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Estudo da consultoria, em parceria com a Abraceel, aponta caminhos para zerar emissões e sustentar crescimento no segmento de eletricidade até 2050
A Thymos Energia, uma das maiores consultorias de negócios do País especializada no setor de energia, estima que, para zerar as emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) até 2050, o setor elétrico mundial deve atingir investimentos anuais de US$ 2,2 trilhões, gradativamente. O montante é necessário para a modernização e digitalização dos sistemas elétricos para que se adaptem às novas tecnologias e formas de consumir energia. A análise faz parte do estudo elaborado pela consultoria em parceria com a Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel) sobre o CIGRE Paris Session 2024, um dos maiores encontros globais do setor elétrico.
Além de uma transição energética para fontes renováveis, os países terão que ampliar a oferta de geração de energia para suportar o crescimento previsto do consumo. A demanda global por eletricidade, impulsionada pela expansão populacional e pela eletrificação de processos industriais e de transporte, deve aumentar mais de 150% até 2050, tornando necessários investimentos robustos em infraestrutura.
“As mudanças climáticas já são uma realidade. Os últimos dez anos foram os mais quentes já registrados e, entre janeiro e setembro deste ano, a elevação da temperatura média mundial foi de 1,54oC. Isso significa que a meta central do Acordo de Paris pode estar em xeque se não forem adotadas medidas urgentes. Entendemos que o setor elétrico pode ter uma contribuição importante nesse aspecto”, diz Jovanio Santos, diretor de Novos Negócios da Thymos Energia. Dados do World Energy Outlook (IEA, 2023) mostram que as emissões globais de CO2 do setor de energia, atualmente em 15 gigatoneladas, devem cair 45% até 2030 no cenário de emissões líquidas zero, sendo zeradas globalmente até 2045.
Um caminho para se atingir a meta global é a descarbonização da matriz elétrica, com o uso de fontes renováveis. Até 2050, será preciso dobrar a extensão das redes de transmissão e distribuição no mundo, com mais de 80 milhões de quilômetros com a substituição ou implementação de nova infraestrutura. O estudo da Thymos demonstra que os mercados de energia também deverão aumentar a flexibilidade dos seus sistemas para atender oscilações no consumo de energia no curto e médio prazo, além de lidar com a característica intermitente de algumas fontes renováveis. Nesse sentido, outra tecnologia emergente que pode contribuir para a estabilidade do fornecimento de energia são os sistemas de armazenamento.
Investimentos públicos e privados – O levantamento da Thymos mostra ainda que há outras tecnologias em estudo no mundo, como hidrogênio de baixo carbono e veículos elétricos, que podem dar suporte a uma matriz energética mais sustentável. Porém, os avanços vão demandar esforços públicos e privados para que possam ser integradas, de fato, aos mercados de eletricidade e trazer benefícios à matriz global.
“É importante que os países definam estratégias de uso para as tecnologias, considerando as particularidades de cada setor da economia e definam políticas e regulamentações pertinentes. O resultado será a promoção de um ambiente de negócios saudável, com o desenvolvimento de novos produtos para atender as necessidades do consumidor de energia”, analisa Jovanio. Ele reforça que a colaboração internacional é essencial para compartilhar experiências e criar soluções adaptadas às especificidades de cada nação.
Liberação do mercado de eletricidade – O levantamento apresenta diferentes experiências de abertura do mercado: os totalmente liberalizados; Austrália e Noruega, e outros em aprimoramento, como Israel, Rússia e Brasil, e seus efeitos em cada localidade. “As mudanças climáticas têm impactado no cotidiano, e o consumidor se tornado cada vez mais consciente sobre o uso da energia elétrica. A abertura do mercado é um aspecto indissociável da descarbonização da matriz na transição energética”, afirma Jovanio.
Segundo o executivo, permitir que o consumidor escolha seu fornecedor e soluções energéticas de acordo com suas necessidades impulsiona a competitividade e a inovação no setor, ao mesmo tempo em que acelera a adoção de fontes de energia limpa e a incorporação de tecnologias sustentáveis, pilares fundamentais do movimento de descarbonização.
O White Paper da Missão Abraceel Paris 2024 foi elaborado com curadoria da Thymos Energia e sintetiza os debates acompanhados pelo grupo durante o evento Paris Session, que reuniu mais de 9 mil participantes de mais de 100 países. Realizado pelo CIGRE, o evento destacou as mudanças climáticas, a segurança energética e a integração de fontes renováveis como temas centrais para a transição energética.
Sobre a Thymos Energia A Thymos Energia é uma das maiores empresas brasileiras de consultoria e gestão de energia. Com a missão de transformar o complexo em simples, a empresa oferece soluções de ponta a ponta da cadeia: geração, transmissão, distribuição, comercialização e consumo, além de orientar investidores que buscam oportunidades nesses segmentos. A energia para o futuro precisa ser projetada, planejada e construída hoje e o trabalho da Thymos é dar o suporte necessário para que as melhores decisões sejam tomadas.