indicativa: 12 (doze) anos.

Ingressos:

Plateia Vip: De R$ 125 a R$ 250

Plateia: De R$ 110 a R$ 220

Balcão Nobre: De R$ 100 e 200

Balcão: preços entre R$19,50 e R$ 39 Vendas pela sympla e bilheteria do teatro 



Compartilhe:

MAIS LIDAS