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No Dia Mundial da Energia, Francisco Carlos destaca os desafios e oportunidades do país para unir crescimento econômico, sustentabilidade e inovação no setor de transportes
A energia sempre foi uma força motriz do progresso humano. Desde o domínio do fogo até as atuais redes inteligentes, o desenvolvimento de qualquer sociedade está diretamente atrelado à sua capacidade de gerar e utilizar energia de forma eficiente. Neste 29 de maio, Dia Mundial da Energia, o debate sobre como produzir, distribuir e consumir energia ganha ainda mais urgência, sobretudo diante das metas de descarbonização e da necessidade de garantir mobilidade sustentável para a população.
Segundo o professor Francisco Carlos, docente de Economia da Faculdade ESEG, do Grupo Etapa, a relação entre energia e qualidade de vida é direta. “O consumo energético gera externalidades positivas, ou seja, os benefícios sociais são superiores aos benefícios individuais. Um exemplo simples é o uso da eletricidade nas escolas, que permite aulas noturnas e aumenta a produtividade dos trabalhadores”, explica o economista.
Com cidades cada vez mais densas e a demanda por conforto e progresso material em ascensão, a pressão sobre as matrizes energéticas também cresce. De acordo com o professor, o atual modelo de produção e consumo é intensivo em capital e energia, gerando efeitos negativos no meio ambiente. “Mudam os setores, mas as causas dos problemas permanecem as mesmas: estão ligadas à forma como produzimos e usamos energia”, afirma.
Nesse contexto, o Brasil se destaca por ter uma das matrizes energéticas mais limpas do mundo. A geração de energia por fontes renováveis, como hidrelétricas, biomassa e solar, posiciona o país como referência internacional. No entanto, para consolidar sua liderança na transição energética, o país precisa superar entraves regulatórios e acelerar investimentos em infraestrutura, especialmente no setor de mobilidade elétrica.
“O Brasil tem uma chance real de liderar a transformação da mobilidade. Mas, para isso, é preciso agir agora. Sem planejamento e políticas públicas integradas, corremos o risco de perder o bonde da história”, alerta Francisco Carlos. Para o especialista, o desenvolvimento de uma cadeia produtiva nacional de veículos elétricos, a expansão de pontos de recarga e a redução de impostos para tecnologias limpas são medidas essenciais para os próximos dez anos.
A mobilidade elétrica é vista por especialistas como um pilar estratégico na luta contra as mudanças climáticas e a poluição urbana. Com a eletrificação da frota, é possível reduzir significativamente as emissões de gases de efeito estufa, melhorar a qualidade do ar e diminuir a dependência de combustíveis fósseis. Mas o avanço exige coordenação entre governo, setor privado e sociedade civil.
“Não é viável deixar a responsabilidade apenas nas mãos do mercado. O retorno dos investimentos em infraestrutura energética é de longo prazo, o que exige a participação do Estado. É uma questão de planejamento nacional”, reforça o professor da ESEG. Segundo ele, a criação de indicadores energéticos e ambientais claros é fundamental para orientar as decisões e garantir o desenvolvimento sustentável.
Além dos benefícios ambientais, a mobilidade elétrica também pode gerar impacto econômico positivo. Estímulos à indústria nacional de componentes, veículos e baterias podem impulsionar empregos qualificados e ampliar a competitividade do Brasil no cenário internacional.
O futuro da energia e da mobilidade será decisivo para os rumos do país nas próximas décadas. “A energia é o elo entre sustentabilidade ambiental e desenvolvimento econômico e social. Não se trata apenas de produzir eletricidade, mas de garantir que ela seja usada de forma inteligente para transformar realidades e promover inclusão”, conclui Francisco Carlos.