05 de junho de 2025

Alimentação inadequada agrava doenças crônicas e desafia políticas de saúde 

Foto: Freepik

Novas diretrizes ampliam o acesso à cirurgia bariátrica e especialistas reforçam debate sobre prevenção e alimentação saudável 

O Brasil enfrenta um desafio crescente em saúde pública, com a má alimentação impulsionando o avanço das doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs). Especialistas destacam que hábitos alimentares inadequados estão diretamente ligados ao crescimento de condições como obesidade, diabetes e hipertensão. A recente atualização das diretrizes para cirurgia bariátrica, que amplia o acesso ao procedimento, reforça a necessidade de políticas públicas eficazes para a promoção da alimentação saudável e da prevenção de doenças.

Um dos principais erros cometidos pela população hoje é o consumo de alimentos ultraprocessados. Mariane Barbosa, professora de Enfermagem da Una Itumbiara, explica que “a alimentação rica em ultraprocessados, como salgadinhos e refrigerantes, aumenta o risco de desenvolver diversas doenças crônicas, como diabetes, hipertensão e anemia”. A docente destaca que “o alto teor de açúcar e carboidratos refinados causa flutuações no nível de glicose no sangue, aumentando o risco de resistência à insulina e do desenvolvimento de diabetes tipo 2. Além disso, o excesso de sódio contribui para o aumento da pressão arterial e a baixa quantidade de nutrientes, como ferro, pode levar à anemia”.

Suziane Martins Severino, professora de Nutrição da Una Jataí, aponta que a má alimentação afeta o desenvolvimento infantil. “Crianças e adolescentes que não se alimentam de forma correta podem ter atraso no crescimento ou aumento de peso em um momento que isso não é interessante”. A alimentação inadequada também se reflete em sinais físicos. “Cansaço excessivo, ganho de peso, retenção de líquidos, alterações de humor, problemas digestivos, pele ressecada e queda de cabelo são alguns dos sinais que o corpo pode dar ao ser nutrido de forma errada”, alerta.

A obesidade e o sobrepeso são formas de má nutrição. Segundo Barbosa, “eles resultam de um desequilíbrio entre a ingestão de calorias e o gasto energético, muitas vezes acompanhado de hábitos alimentares pouco saudáveis e deficiências em nutrientes essenciais”. A longo prazo, isso pode levar a diversas doenças e problemas de saúde, comprometendo a qualidade e a expectativa de vida.

As especialistas ressaltam que grupos como crianças, idosos e pessoas de baixa renda são mais vulneráveis aos efeitos da má alimentação. “A má alimentação em crianças pode afetar o desenvolvimento físico e cognitivo, enquanto em idosos pode levar à desnutrição e doenças crônicas”, salienta Barbosa. Severino complementa: “As crianças e adolescentes que não se alimentam bem podem ter seu crescimento comprometido, desencadear problemas como a síndrome metabólica ou desenvolver obesidade precocemente”.

A recente atualização das diretrizes para cirurgia bariátrica pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) amplia o acesso ao procedimento, incluindo pacientes com IMC entre 30 e 34,9 com comorbidades e adolescentes a partir de 14 anos em casos específicos. Essa mudança reflete a crescente preocupação com a obesidade e seus impactos na saúde pública.

No entanto, Severino ressalta que “a mudança de hábito é realmente uma tarefa difícil, mas não impossível. O ideal é começar com pequenas mudanças de cada vez”. Ela destaca que “a alimentação equilibrada é aquela na qual o indivíduo se alimenta com vários grupos de alimentos, dando prioridade para os minimamente processados, preparações culinárias. Quanto mais colorida e diversificada for a alimentação, mais saudável e equilibrada ela é, lembrando que, quando falamos de cor dos alimentos, nos referimos à sua cor natural, não aos colorantes artificiais”.

Barbosa acrescenta que “campanhas de conscientização podem auxiliar significativamente na melhoria dos hábitos alimentares da população ao fornecer informações, incentivar a adoção de hábitos saudáveis e promover mudanças comportamentais”. Ela sugere práticas como “educação alimentar e nutricional, oferta de lanches e refeições saudáveis nas escolas, incentivo à produção de hortas escolares e envolvimento da comunidade”.

Sobre a Una 

Com o propósito de transformar o Brasil pela educação, a Ânima é o maior e o mais inovador ecossistema de ensino de qualidade para o país, com um portfólio de marcas valiosas e um dos principais players de educação continuada na área médica. A companhia é composta por cerca de 381 mil estudantes, distribuídos em 18 instituições de ensino superior, e em mais de 500 polos educacionais por todo o Brasil. Integradas também ao Ecossistema Ânima estão marcas especialistas em suas áreas de atuação, como HSM, HSM University, EBRADI (Escola Brasileira de Direito), Le Cordon Bleu (SP), SingularityU Brazil, Inspirali, Community Creators Academy, e Learning Village, primeiro hub de inovação e educação da América Latina, além do Instituto Ânima.   

Em 2023, a Forbes, uma das revistas de negócios e economia mais respeitadas no mundo, elencou a Ânima entre as 10 maiores companhias inovadoras do país e, em 2022, o ecossistema de ensino, também foi destaque do Prêmio Valor Inovação – parceria do jornal Valor Econômico e a Strategy&, consultoria estratégica da PwC – figurando no ranking de empresas mais inovadoras do Brasil no setor de educação. Desde 2013, a companhia está na Bolsa de Valores, no segmento de Novo Mercado, considerado o de mais elevado grau de governança corporativa. 

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