16 de outubro de 2024

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Como capacitar pessoas com deficiência para o mercado de trabalho

Foto: Freepik

Projeto desenvolvido pela DM, em São José dos Campos, é exemplo do impacto social das práticas de inclusão no meio corporativo

Com o objetivo de jogar luz a práticas anti-capacitistas e promover uma sociedade mais inclusiva, uma das principais pautas a serem abordadas é o acesso ao mercado de trabalho. Segundo a PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), o país conta com 17 milhões de pessoas com deficiência em idade produtiva, dos quais apenas 5 milhões têm alguma ocupação – 12 milhões seguem fora do mercado. O desafio para as empresas é desenvolver estratégias de inclusão e diversidade que sejam proveitosas e tenham um impacto social duradouro.

Pensando nisso, a DM, grupo de serviços financeiros especializado em gestão de crédito, desenvolveu um programa de capacitação de profissionais com deficiência para que fosse possível contratar colaboradores que estivessem fora do mercado de trabalho. “A princípio, poderíamos trazer profissionais já qualificados, o que inclusive seria mais fácil. Mas preferimos buscar quem não tivesse ainda a devida formação, para realizar a capacitação desde a base, introduzindo esses profissionais no mundo corporativo”, diz Sandra Castello, diretora de Marketing e Pessoas da DM.

Realizado no início de 2024, e desenvolvido com o apoio da Consultoria Mais Diversidade, o programa de capacitação contratou profissionais inexperientes e ofereceu três meses de formação pelas mais diferentes áreas da Companhia, para que ao final cada um fosse direcionado aos setores com que tivesse mais afinidade ou melhor desempenho. “Contamos com ferramentas auxiliares e os treinamentos foram dados pelos próprios times. Assim, as pessoas se envolveram naturalmente, gerando uma integração com as equipes desde os primeiros momentos. Foi uma ótima experiência para que tanto os colaboradores quanto os profissionais com deficiência se adaptassem à nova realidade”, conta Castello.

A participação de líderes e gestores no processo de capacitação, transmitindo informações sobre como se portar no ambiente corporativo e temas correlatos, foi fundamental para o sucesso do Programa. “O engajamento voluntário envolvendo todos os níveis hierárquicos da Companhia contribuiu para que o programa fosse encarado com a devida importância. Quando as pessoas compreendem que a inclusão é um processo que deve ser permanente, passam a ser mais compreensivas e buscam de fato se adaptar às demandas dos colaboradores com deficiência que chegam”, pontua a Executiva.

Adaptações internas e externas

O processo de inclusão exige uma adaptação mútua. Assim como qualquer outro profissional inexperiente, os recém contratados precisam aprender a executar suas tarefas e adquirir os modos comportamentais do ambiente de trabalho. Já os demais colaboradores precisam integrar práticas em seu cotidiano que sejam respeitosas e inclusivas. “Além do uso de libras e de aplicativos que facilitam a comunicação, é necessário atenção a detalhes, como não deixar cadeiras no meio do corredor, pois podem atrapalhar profissionais cadeirantes ou deficientes visuais”, relata Sandra Castello. Há ainda a necessidade de adequação dos espaços físicos, como banheiros, pias da cozinha e mesas de escritório, instalação de piso tátil e inscrições em braile em todas as placas de identificação, para que os colaboradores possam fazer uso com maior conforto. Toda a comunicação interna inclui legendas e libras.

Outras adaptações tornaram necessário diálogo com terceiros. “Foi instalado piso tátil no prédio onde nosso escritório está sediado, desde a entrada até a recepção com acesso aos elevadores, facilitando a chegada dos colaboradores até a DM. Solicitamos também que incluíssem um sinal sonoro nos elevadores, que ajudam os deficientes visuais a identificarem em que andar estão, e à prefeitura, pedimos por uma sinalização nas faixas de pedestre do entorno do edifício. Essas solicitações ainda estão em andamento, mas de modo geral, vemos que uma iniciativa em uma única empresa demanda que outros agentes também contribuam para a inclusão dos profissionais”, pontua a executiva.

Além das cotas

O programa de capacitação para pessoas com deficiência na DM surgiu como uma necessidade a partir do crescimento da empresa. “Quando adquirimos uma outra Companhia, nosso número de colaboradores passou de 1000, o que aumentou também a exigência das cotas”, explica Castello. Pela Lei de Cotas nº 8213/1991, instituições que tenham de 100 a 200 colaboradores precisam de ao menos 2% de PCD; de 201 a 500 colaboradores, 3%; de 501 a 1000, 4%; acima de 1001, 5%.

Assim, a DM esperava ao menos 32 contratações de profissionais com deficiência, mas o programa teve tanto sucesso que 36 pessoas foram contratadas. “O grande valor da cota é trazer o assunto para a mesa. Contudo, é necessário pensar como fazer diferente e ir além do que é proposto em lei. Em empresas, podemos criar num ambiente controlado a sociedade que a gente deseja. Como organização, temos o poder de abrir caminho para as pessoas”, pontua a diretora.

Apoio a atletas paralímpicos

Desde 2019 a DM conta com o programa Dedica Mais de incentivo ao esporte, que patrocina o Instituto Athlon para o treinamento e aperfeiçoamento de paratletas em São José dos Campos (SP). 20 dos paratletas patrocinados pela Companhia participaram das Paralimpíadas de Paris 2024. Destes, 10 atletas conquistaram 12 medalhas, como Ricardo Mendonça, ouro nos 100 metros rasos da classe T37, e Lorena Spoladore e Renato Ben Hur, bronze nos 100 metros rasos da Classe T11.

“Para nós, é muito gratificante ver que o apoio ao paradesporto traz resultados tão significativos. O intuito do Dedica Mais é justamente fomentar diferentes modalidades, gerar oportunidades de profissionalização e capacitar os atletas para que participem de competições globais. Isso movimenta desde a base, estimulando o interesse de novos paratletas, até os esportistas de alto rendimento, já consolidados”, explica Sandra Castello,

Sobre a DM

Fundada em 2002, a DM é uma prestadora de serviços financeiros, com foco na democratização do acesso ao crédito. A empresa se consolidou no mercado como a maior gestora independente de cartões private label (de loja) com mais de 17 milhões de cartões emitidos. Com presença em mais de 13 mil pontos de venda em todo o País e com mais de mil parceiros ativos, a DM conta também com empréstimo pessoal, DM App para gestão de cartões e conta digital, oferta de microcrédito, dentre outros serviços.

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