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Segundo especialistas da Alura Para Empresas e da FIAP, diversas organizações estão se tornando mais competitivas em seus setores ao impulsionarem carreiras
O Dia da Educação, comemorado em 28 de abril, é uma data a ser celebrada não somente por instituições de ensino, mas também pelo mercado de trabalho, ao passo que promove várias reflexões. A pesquisa “World Employment Confederation”, apresentada por Denis Pennel no Conarh 2023, por exemplo, mostra que a principal razão dos pedidos de demissão em 2022 está relacionada à falta de desenvolvimento e perspectiva de carreira, com 41% das respostas. Por conta de números como esse, diversos especialistas vêm discutindo cada vez mais a importância da aprendizagem junto às companhias, também chamadas de “empresa-escola”.
É o caso de Priscilla Lacava, Consultora de Educação Corporativa da Alura Para Empresas, solução de desenvolvimento de pessoas em tecnologia, que reforça a necessidade das organizações criarem e fomentarem uma cultura de aprendizagem. “A companhia que aprende é aquela que inova, que acompanha a evolução e faz as mudanças necessárias, se mantém atenta e atualizada. E tudo isso só é possível se os seus colaboradores forem genuinamente incentivados e se engajarem nessa filosofia”, diz.
Guilherme Pereira, Diretor Acadêmico dos MBAs da Faculdade de Informática e Administração Paulista (FIAP), ressalta esse raciocínio, explicando que as empresas podem atuar como centros de treinamento e formação “on the job”. “Os novos desafios tecnológicos e as fronteiras da aplicação da tecnologia estão no campo corporativo, por isso a aprendizagem ágil e contínua é essencial no dia a dia de trabalho”, afirma.
Benefícios de investir na educação corporativa
O estudo Educação Tech & Eficiência Operacional das Empresas, conduzido pela própria Alura Para Empresas em parceria com a FIAP, revela que as organizações observam um aumento de produtividade (64%) e engajamento (45%) a partir dos investimentos em educação corporativa. Além disso, 60% também avaliam que seus clientes ou usuários conseguiram perceber – de forma direta ou indireta – os impactos positivos desses esforços.
“As companhias criam um contexto de resposta rápido e efetivo para as mudanças constantes do mercado, com mais facilidade para incorporar novas competências e executar as teses de transformação necessárias para o negócio”, explica Pereira. “Por um lado, o colaborador adquire experiência, desenvolve o seu repertório e passa a ter a carreira mais reconhecida; por outro, a empresa soluciona os seus problemas com velocidade e retém um talento comprometido”, complementa Lacava.
Como desenvolver uma cultura de aprendizagem
O estudo ainda pontua que a coparticipação em cursos de graduação e pós-graduação é um dos formatos de ensino mais votados entre as maiores organizações (32%). Já a aquisição de cursos pontuais, conforme a necessidade dos times, foi o mais presente entre os que atuam nas menores (17%). Para Pereira, há muitas questões a serem avaliadas na hora de escolher a melhor ferramenta educacional, mas as soluções híbridas geralmente têm maior eficácia para o domínio de novas competências.
“Aposte em um portfólio de ações com modelos síncronos e assíncronos, em níveis de maturidade que podem ser utilizados de forma adaptativa e integrados para criar jornadas adequadas aos estilos de cada colaborador”, aconselha a especialista. “Ao mesmo tempo, também é importante promover um ambiente que gere organização, para que os profissionais acessem as trilhas disponíveis e desenvolvam sua maturidade técnica”, completa.
Lacava ainda enfatiza a importância de alinhar as demandas do colaborador e da empresa no momento de estruturar uma ação de capacitação. “Só a oferta não leva o indivíduo a querer aprender. Portanto, a companhia deve mapear e ouvir as necessidades e motivações do profissional, assim como trazer de forma transparente os seus propósitos e diretrizes estratégicas”, conclui.