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São Paulo. agosto de 2024 — É natural que pais e cuidadores se preocupem com o tempo de tela que seus filhos estão recebendo, especialmente quando as telas digitais estão em toda parte, inclusive nas escolas. A Dra. Nusheen Ameenuddin, pediatra da Mayo Clinic em Rochester, Minnesota, compartilha algumas recomendações para facilitar o gerenciamento do uso da tecnologia pelas famílias.
“O que eu gostaria que todos os pais soubessem é que as telas não são nem boas e nem ruins”, diz a Dra. Ameenuddin. “Tudo isso depende de como você as utiliza.”
A Dra. Ameenuddin diz que não há evidências de que programas de televisão ou que o tempo de tela para crianças pequenas possuam algum benefício. Portanto, é melhor tentar evitar o tempo de tela para crianças menores de 2 anos, com exceção das chamadas de vídeo com avós ou outros parentes.
“Para crianças entre 2 e 5 anos, não ultrapasse o limite de, mais ou menos, uma hora de conteúdo educacional de alta qualidade; o ideal é que seja um conteúdo com pouco ou nenhum tempo comercial”, aconselha ela.
Para crianças de 5 anos ou mais, essa situação é um pouco mais flexível.
“Quando as crianças têm 5 anos ou mais e estão na escola, costumávamos recomendar não mais do que duas horas de tempo de tela por dia de conteúdo não educacional”, diz a Dra. Ameenuddin. “Mas entendemos que trata-se de uma tarefa difícil de se realizar. E, muitas vezes, as crianças estão utilizando as telas por razões realmente boas, para fazer trabalhos escolares. Com isso, o que começamos a recomendar é para assegurar-se de que as telas não estão tomando o lugar de outras atividades importantes, como do trabalho escolar, das atividades físicas e, principalmente, da hora de dormir.”
“Há um benefício em potencial de conteúdos educacionais de alta qualidade para as crianças em idade pré-escolar. Há programas maravilhosos que existem há décadas e que estão realmente focados em ensinar crianças”, afirma a pediatra.
A Dra. Ameenuddin afirma que um pouco de televisão de alta qualidade pode ajudar as crianças a aprender sobre outras pessoas e culturas.
“Na verdade, há um estudo realizado sobre isso e, por mais que falemos sobre como não queremos passar muito tempo na frente das telas, há um benefício por trás disso”, diz a Dra. Ameenuddin. “Pode haver um aumento da diversidade. Quando as crianças veem crianças de outras origens brincando umas com as outras, elas são mais propensas a dizer, quando mostradas a um grupo de imagens, que elas podem querer brincar com uma criança de um contexto diferente do qual elas estão acostumadas ou do seu próprio contexto.”
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