18 de setembro de 2024

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Nascida no Ceará, ONG educacional já impactou mais de 220 mil estudantes de todo o país

Foto: Freepik

A Associação Cactus promove oportunidades para jovens estudantes da rede pública, por meio de atividades extracurriculares, olimpíadas e maratonas estudantis. Em 2023, instituição mobilizou R$ 15,8 milhões de investimentos

São Paulo, 26 de agosto de 2024 – Tornar o estudante da rede pública protagonista da sua própria história e quebrar ciclos por meio de oportunidades educacionais são os principais objetivos da Associação Cactus, organização da sociedade civil que nasceu no Ceará e já impactou mais de um milhão de estudantes em 2023. A instituição, que mobilizou R$ 15,8 milhões da iniciativa privada e do setor público, promove atividades extracurriculares, olimpíadas, maratonas estudantis e capacitação para professores. Para 2024, a expectativa é aumentar a arrecadação em 54%

Os projetos desenvolvidos pela Associação Cactus impactam 26 estados e o Distrito Federal. De acordo com estudo do Data Insper (2021), é estimado que suas ações contribuem para a melhora do Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) dos municípios parceiros em 6,1% ao longo de um ano, o que representa um aumento projetado da renda anual futura dos estudantes em 2%.

“Nosso ideal é que os jovens sejam apaixonados pela educação. Para isso, desenvolvemos a teoria da mudança, no qual queremos formar exemplos locais de sucesso em sua trajetória escolar e provocar efeitos na comunidade por meio dos projetos desenvolvidos. A partir dessas duas alavancas, acreditamos ser possível provocar uma transformação cultural no ambiente”, explica o fundador da Cactus e presidente do Conselho, Victor Hill. 

As ações da Cactus atendem a três dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU): educação de qualidade, redução das desigualdades, trabalho decente e crescimento econômico. “A premissa de nossa atuação é quebrar ciclos. Queremos que os estudantes que vivem em regiões remotas, muitas vezes socialmente e economicamente vulneráveis, tenham apoio para alcançar melhores resultados em suas vidas escolares e, consequentemente, se tornem agentes de mudança em suas comunidades, influenciando outros estudantes a se empenharem também”, completa o diretor executivo da Cactus, Jefferson Vianna. 

Dentre as empresas que investem na Cactus estão iFood, Accenture do Brasil, Fundação Telles e Fundação Bhering, Mercado Livre, FINEP, Arco Instituto e BTG Pactual.

Projetos

A Associação Cactus desenvolve uma série de projetos pedagógicos, especialmente voltados para o aprendizado da matemática e o estímulo ao interesse pela tecnologia. Entre eles está a Olimpíada Cactus, realizada em 478 escolas de 58 municípios em 2023. A competição visa testar o conhecimento matemático dos estudantes e prepará-los para desafios futuros em nível nacional, como a Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP). Além disso, a entidade promove as Turmas Olímpicas, aplicando conteúdos de matemática aplicada e colaborando desde a recomposição de aprendizagens essenciais até o treinamento para estudantes de alto desempenho.

Em 2023, a Olimpíada Cactus premiou os participantes com 675 medalhas de ouro, 870 de prata, 1162 de bronze e concedeu 1631 menções honrosas. O desempenho também se refletiu na OBMEP, no qual a cada 10 mil estudantes apoiados pela Associação, 10 conseguiram conquistar uma medalha. Este índice é o dobro da média nacional, que é de 4,9 estudantes para cada 10 mil.

A Cactus também promove a Maratona Tech, desenvolvida em parceria com o Movimento Tech 2030, que busca despertar o interesse dos anos finais do ensino fundamental e ensino médio pela tecnologia, oferecendo imersões tecnológicas em instituições parceiras e a chance de ganhar notebooks e bolsas de estudo. A competição educacional contou com a participação de mais de 187 mil estudantes e 4 mil professores em 2023 e tem potencial de 1,5 milhões de inscritos, com 300 mil estudantes participantes da fase 1.  

Bolsas

Outra linha de atuação da Cactus é conectar os estudantes com oportunidades de bolsas de estudo. Em 2023, foram concedidas cerca de 3 mil bolsas, número 100% maior do que no ano anterior. São voltadas para cursos de tecnologia, para cursinhos preparatórios para o Enem e para cursarem o ensino médio em escolas privadas de alto desempenho. 

Fundadores

Victor Hill, nascido em Fortaleza, capital do Ceará, cresceu em um lar onde a mãe era educadora e o pai, um homem de negócios. Desde cedo, compreendeu que a educação seria seu passaporte para o sucesso na carreira. Com apenas 10 anos, destacou-se na Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP), ganhando medalhas e a oportunidade de ir ao Rio de Janeiro para ser premiado pelo presidente da república.

Essa conquista incentivou Hill a procurar bolsas de estudo, conseguindo uma no renomado Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper) em São Paulo, onde cursou administração. Em 2016, voltou para o Ceará, para a cidade da sua família, Capistrano, onde deu aula para preparar os estudantes da rede pública para as Olimpíadas e, assim, foi fundada a Cactus Associação. Em 2018, convida seu colega Jefferson Viana para expandir e estruturar a Cactus em outras regiões. Hoje, Victor também está à frente da inovadora Stealth Startup.

Já Jefferson Vianna, nasceu em Jijoca de Jericoacoara, no interior do Ceará. Filho de professora, estudava na rede pública e foi medalhista em Olimpíadas de Matemática (OBMEP), Física (OBF), Robótica (OBR), Química (OCQ), Astronomia (OBA), entre outras. O sucesso nestas competições o incentivaram a participar do processo seletivo do Insper, em São Paulo, onde cursou Economia. 

Vianna tornou-se também mestre em Economia e Políticas Públicas. Ao fundar a Cactus com o amigo Victor Hill, colocou em prática seus conhecimentos na área da educação para levar cada vez mais oportunidades aos estudantes da rede pública, os incentivando a participarem de competições estudantis. Atualmente, faz parte da rede de líderes da Fundação Lemann e da Fundação Estudar.

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