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Para Gustavo Loiola, especialista em ESG e membro do UN Global Compact, a conferência de Baku precisa ser um ponto de virada em termos de compromissos
A 29ª conferência do clima das Nações Unidas (COP29) começou nesta segunda-feira (11) em Baku, capital do Azerbaijão. Segundo especialistas, a expectativa para este ano é de avanços nas negociações climáticas, com foco principal no mercado de carbono, o qual muitos países expressaram decepção com a falta de clareza nas regras de comercialização de créditos estabelecidas pelo Artigo 6 do Acordo de Paris.
“O mercado de carbono é um catalisador vital para iniciativas de mitigação climática e transição sustentável. Se as regras forem bem definidas, podem acelerar a transição energética e ajudar os países a cumprirem suas metas de descarbonização”, destaca Gustavo Loiola, especialista em ESG e Gerente de Projetos Educacionais no PRME, iniciativa do UN Global Compact. Segundo ele, o objetivo deste ano deve ser criar um sistema global robusto que incentive práticas sustentáveis e permita transações financeiras com créditos de carbono entre países.
O financiamento climático também é uma preocupação urgente. O compromisso de 100 bilhões de dólares anuais, estabelecido para ajudar países em desenvolvimento na transição verde, vem sendo apontado como insuficiente. Para a conferência de Baku, há expectativa de uma nova abordagem mais robusta. “No contexto latino-americano, mecanismos financeiros sólidos são vitais para implementação de soluções de longo prazo”, pondera o especialista.
Além disso, essa será a primeira conferência após a divulgação do Global Stocktake, que revelou um progresso insuficiente das nações para atingir a meta de limitar o aquecimento global a 1,5°C. Isso coloca ainda mais pressão sobre os líderes para revisar suas NDCs com maior ambição. “A COP29 precisa ser um ponto de virada em termos de compromissos. Espera-se que os países aumentem suas metas e tomem ações concretas antes da COP30 no Brasil”, complementa Gustavo Loiola.