Foto: Freepik
Com a combinação certa de treinamento, nutrição e acompanhamento médico, é possível preservar e fortalecer os músculos para um envelhecimento mais ativo e saudável
No dia 7 de abril, celebramos o Dia Mundial da Saúde, um momento oportuno para refletir sobre a importância da saúde muscular, especialmente após os 50 anos. O Dr. Adriano Leonardi, referência em Ortopedia do Joelho e Medicina do Esporte no Brasil, alerta que a perda de massa muscular, conhecida como sarcopenia, pode comprometer significativamente a qualidade de vida e a longevidade, mas há estratégias eficazes para preveni-la e revertê-la.
“A partir dos 40 anos, começamos a perder entre 0,5% e 1% da fibra muscular por ano e de 1% a 3% da força, o que leva à sarcopenia. Esse quadro se agrava na ausência de atividade física e na presença de doenças crônicas”, explica o Dr. Leonardi. Fatores como o uso de corticoides, remédios para colesterol, sedentarismo e perda hormonal aceleram essa deterioração muscular.
De acordo com o especialista, a chave está em um treinamento bem estruturado. “O planejamento deve incluir treinos de força, aeróbicos, equilíbrio, flexibilidade e mobilidade articular ao longo da semana. Além disso, exames médicos regulares, como ergometria e ergospirometria, são fundamentais para acompanhar a performance e adaptar os exercícios”, orienta.
Outro pilar essencial é a nutrição. “A alimentação precisa acompanhar o aumento do gasto energético, garantindo a reposição proteica adequada para maximizar os resultados”, acrescenta o ortopedista.
A sarcopenia tem influência genética, mas o impacto pode ser minimizado com um estilo de vida ativo. “A perda muscular reduz o metabolismo e a produção de miocinas, hormônios que protegem contra doenças como Alzheimer, Parkinson, câncer, diabetes e problemas cardiovasculares”, afirma o Dr. Leonardi. “Além disso, indivíduos com pouca reserva muscular tendem a ter menor resistência durante internações hospitalares, aumentando o risco de complicações e até óbito.”
É fundamental que o treino de força seja adaptado conforme a idade, sexo e nível prévio de atividade física. Além disso, exames cardiológicos, como eletrocardiograma e ultrassonografia de carótidas, ajudam a garantir a segurança do treinamento.
A nutrição adequada complementa o treinamento de força. “A ingestão proteica deve variar entre 0,8 a 1,2 gramas por quilo de peso corporal. Além disso, a creatina, em doses de 3 a 5 gramas ao dia, e suplementos como Coenzima Q10 e Beta-alanina podem auxiliar na manutenção da força muscular”, recomenda o Dr. Leonardi.
“Se alguém deseja investir para o futuro, além da aposentadoria financeira, deve investir em músculo. Quanto mais massa muscular, melhor a qualidade e a expectativa de vida”, finaliza o ortopedista.