14 de junho de 2025

MinC reforça papel da cultura na agenda climática durante seminário

Foto: Fábio Souza / MAM Rio

A iniciativa ocorre no contexto da preparação para a Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas, a COP30. O Ministério da Cultura (MinC) reafirmou seu compromisso com a articulação entre cultura e ação climática durante o Seminário Cultura e Clima: Caminhos para a COP30, realizado nesta quarta-feira (11) no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM Rio). O secretário-executivo da Pasta, Márcio Tavares, destacou a importância do setor cultural na busca por soluções para a crise climática, abordando temas como financiamento, governança e a valorização de saberes tradicionais.

Participando da mesa A cultura imagina futuros: saídas para a crise climática, Márcio dividiu o palco com Vânia Leal, diretora de projetos especiais do Centro Cultural Bienal das Amazônias, e Kaê Guajajara, cantora, compositora e ativista indígena.

“Temos realizado um movimento constante de integração da Cultura com o Meio Ambiente, o que, para nós, é natural”, afirmou. Ele citou ainda a formação do Grupo de Grupo de Amigos da Ação Climática Baseada na Cultura, copresidido pelo Brasil e pelos Emirados Árabes Unidos, que já reúne 50 países em nível ministerial com o objetivo de incluir a dimensão cultural nas negociações globais sobre mudanças climáticas.

O secretário também destacou a liderança brasileira em fóruns multilaterais. No G20, a Declaração de Salvador da Bahia, anunciada após a reunião ministerial, reconheceu o potencial da cultura na mitigação dos impactos climáticos. O mesmo esforço tem sido feito nas discussões dos BRICS, reforçando a visão de que a cultura pode promover transformações estruturais e incentivar a adaptação e a resiliência, especialmente por meio do conhecimento incorporado em tradições indígenas e locais.

No âmbito do financiamento, Márcio Tavares anunciou a previsão de lançamento do programa Rouanet Clima, ainda este ano. O objetivo é financiar iniciativas culturais que abordem a superação da crise climática. Além disso, o Ministério estuda incluir incentivos e pontuações para projetos comprometidos com a mitigação dos efeitos climáticos dentro da Lei Aldir Blanc e outras iniciativas.

“Nós temos discutido ativamente no âmbito do Fundo Amazônia e de outras estruturas que são estruturas de financiamento da preservação ambiental aqui no Brasil, a possibilidade de a gente também ter financiamento específico para iniciativas de cultura”, revelou.

Ele enfatizou que a cultura e a valorização das manifestações culturais são cruciais para garantir a prosperidade das populações que vivem nos biomas brasileiros, ao mesmo tempo em que se mitigam os efeitos climáticos e se preserva o meio ambiente. A Política Nacional de Cultura Viva foi outro ponto abordado, com destaque para a rede de Pontos e Pontões de Cultura que atuam na área de cultura e clima, especialmente na Amazônia.

O sócio-diretor da Outra Onda Conteúdo, Eduardo Carvalho, pontuou na abertura do Seminário que a cultura pode ser o elo entre a política climática e a ação coletiva, mobilizando imaginários e afeto.

Iole Mendonça, diretora-geral do MAM Rio, destacou a relevância do museu como palco para o seminário, lembrando a mostra Ecoarte 92, realizada no local por ocasião da Rio 92. “A cultura pode ser um agente provocador e transformador da sociedade em meio à crise climática”, concluiu.

O seminário, uma realização da Outra Onda Conteúdo, C de Cultura e Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, com apoio do ClimaInfo, propõe um encontro entre cultura e ação climática, explorando como a arte, os saberes tradicionais e as narrativas coletivas podem impulsionar o engajamento da sociedade frente à emergência climática.

A iniciativa ocorre no contexto da preparação para a Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30), que será realizada em Belém, em novembro de 2025.

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