Participação na Bienal 2021, confirma o sucesso de Elayne Baeta que está lançando o autobiográfico Oxe, baby (Ed. Galera Record) com ilustrações de sua própria autoria. Poeta fará turnê de lançamento em janeiro com datas já confirmadas em Salvador (08/01), Rio de Janeiro (29/01) e Recife (06/02). Outras cidades como, São Paulo, Fortaleza e Belo Horizonte ainda terão as datas divulgadas.
Elayne Baeta é uma potência criativa e só se deu conta que todo o sucesso em suas redes sociais era real com os primeiros eventos de autógrafos em 2019. Em sua primeira sessão de autógrafos, numa livraria em sua cidade natal, Salvador, Elayne Baeta achou que receberia apenas familiares e amigos, mas a livraria ficou completamente lotada, em sua maioria meninas na casa dos 20 e poucos anos, tinha uma fila que descia do mezanino e saía pela entrada. “Fiquei muito assustada, não sabia se eu ria ou se eu tinha um ataque, porque eu não esperava que fosse ter tantas pessoas”, relembra Elayne Baeta. “E foi incrível, porque foi o meu primeiro lançamento”. Sua presença na Bienal do Rio 2021 foi marcante, esgotou as senhas para os autógrafos de seu novo livro, Oxe, baby (Ed. Galera Record), no estande do Grupo Editorial Record, e também para a sessão após a mesa de debates na programação oficial com outros autores LGBTQIA+. “Quando comecei a escrever no Wattpad, tinha dez leitoras, eu escrevia para dez leitoras, e ainda assim estava toda quinta-feira postando capítulo para dez leitoras, nem sei contar quantos autógrafos dei hoje”, comentou Elayne, durante o bate-papo na mesa da Bienal.
“lembro que fiquei intrigada com o beijo do homem-aranha
com a mary jane.
embaixo da chuva e de cabeça pra baixo
fiquei um tempão me perguntando a sensação
e me imaginando dando aquele beijo…
na mary jane.
eu sentia vontade
de dar beijos de cinema em garotas
antes mesmo de me dar conta
de que daria nelas
beijos de qualquer coisa”
Soteropolitana, lésbica, escritora, poeta, Elayne é a autora nacional de maior sucesso da Galera Record na atualidade. Sua paixão pela escrita começou quando ainda era criança, numa favela em Salvador, gostava de inventar histórias para passar o tempo, tinha caderninhos de poemas guardados e ideias mirabolantes. O avô foi um grande incentivador em sua trajetória com os livros e, quando ficou cego em decorrência das diabetes, precisou de olhos emprestados, no caso os da neta, para manter acesa a paixão pela leitura.
Durante o processo de escrita de sua obra de estreia, O amor não é óbvio, Elayne viveu um misto de sentimentos, a felicidade de ver nascer seu livro e a tristeza por descobrir tumores em seus ovários. Pelo simples fato de ser uma menina lésbica, sofreu negligência médica. Foi ao trocar de ginecologista que realizou exames e conseguiu a tempo fazer uma cirurgia para retirada dos tumores, que eram benignos.
Elayne é um exemplo da capacidade de transformação da arte. Morava na periferia de Salvador em uma casa bem simples e, com o valor arrecadado com os direitos autorais de O amor não é óbvio, primeiro romance jovem lésbico a entrar na lista de mais vendidos da Veja, conseguiu se mudar para São Paulo, onde mora com sua filha de quatro patas, Maria Bonita. Hoje Elayne também se dedica à carreira de roteirista e tem um programa de podcast “Lésbica e Ansiosa”.
Quando perguntada sobre o sucesso estrondoso, a artista ri, desconversa, diz que tem muito a fazer ainda. E não vai parar enquanto não tiver dividido um pouco da sua coragem de ser quem é pelo peito de todas as meninas que — assim como ela — nunca se viram em lugar nenhum. A nossa jovem poeta baiana escreve por isso.
SOBRE A AUTORA
Elayne Baeta é uma escritora best-seller, ilustradora, artista e poeta baiana de 24 anos. Nascida em Salvador, crescida no interior da Bahia, escreve as coisas que gostaria de ter lido, toma vinho tinto barato e beija mulheres. Criadora do podcast Lésbica & Ansiosa, suas histórias e conselhos para meninas que gostam de meninas foram ouvidos mais de 100.000 vezes. Seu livro de estreia “o amor não é óbvio” foi o romance lésbico jovem mais vendido do país. E “oxe, baby” — sua primeira aparição como poeta — foi o primeiro livro de poemas sáficos a entrar pra lista de mais vendidos. Elayne é a autora e a poeta lésbica mais jovem do país a alcançar esses feitos.