14 de novembro de 2024

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Dicas de CEO: líderes revelam 19 conselhos para quem está começando a empreender no Brasil

Crédito: Freepik

Recomendações de 13 líderes apontam desde cuidados com saúde e bem-estar até como formar um bom time, ter mentores e desenvolver melhor os produtos

Com 42 milhões de empreendedores, segundo o Global Entrepreneurship Monitor (GEM), o Brasil se destaca como um dos países com mais pessoas envolvidas no universo dos negócios.  Empreender ocupa o terceiro lugar na lista dos maiores desejos dos brasileiros, ficando atrás apenas de viajar pelo país e adquirir a casa própria. No entanto, transformar esse sonho em realidade não é tarefa simples. Os desafios vão desde a alta carga tributária e a burocracia até a obtenção de crédito, a criação de propostas inovadoras e o desenvolvimento de habilidades de gestão e capacitação profissional.

Para apoiar quem está iniciando sua trajetória ou buscando dar um novo impulso aos negócios, CEOs e cofounders de empresas e startups líderes em seus segmentos compartilham recomendações valiosas. Confira as dicas e aprenda com quem já trilhou esse caminho:

1. Valide sua ideia rapidamente

Diego Daminelli, fundador e CEO da Branddi, empresa especialista no combate à concorrência desleal no ambiente digital, lista seus 2 conselhos, indica que testar a sua ideia o mais rápido possível no mercado real é fundamental para coletar feedbacks. “Não espere pela perfeição. Aprenda com os primeiros clientes e ajuste o produto com base nas necessidades reais.”

2. Seja resiliente

Ele ainda alerta que empreender envolve desafios constantes e a habilidade de se adaptar é uma estratégia que precisa ser considerada. “Desenvolva a capacidade de se adaptar a obstáculos e fracassos”, afirma. 

Guilherme Maia, Co-Founder da EmCash, fintech as a service especializada em crédito corporativo, também reforça a importância da resiliência para quem está empreendendo. “Não desista diante das dificuldades. Adote uma mentalidade positiva e persistente no dia a dia, ajustando as estratégias sempre que necessário”, comenta.

3. Conheça bem o seu mercado

Maia ainda destaca como dica o conhecimento do mercado. “É fundamental entender quem são seus concorrentes, seu público-alvo e as tendências do setor. Realizar pesquisas e estar atento às movimentações do mercado permite que o empreendedor se antecipe às mudanças e ajuste sua estratégia. Incorpore a prática de análise de mercado regularmente para tomar decisões informadas”.

Zhang Shuzong, CEO da Finvity, plataforma que oferece soluções escaláveis e sob medida para planejamento financeiro, patrimonial e sucessório, também fala do conhecimento sobre o público-alvo como um pilar essencial. “Realizar pesquisas para identificar as necessidades e desejos, seja através de redes sociais e/ou feedbacks diretos, ajudará a personalizar ofertas e a criar uma conexão mais forte com seus clientes”, afirma o executivo.

4. Defina metas claras, específicas e alcançáveis

Para Zhang, “ter objetivos definidos, dentro da realidade de cada negócio, ajuda a direcionar esforços e medir seu progresso”. 

E definir objetivos em diferentes prazos também pode fazer muita diferença para quem está começando seu negócio. Juliano Dias, fundador e CEO da Meetz, Startup que oferece soluções de prospecção e de sales engagement de ponta a ponta para negócios B2B, explica que “saber onde quer chegar é algo complexo de fazer com segurança, mas não deixe de pensar nisso e de montar um plano simples e ajustável. Paralelamente, elabore planos de ação de curto prazo para alcançar metas rapidamente, tendo em mente que cada passo dado deve levar você no sentido do objetivo de longo prazo. Esse equilíbrio permite manter o foco no futuro enquanto gerencia efetivamente as operações diárias. Não esqueça: faturamento é ego, mas o caixa é rei.”

5. Começar Vendendo

O executivo da Meetz também aponta que a esperar a perfeição logo no início não pode ser um fator determinante para não iniciar logo suas vendas. “Não espere que tudo esteja perfeito antes de lançar seu produto ou serviço. Inicie as vendas o quanto antes e entenda que isso serve para validar sua ideia no mercado real, além de te dar insights sobre como o cliente quer de fato receber o que comprou, e como você gera valor com isso. Com cada ciclo de venda e entrega, aprenda e ajuste seu negócio para crescer de forma contínua. Como sempre digo: se nasceu pronto, nasceu tarde”, recomenda Dias.

