04 de dezembro de 2024

Search
Close this search box.

Brain rot: psiquiatra alerta para os impactos do consumo excessivo de conteúdos digitais na saúde mental

Foto: Freepik

A expressão reflete o esgotamento mental causado pelo uso exagerado de redes sociais e conteúdos triviais e foi escolhida como palavra do ano pelo Dicionário Oxford

O termo “Brain rot”, que em tradução literal significa “atrofia cerebral” foi eleita a palavra do ano de 2024. O anúncio foi feito, nesta segunda-feira (02), pela Universidade de Oxford, no Reino Unido. A expressão tem a ver com a sensação de esgotamento mental ou intelectual após o consumo excessivo de conteúdos superficiais nas redes sociais. Apesar do uso do termo ter crescido somente neste ano, ele existe há mais de um século. O Dicionário Oxford elege uma palavra do ano desde 2004 e o termo escolhido busca representar a sensação da sociedade naquele ano. 

“O brain rot é uma manifestação moderna de sobrecarga digital, onde o excesso de informações sem relevância afeta as capacidades cognitivas e prejudica o equilíbrio emocional. O indivíduo fica preso em um ciclo de consumo sem propósito, o que gera frustração e até sintomas de ansiedade”, explica o psiquiatra e professor do curso de Medicina da Universidade Salvador (UNIFACS), Vinicius Pedreira. 

Conforme o professor, o “brain rot” também pode estar relacionado a outros transtornos, como a nomofobia – o medo de ficar desconectado da internet ou sem acesso ao celular. Ele ressalta que essas condições criam um ambiente propício para o desenvolvimento de problemas como ansiedade crônica, insônia e alterações de humor. 

“A relação entre brain rot e nomofobia é evidente: enquanto o consumo constante de conteúdos superficiais esgota a mente, o medo de ficar desconectado reforça esse ciclo vicioso. Isso mostra o quanto a saúde mental está sendo impactada por hábitos digitais desregulados”, destaca o especialista. 

Para Vinicius, a conscientização e a adoção de limites no uso da tecnologia são fundamentais para evitar os efeitos do “brain rot”. Ele sugere estratégias como estabelecer horários de desconexão, priorizar interações presenciais e buscar atividades que promovam foco e relaxamento.  “A saúde mental é diretamente afetada pelo estilo de vida digital. O “brain rot” não é apenas uma expressão moderna, mas um reflexo de como o excesso de estímulos digitais pode comprometer a qualidade de vida. Por isso, é essencial promover o uso consciente da tecnologia e, em casos mais graves, buscar ajuda profissional”, o psiquiatra e professor da UNIFACS, cujo curso de Medicina integra a Inspirali. 

Compartilhe:

MAIS LIDAS