21 de novembro de 2024

Search
Close this search box.

Alergia à cannabis: um desafio emergente no uso medicinal

Crédito: Pixabay

Asma e anafilaxia estão entre as reações alérgicas relatadas  

Nos últimos anos, a cannabis tem sido cada vez mais indicada para o controle de diversas condições de saúde, incluindo autismo, câncer, Alzheimer e Parkinson. No entanto, enquanto os benefícios terapêuticos são amplamente discutidos, as reações alérgicas à cannabis estão se tornando um tópico cada vez mais relevante.  

A Dra. Adriana Rodrigues, especialista em Alergia e Imunologia e palestrante do 51º Congresso Brasileiro de Alergia e Imunologia, evento que será realizado em Salvador de 14 a 17 de novembro, conta que as reações alérgicas à cannabis foram descritas pela primeira vez há cerca de 50 anos e, embora a cannabis seja usada há milênios, os primeiros casos documentados de alergia são relativamente recentes, refletindo o aumento do uso medicinal e recreativo da planta. 

Os sintomas relatados por quem apresentou reação alérgica à cannabis são rinite, conjuntivite, asma, reações cutâneas devido ao contato industrial e anafilaxia à semente de cânhamo, que contêm níveis elevados de proteínas e quantidades consideráveis ​​de fibras, vitaminas, ômega-3 e minerais. “Essas reações podem ocorrer devido à ingestão, inalação ou contato com a pele. Além disso, a cannabis pode provocar alergias ocupacionais em ambientes de trabalho onde a planta é manuseada”, alerta Dra. Adriana

A especialista explica que as proteínas da cannabis são identificadas como alérgenos de alto peso molecular, contribuindo para reações alérgicas do tipo I. “Também foram relatados casos de dermatite de contato por reações do tipo IV. Alérgenos específicos da cannabis foram sequenciados, sendo quatro deles reconhecidos pelo Subcomitê de Nomenclatura de Alérgenos da OMS/IUIS: Can s 2, Can s 3, Can s 4 e Can s 5”, detalha a palestrante do 51º Congresso. 

Impacto no Tratamento de Doenças Crônicas: A presença de alergia à cannabis pode complicar o tratamento de doenças crônicas que dependem desse medicamento. O diagnóstico de alergia é limitado por questões metodológicas, e uma vez que os sintomas são associados ao contato com a cannabis, é recomendado que o paciente evite a exposição. 

“É possível que pacientes que utilizam cannabis medicinal desenvolvam alergia ao longo do tempo, mesmo após uso prolongado sem problemas prévios. A sensibilização pode ocorrer devido à exposição cruzada com outras substâncias, como pólens de outros vegetais e componentes como porfilinas e LTPs homólogas”, explica Dra. Adriana Rodrigues. 

Além da aula da Dra. Adriana, simpósios e conferências também estão na programação do 51º Congresso Brasileiro de Alergia e Imunologia, como:  

  • Novas Vacinas e as Doenças Imunoalérgicas 
  • Novas Ferramentas Diagnósticas 
  • Expossoma e Doenças Alérgicas 
  • O Uso da Inteligência Artificial em Alergia 
  • Hipersensibilidade à Progesterona 
  • Triagem Neonatal para Erros Inatos da Imunidade Alterada 
  • Os Desafios da Dermatite Atópica 
  • “Fórum SUS”, que discutirá a adrenalina autoinjetável no Brasil e as perspectivas para alergia e imunologia na atenção primária. 

51º Congresso Brasileiro de Alergia e Imunologia 

Data: 14 a 17 de novembro de 2024 

Local: Centro de Convenções Salvador (Bahia) 

Inscrições: https://www.congressoalergiaasbai.com.br/site/alergia2024/inscricoes 

Sobre o Congresso Brasileiro de Alergia e Imunologia: Realizado há51 anos, o evento anual reúne especialistas de todo o mundo para discutir os avanços na pesquisa e prática clínica em Alergia e Imunologia. Com uma programação abrangente e inovadora, o congresso é uma plataforma essencial para a troca de conhecimento e experiências entre especialistas de diversas áreas que fazem interseção com a Alergia e Imunologia, tais como anestesiologia, dermatologia, gastroenterologia, geriatria, oftalmologia, otorrinolaringologia, pediatria e pneumologia.  

Sobre a ASBAI: A Associação Brasileira de Alergia e Imunologia existe desde 1972. É uma associação sem finalidade lucrativa, de caráter científico, cuja missão é promover a educação médica continuada e a difusão de conhecimentos na área de Alergia e Imunologia, fortalecer o exercício profissional com excelência da especialidade de Alergia e Imunologia nas esferas pública e privada e divulgar para a sociedade a importância da prevenção e tratamento de doenças alérgicas e imunodeficiências. Atualmente, a ASBAI tem representações regionais em 23 estados brasileiros. 

Compartilhe:

MAIS LIDAS