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Dr. Gustavo Nacif, da healthtech Axenya, fala sobre o que são e como tratar e evitar doenças relacionadas a esforços repetitivos
Hoje, dia 28 de fevereiro, é o Dia Internacional de Combate às LER/Dort, siglas para Lesões por Esforço Repetitivo e Distúrbios Osteomusculares Relacionadas ao Trabalho. Essas síndromes estão associadas diretamente ao desempenho da atividade profissional e atacam, primordialmente, músculos, nervos e tendões do pescoço, dedos, mãos, braços e ombros, além da coluna lombar, gerando inflamações por sobrecarga. Algumas das mais comuns são tendinite, bursite ou dorsalgias – as famosas dores na coluna.
O último estudo realizado pelo Ministério da Saúde, em 2018, revelou que entre os anos de 2007 e 2016 foram contabilizados 65.599 casos de LER/Dort no Brasil e constatou que essa é a comorbidade que mais afeta os trabalhadores do país, sobretudo as mulheres.
De acordo com Gustavo Nacif, ortopedista e diretor médico da healthtech Axenya, que coordena planos de saúde corporativos de ponta a ponta, a evolução ergonômica de ferramentas de trabalho, como mesas, cadeiras, computadores e mouse, ainda não foi capaz de reduzir o avanço de doenças ocupacionais.
“Ao mesmo tempo que os equipamentos que utilizamos para realizar nossas atividades de trabalho são mais amigáveis e de fácil uso, as exigências de produtividade se tornaram maiores e o mercado está cada vez mais competitivo. Esse equilíbrio entre avanço tecnológico e o aumento de produtividade faz com que as doenças musculoesqueléticas permaneçam figurando entre as principais causas de afastamento previdenciário”, explica.
Quando há alguma inflamação relacionada a LER/Dort, alguns dos principais sintomas são dores, alteração na sensibilidade, sensação de formigamento, dormência ou fadiga muscular, além de uma notável redução na força e amplitude do movimento.
De acordo com Nacif, o tratamento varia conforme a localização e o grau de inflamação. “A partir do momento que as queixas atrapalham o desenvolvimento das atividades de vida diária é necessário iniciar um tratamento médico que varia individualmente, mas na grande maioria dos casos é composto por repouso relativo, analgésico, anti-inflamatório, calor ou gelo, fisioterapia, correção de comportamentos e mudança de hábitos”. Contudo, em caso de falhas do tratamento inicial, pode ser necessário cirurgia.
Segundo ele, a prevenção é a primeira maneira de abordar o tratamento de uma doença. “As medidas a serem tomadas iniciam com um ambiente de trabalho que minimize os riscos ergonômicos, desde posturas até mobiliários, equipamentos e cargas”, explica.
Confira algumas dicas para prevenir as LER/Dort
Postura: é muito importante não sobrecarregar as articulações e músculos. Verifique se sua cadeira e mesa de trabalho estão adequadas ao seu tamanho, se as suas costas estão alinhadas e devidamente apoiadas no encosto. Também é importante que você utilize apoio para os pés, punhos e cotovelos. Sua tela de computador deve estar na altura dos olhos.
Pausas: é muito importante não passar muitas horas na mesma posição. Faça pausas para alongamentos a cada 25 minutos e, a cada uma hora, levante e caminhe, para evitar posições estáticas por longos períodos e ajudar a ativar a circulação no seu corpo.
Alimentação: não fique muito tempo sem se alimentar e sem tomar água. O corpo precisa de energia.
Exercícios: pratique atividades físicas fora do horário de trabalho, seja de alongamento ou aeróbicas. A regra é sempre manter o corpo em movimento.
Sobre a Axenya
Fundada em 2020, a Healthtech Axenya usa inteligência artificial para coordenar carteiras de saúde corporativa de ponta a ponta, alinhando interesses de empresas, planos de saúde e pacientes em um único serviço. Por meio do monitoramento tecnológico, a Axenya diminui a sinistralidade dos planos de saúde nas empresas, ao mesmo tempo em que promove saúde e bem-estar para os funcionários. Em julho de 2021, recebeu aporte de gestoras como big_bets, Igah Ventures e Alexia Ventures e, em agosto de 2022, anunciou fusão com a corretora HealthCO. Hoje, a Axenya atende cerca de 50 mil vidas.