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Nas últimas semanas, as redes sociais sofreram uma enxurrada de imagens geradas por inteligência artificial, como as inspiradas no Studio Ghibli. A moda trouxe consigo diversos questionamentos sobre impactos no meio ambiente, direito autoral, entre outros pontos.
Para explorar mais o assunto, o especialista em inteligência artificial, Thiago Souza, separou alguns pontos importantes sobre o tema, confira:
Meio ambiente
A geração de conteúdo por meio de IA consome energia significativa devido ao uso de data centers. Isso pode aumentar as emissões de carbono, especialmente se a energia vier de fontes não renováveis. Estudos estimam que o treinamento de grandes modelos de IA podem emitir tanto CO₂ quanto um voo transatlântico por pessoa. A inferência (geração de imagens) também consome energia, embora em menor escala, mas o volume massivo de uso nas redes sociais amplifica o impacto.
Para reduzir esse impacto, Thiago Souza aponta 4 pontos importantes. São eles:
- Fontes de energia renovável: Utilizar data centers alimentados por energia solar, eólica ou outras fontes limpas.
- Otimização de modelos: Desenvolver algoritmos mais eficientes que consumam menos energia, como modelos menores ou técnicas de compressão.
- Uso consciente: Reduzir a geração de imagens desnecessárias e priorizar ferramentas de IA com baixa pegada de carbono.
- Regulamentação: Incentivar políticas que exijam transparência sobre o consumo energético de ferramentas de IA.
Direito autoral
As imagens geradas por IA inspiradas em estilos como os do Studio Ghibli podem violar direitos autorais se reproduzirem elementos protegidos (personagens, cenários etc.) sem permissão. Tribunais de vários países já discutem se as obras geradas por IA infringem copyrights de artistas ou estúdios. No futuro, é possível que:
- Estúdios como o Ghibli exijam licenças para uso de seus estilos, resultando em cobranças. A OpenAI, por exemplo, não assinou nenhum acordo de licença.
- Leis possam obrigar plataformas de IA a compensar criadores originais.
- Ferramentas de IA possam ser treinadas apenas com dados licenciados, aumentando custos para usuários.
Ética
Raramente as empresas divulgam sua pegada de carbono ou fontes de dados, dificultando escolhas conscientes pelos usuários que as consomem. Algumas empresas, como Google e Microsoft, tentam reduzir investindo em data centers neutros em carbono, mas é necessário que muito seja feito.
Além do impacto ambiental e autoral, há preocupações em relação a proteção de dados pessoais e também com a diluição da identidade artística e a substituição de artistas humanos por IA, o que pode afetar, por exemplo, o mercado criativo.
Em resumo, o uso da inteligência artificial poderá nos ajudar em diversos setores, mas é necessário que haja regulamentação e uso consciente. Por esse motivo, devemos cobrar atenção e posicionamento de governos e empresas. A OpenAI, após críticas, passou a bloquear solicitações que tentem reproduzir o estilo de artistas vivos, mas será que a atitude é suficiente? Fica o questionamento e reflexão.