6. Não tenha medo de errar

Gustavo Costa, fundador e CEO da LGL Case, agência de marketing e de experiência em eventos, destaca também o medo de errar como algo que deve ser deixado de lado. “Entender que o erro é parte do processo de crescimento é fundamental para qualquer empreendedor. A diferença se faz, na sua atitude perante ao erro. Você pode sentar e esperar ventos favoráveis, ou arregaçar as mangas e de forma ágil, corrigir as velas do seu navio. Sobre trabalhar duro, esse sempre foi meu lema de vida. Trabalhar duro significa entregar mais, superar expectativas e fomentar experiências incríveis aos nossos clientes. O mundo está cheio de pessoas nota 10, mas que se contentam com 6. Aos empreendedores, seja o exemplo daquilo que você espera de seus colaboradores”.

7. Aprendizado contínuo

Costa ainda ressalta sobre a relevância de ter uma equipe melhor que você, que está empreendendo. “Contrate pessoas melhores que você. Por mais efetiva que seja sua gestão, sempre existirão especialistas que poderão somar diferentes expertises e visões ao seu negócio. Ache esses talentos. As motive. As prepare para dias de alegria, mas também para os de guerra. Torne sua empresa apta a processos de aprendizado contínuo. Fomente inovação, permita-se às novas ideias. O mundo nunca foi tão veloz. Sua empresa precisa, ao menos, imprimir ritmo semelhante”.

8. O conceito da ilha

Eduardo Abichequer, fundador e CEO da Yuool, startup de tênis confortáveis e sustentáveis, afirma que empreender é uma das atividades mais desafiadoras que se pode realizar, “especialmente em um país que, muitas vezes, impõe mais obstáculos do que oferece apoio aos empreendedores”. Nesse contexto,o executivo acredita firmemente no conceito da “ilha”: “ao se comprometer com um empreendimento, deve-se “queimar os barcos”, ou seja, eliminar qualquer possibilidade de recuo, garantindo que a única alternativa seja o sucesso. Essa mentalidade tem sido crucial ao longo da nossa jornada, pois, apesar dos desafios recorrentes e das situações que, por vezes, parecem impossíveis, a determinação em encontrar a solução prevalece”.

9. O não, eu já tenho

Abichequer também reforça que “pensar grande” é um bom caminho para quem está iniciando. “Parto do princípio de que o “não” já é a resposta garantida se não houver uma tentativa. Por isso, busco sempre explorar caminhos, por mais difíceis que sejam, onde todas as partes envolvidas possam se beneficiar do sucesso da tarefa. Acredito que essa abordagem não apenas amplia as chances de sucesso, mas também fomenta parcerias e oportunidades que, de outra forma, poderiam passar despercebidas”.

10. Foco no produto

Fábio Napchan, fundador e CEO da Quality24, healthtech que oferece soluções de apoio à gestão hospitalar de forma integrada, acredita em dois pontos essenciais para o sucesso, o primeiro deles é focar no produto. “Minha primeira dica é focar, desde o início, no cliente. É muito comum, no começo da jornada, o empreendedor olhar somente para o produto, seja por inexperiência comercial ou por paixão pela ideia —  sendo muito importante, mas, muitas vezes, pode “cegar” o empreendedor. É fundamental priorizar a validação rápida do seu produto ou serviço com clientes reais, mesmo que em versão simplificada —  isso economiza recursos valiosos e permite ajustes cruciais baseados em feedback genuíno. O foco no cliente deve ser um exercício recorrente – o que significa dizer que deve fazer parte de um processo contínuo dentro da empresa. Para isso, é fundamental criar uma rotina semanal, quinzenal ou mensal (dependendo dos recursos da empresa) para realizar entrevistas, pesquisas e touchpoints com clientes, coletando feedbacks que ajudem a refinar o produto ou serviço”. 

11. Mentores são essenciais

Já o segundo é o apoio de pessoas mais experientes no mercado. “A segunda dica é cultivar uma rede de mentores e outros empreendedores do seu setor; esse networking não só abre portas para grandes oportunidades, mas também oferece aprendizados preciosos através das experiências compartilhadas por quem já enfrentou desafios similares. Para isso, é importante participar de eventos de networking como feiras, simpósios, podcasts e quaisquer outros meios de encontro e discussão relativos ao seu setor, além de estar sempre aberto a ajudar outros empreendedores que estejam enfrentando desafios similares aos seus”, conta Napchan.

O CEO e fundador da Monest, Thiago Oliveira, também reforça essa dica, ressaltando que encontrar as autoridades do seu nicho é um ótimo caminho para aprender com os melhores. “Com certeza eles já passaram por diversos desafios que você ainda vai passar e podem te auxiliar nesses primeiros passos que são os mais difíceis. Provavelmente o setor que você está inserido tem uma comunidade com diversos profissionais onde você pode encontrar muito apoio”, destaca Oliveira.

