23 de novembro de 2024

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Pesquisa aponta que jovens que sabem reconhecer e lidar com as próprias emoções sofrem menos de ansiedade

Foto: Freepik

Uma pesquisa internacional, realizada pela Survey on Social and Emotional Skills (SSES) com estudantes entre 10 e 15 anos de 15 países, comprova que as habilidades socioemocionais estão ligadas a um melhor desempenho na escola e também a comportamentos mais saudáveis em vários aspectos da vida. O levantamento revelou que jovens que sabem reconhecer e lidar com as próprias emoções sofrem menos de ansiedade, tanto em provas quanto nos desafios da vida, e planejam a carreira de forma mais ambiciosa.

– Para se sair bem em disciplinas como a matemática, por exemplo, o aluno vai precisar de habilidades como tolerância à frustração, pois nem sempre fazer os exercícios é o que ele deseja naquele momento, mas também resiliência e perseverança para atingir os seus objetivos. As aprendizagens socioemocionais ajudam os estudantes a terem mais ferramentas e condições dentro do seu repertório para lidar com os desafios da escola e da vida – diz Rafaela Paiva, consultora pedagógica do LIV – programa de educação socioemocional presente em mais de 700 escolas em todo o Brasil.

As habilidades socioemocionais são um tipo de aprendizagem, assim como várias outras competências que desenvolvemos ao longo da jornada escolar. Para desenvolvê-las, é preciso estimular os estudantes com atividades e experiências. 

O LIV, por exemplo, propõe atividades diferentes, de acordo com cada fase da escolarização. Na educação infantil, a contação de história e o uso de fantoches que falam sobre emoções que os alunos podem estar vivendo, mas ainda não sabem nomear, é um recurso frequentemente empregado. Nos anos iniciais, também são usados jogos de tabuleiro e desenvolvidos projetos. Já nos anos finais, o desenvolvimento das habilidades socioemocionais é trabalhado por meio de projetos e seriados exclusivos, além de rodas de conversa.

Uma das atividades nas aulas do LIV é a leitura do significado de empatia, o que não necessariamente torna os estudantes mais empáticos. É preciso vivenciar experiências nas relações que os estimulem a desenvolver esse tipo de olhar interessado pelo outro. 

– No segundo ano do ensino fundamental dos anos iniciais, as crianças acompanham a história do Geraldo, um personagem que traz diversas experiências focadas no pilar da empatia. Ele convida as crianças a desenvolverem essa capacidade a partir da identificação da história que estão acompanhando e a associação que elas fazem com as próprias vivências, explica Rafaela. 

Na educação infantil, por exemplo, as crianças interagem brincando e dançando com o personagem, em formato de fantoche. Durante essa atividade, elas aprendem a identificar as emoções e construir o vocabulário emocional. Também é o momento de pensar, refletir e compartilhar com a turma o sentimento de identificação com aquela situação apresentada na história. 

No quarto e quinto ano, para desenvolver a capacidade de escuta, os alunos entrevistam pessoas da própria escola, forma de desenvolver um olhar interessado para o outro. 

A partir do sexto ano e até o final do ensino médio, as aulas de LIV trabalham temas diversos que podem vir da própria turma. O objetivo é gerar um espaço de elaboração sobre a própria experiência, mas especialmente de escuta ativa e empática sobre as experiências dos outros, criando um espaço de conexão nas diferenças. 

– A família, assim como a escola, é um núcleo social de referência para essas aprendizagens do conviver. É da forma como a gente aprende a se ver, se pensar, se sonhar. Como aprendemos a ser e como aprendemos a conviver com os outros. Por isso, a família tem um papel muito importante também na construção desse ambiente que estimule o desenvolvimento da inteligência emocional, que é esse conjunto de habilidades, capacidades, competências, atitudes que a gente pode desenvolver ao longo da vida para lidar melhor com aquilo que a gente sente, com que os outros sentem e para se relacionar melhor no mundo, tanto com os outros quanto com a gente mesmo, finaliza Rafaela.

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