Na imagem, um minimercado da Honest Market Brasil instalado em um escritório / Crédito: Tieri
Ana Paula Moraes, sócia-diretora da Honest Market Brasil, franqueadora de minimercados autônomos, justifica esforço de empresários para atrair funcionários ao presencial através de dados que demonstram o crescimento de franquias instaladas em prédios comerciais
Houve um dia em que a maioria dos profissionais acreditava que o modelo Home Office se tornaria majoritário no mercado de trabalho. Porém, uma pesquisa realizada pela IDC Brasil, a pedido do Google Workspace, aponta que o modelo de trabalho híbrido é o mais adotado por empresas no Brasil atualmente. Dados apurados pelo levantamento mostram que em 2022, 56% das organizações já atuam com o formato híbrido. Além deste dado, debates no LinkedIn sobre a volta do modelo tradicional se tornaram frequentes nos últimos meses, em suma criticando a obrigatoriedade da presença física nos escritórios, o que também justifica a pesquisa da Robert Half, responsável por apontar que pelo menos 57% dos profissionais mudariam de emprego caso as organizações retomem de maneira totalmente presencial.
É imprescindível dizer que os motivos por trás da volta do trabalho presencial e do crescimento da procura pelo modelo híbrido vão muito além da opinião popular. Desde trocas de conhecimento até a construção da cultura da companhia e a redução do tempo para as tomadas de decisão, o presencial pode agregar à coletividade de diversas maneiras. Então, afinal, como garantir o bem estar e a performance dos funcionários sem tornar a ida ao trabalho exaustiva? Segundo Ana Paula Moraes, sócia-fundadora da Honest Market Brasil, franqueadora de minimercados autônomos pioneira no país, uma palavra pode ser a solução do problema: conveniência.
Ana acredita que para motivar os funcionários a frequentarem os escritórios, é preciso oferecer quase os mesmos recursos disponíveis do trabalho online: “Os funcionários tiveram que se adaptar a trabalhar de forma remota, o que traz alguns benefícios como conforto e ganho de tempo relacionado ao deslocamento até o escritório. Por isso, é imprescindível que os gestores considerem aspectos ligados ao bem estar para estimularem os profissionais a saírem de suas casas”. Uma prova da assertividade desta estratégia é a taxa de crescimento das unidades instaladas dentro de prédios comerciais, que saltou 300%, quando comparada com o ano anterior.
De acordo com ela, a perda total do trabalho físico pode acarretar em diversas consequências negativas para a empresa: “Algumas perdas do trabalho remoto precisam ser consideradas, como a interatividade entre times e a participação, mesmo que sutil, do colaborador em outras áreas, o que favorece uma visão mais holística da companhia”. Ainda, ela afirma que a instalação de serviços acessíveis pode ser um ponto decisivo para aumentar a taxa de frequência nos escritórios e explica porque isto pode não acontecer em algumas organizações: “A acessibilidade é um fator importante. Ter conveniência é um atrativo para o colaborador, que neste caso não precisará se deslocar para conseguir serviços essenciais dentro do horário de trabalho, como alimentação e recursos para descanso. Creio que as empresas deixam de priorizar esses fatores por falta de conhecimento sobre opções que não exigem um capital inicial muito grande”.
A fim de oferecer um panorama mais claro desta solução, Ana exemplifica quais serviços podem ser opções cativantes a ponto de animarem o colaborador a comparecer na sede das respectivas empresas. “Investir em um mobiliário ergonômico, armários inteligentes e espaçosos, mini lavanderias, correspondentes bancários, apoio profissional relacionado à saúde mental e ao bem estar dos profissionais, sessões de massagem e principalmente conveniências com produtos prontos para consumo, como bebidas e snacks são ferramentas bacanas para se ter no radar”, finaliza.