12. Decida quem são os seus parceiros

Ainda nessa linha de mentores, Alex Tabor, fundador e CEO da Tuna, fintech que oferece múltiplas combinações de provedores de pagamentos e antifraude, personalizando seus serviços conforme as necessidades de cada cliente, indica que o apoio do time da formação dos produtos também é relevante para o sucesso do negócio. “Para quem está começando a empreender, há dois principais objetivos: decidir quais produtos criar, e com quem fazer. Gosto mais de decidir com quem primeiro, pois com um time forte a probabilidade de alcançar sucesso aumenta muito, e com o time formado, você consegue definir os produtos conforme a capacidade da equipe de devolver esse produto melhor do que outros times, que teriam características diferentes. Idealmente, o time deve ser composto por duas ou três pessoas inteligentes e dedicadas, que tenham uma ótima sinergia cultural com você, além de ter fortalezas que complementam as suas. Por exemplo, um pode ser muito forte em TI, e o outro em vendas e marketing”.

13. Ao criar o produto, pense nos possíveis erros

Ele ainda reforça que “uma vez que você tem uma ideia de um produto que talvez gere valor, é mais ágil pensar nos motivos que podem não funcionar na prática e ir tentando mostrar, com testes, o que não funcionaria por determinados motivos. Por exemplo, se quer vender algo na internet, pode ser que o seu produto não seja algo que as pessoas buscam no online, o que dificultaria angariar clientes. Nesse caso, pode comprar anúncios no Google para as palavras que tem a ver com o produto. Mas, se você vê que tem um bom volume de buscas, esse motivo de não funcionar já foi descartado. Depois, passe para o próximo motivo e repita o exercício. Se testar todas as hipóteses com testes reais e nenhum resultado mostrar que não funcionará, você já tem um produto mínimo viável no ar funcionando”, aponta Tabor.

14. Faça da tecnologia uma aliada do seu negócio

Fernanda Clarkson, Sócia Fundadora e CMO da SuperFrete, plataforma que impulsiona o ecossistema de comércio eletrônico, ao conectar empreendedores, por meio de dados e tecnologia aos melhores fretes, indica a tecnologia como uma aliada. “Invista em plataformas que centralizem suas operações, desde a gestão financeira até o controle de estoque e logística para e-commerce. Essas ferramentas ajudam a economizar tempo, reduzir custos e aumentar a eficiência, liberando você para focar em estratégias de crescimento.”

15. Diversifique suas opções de frete

Além disso, para quem atua com e-commerce, Clarkson recomenda “oferecer diversas opções de frete e entrega, como frete expresso e econômico é essencial para atender diferentes perfis de consumidores. Isso permite maior flexibilidade, melhora a experiência do cliente e pode aumentar as taxas de conversão no seu site.”

16. Desenvolvimento regional

Ricardo Ferreira, CEO da Rethink, consultoria de tecnologia, design e estratégia focada no desenvolvimento de serviços e produtos digitais, reforça que para aqueles que estão fora do eixo Rio-São Paulo, é importante valorizar e investir no ecossistema local. “O potencial de inovação pode surgir em qualquer lugar, independentemente da localização. O suporte da comunidade em que estamos inseridos nos fortalece e nos dá novas oportunidades de expansão, especialmente em mercados menos explorados. Hoje, aconselho empresas a investirem nas conexões locais, porque o crescimento pode vir de onde menos se espera”. 

17. Busque conhecimento constantemente

Ferreira ainda recomenda a busca constante de novos aprendizados. “Na minha opinião, a principal habilidade que um profissional deve buscar, independente da área de atuação, é o aprendizado contínuo. Por meio dele, é possível se adaptar a novas tecnologias, processos e métodos de trabalho, bem como desenvolver a capacidade de compreender o outro e se relacionar bem com pares, líderes e parceiros”. 

18. Cuide da sua saúde física e mental

Um negócio de sucesso não pode existir se seus líderes não tiverem uma saúde que permita o investimento de tempo e energia na dedicação para a empresa. Por isso, Henrique Flôres, cofundador da Contraktor recomenda que os novos empreendedores façam exercícios físicos regularmente e tenham uma alimentação saudável. “Inclua uma rotina de mindfulness no seu dia, durma 8h por dia. Ajude ao próximo, pois a generosidade melhora o humor, gera mais disposição e aumenta a confiança. Cuide bem da sua saúde física e mental, elas serão fundamentais para você resistir ao sem-número de obstáculos sobrevindos em uma longa maratona de construção de um negócio.”

19. Seu empreendimento demanda seu tempo

Atrelado a isso, Rafael Teixeira, CEO da Clínica da Cidade, alerta que “empreender não significa trabalhar menos, muito pelo contrário. Suas responsabilidades e a carga de trabalho aumentam significativamente. Por isso, é fundamental ter um propósito claro e forte naquilo em que se investe tempo e dinheiro”.

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