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Dia Nacional de Conscientização do Retinoblastoma serve de alerta para o câncer raro que afeta a retina das crianças; com sinais visíveis, detecção precoce aumenta significativamente as chances de cura
O retinoblastoma é um câncer raro que atinge principalmente crianças de zero a quatro anos, podendo aparecer até mesmo no final da gestação. Entre os principais sintomas estão a leucocoria, um reflexo esbranquiçado na pupila que aparece quando a luz incide sobre o olho – conhecido como “olho de gato” –, e a mudança repentina na cor da íris.
“Um dos primeiros sinais pode ser percebido em fotos, onde o olho afetado aparece opaco e sem o reflexo vermelho, comum em olhos saudáveis”, explica o oncologista ocular André Vidoris, do Hospital São Luiz São Caetano do Sul, no ABC paulista.
Outros sintomas incluem estrabismo, olhos vermelhos, visão embaçada, dor e inchaço, conhecido como ‘olho de búfalo’. “Os pais precisam ficar atentos e, em qualquer um desses casos, buscar um oftalmologista rapidamente”, orienta.
O alerta acontece no mês marcado pela campanha Setembro Dourado, de conscientização sobre a importância do diagnóstico precoce do câncer infantojuvenil e pelo Dia Nacional de Conscientização do Retinoblastoma (18/9).
A retina, parte do sistema óptico localizada na parte de trás do olho, é responsável por enviar informações visuais ao cérebro. O retinoblastoma é causado por mutações na retina durante o desenvolvimento ocular, podendo causar danos a outras partes do corpo, como a coluna e a cabeça, levando até mesmo à morte se não tratado a tempo.
“O retinoblastoma, quando detectado no início e ainda restrito ao globo ocular, tem 95% de chances de cura”, enfatiza Vidoris. “No entanto, se o tumor atravessa a parede do olho ou invade o sistema nervoso central pelo nervo óptico, as chances de sobrevivência caem drasticamente para 5%. Por isso, o diagnóstico precoce é fundamental”, complementa o especialista do São Luiz São Caetano do Sul.
O hospital da Rede D’Or, e primeiro da bandeira São Luiz fora da capital paulista, conta com um Ambulatório Oftalmológico completo, além de equipe multidisciplinar de pediatras, oncologistas e oftalmologistas especializados em câncer ocular infantil, garantindo o melhor cuidado e tratamento para os pacientes.
Diagnóstico e tratamento
O teste do olhinho, realizado em recém-nascidos, é essencial para detectar não apenas o retinoblastoma, mas também outras condições oculares como catarata e glaucoma congênitos. “Esse exame é rápido e indolor, e deve ser feito em todas as crianças para garantir uma triagem eficiente”, complementa.
De acordo com o Ministério da Saúde, o retinoblastoma representa cerca de 4% dos casos de câncer infantil no Brasil, com cerca de 400 novos casos por ano. A cada 15 mil nascimentos, um caso de retinoblastoma é registrado, com 30% de mortalidade entre os afetados, um número que coloca o Brasil na média dos países em desenvolvimento. A doença é mais comum em crianças com histórico familiar ou síndromes hereditárias.
Quando detectado, o retinoblastoma pode ser tratado com diversas técnicas, incluindo terapias focais, radio e quimioterapia. Em casos iniciais, tratamentos com laser, radiação de curta distância ou crioterapia, que congela o tumor, podem ser eficazes. Em situações extremas, pode ser necessária a remoção completa do olho. “É crucial que os pais estejam atentos aos sinais desde o nascimento e que o diagnóstico seja feito o mais rápido possível, garantindo assim uma vida plena e saudável para a criança”, finaliza o médico do São Luiz São Caetano do Sul, que conta com equipe especializada e equipamentos de última geração para fazer esse rastreio, diagnóstico e tratamento do retinoblastoma e outras tipos de câncer.