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Embora ainda pouco conhecidas pela população em geral, as doenças inflamatórias intestinais (DIIs) exigem atenção especial aos sintomas persistentes e ao impacto que causam na qualidade de vida. Comumente confundidas com outras condições do trato gastrointestinal, a Doença de Crohn e a Retocolite Ulcerativa são as formas mais comuns dessas enfermidades crônicas, que afetam milhões de pessoas no mundo, inclusive no Brasil – são aproximadamente 100 diagnósticos confirmados para cada 100 mil habitantes, de acordo com dados da Organização Brasileira de Doença de Crohn e Colite (GEDIIB).
Atenção aos primeiros sinais
Os primeiros sinais podem surgir de maneira discreta e pouco específica, como cansaço excessivo, mudanças no hábito intestinal e desconforto abdominal. Com a progressão do quadro, porém, os sintomas tendem a se tornar mais evidentes e intensos. No caso da Retocolite Ulcerativa, é comum o aparecimento de diarreia com sangue e muco, urgência para evacuar, sensação de evacuação incompleta, dor abdominal (geralmente no flanco esquerdo), fadiga, perda de peso e anemia. Já na Doença de Crohn, apesar de alguns sintomas semelhantes, como diarreia e emagrecimento, a dor costuma se concentrar no quadrante inferior direito do abdome. Além disso, podem surgir febre baixa persistente, fístulas perianais, abscessos, estenoses intestinais e manifestações extraintestinais, como artrite, aftas, lesões na pele e inflamação ocular (uveíte).
De acordo com o médico Thiago Cornélio, cirurgião do aparelho digestivo do Instituto de Oncologia de Sorocaba (IOS), geralmente os sintomas se desenvolvem de forma gradual, mas pioram com o passar do tempo. Por isso, é importante estar atento. “Em alguns casos, especialmente em surtos graves, o início pode parecer súbito, mas em retrospectiva há sinais prévios negligenciados”, explica.
Quando procurar atendimento médico
A recomendação médica é procurar atendimento quando alterações intestinais se mantêm por algumas semanas, principalmente se vierem acompanhadas de sangue nas fezes, dores abdominais frequentes, perda de peso involuntária ou surgimento de fístulas e abscessos na região anal. “Quanto mais precoce o diagnóstico, melhor o controle da doença e menor o risco de complicações como estenoses, perfurações ou necessidade de cirurgia”, alerta o especialista.
Diagnóstico
As DIIs afetam, em sua maioria, pessoas jovens, com maior incidência entre os 15 e 35 anos. Contudo, também podem se manifestar na infância, na adolescência e, em um segundo pico, após os 60 anos. O diagnóstico é complexo e envolve uma combinação de avaliações clínicas, laboratoriais e de imagem. A investigação começa com a análise detalhada do histórico do paciente e um exame físico criterioso. Exames de sangue ajudam a detectar sinais de inflamação e anemia, enquanto testes específicos nas fezes, como a dosagem de calprotectina, indicam a presença de inflamação intestinal.
Exames como a colonoscopia com biópsia ajudam a diferenciar as doenças: enquanto a Retocolite Ulcerativa apresenta inflamação contínua a partir do reto, a Doença de Crohn se caracteriza por lesões segmentares e profundas. Em alguns casos, são necessários exames de imagem mais detalhados, como enterotomografia e enteroressonância.
Há como prevenir as DIIs?
Atualmente, ainda não há uma forma comprovada de prevenir as doenças inflamatórias intestinais, segundo Dr. Thiago. Isso porque essas enfermidades resultam de uma combinação complexa de fatores genéticos, imunológicos e ambientais. No entanto, ele destaca que mudanças na alimentação e no estilo de vida são fundamentais para o controle da doença. Manter uma nutrição adequada é essencial, pois alimentos processados, condimentos picantes, lactose e fibras insolúveis podem irritar o intestino, dificultando o controle da doença. Além disso, evitar o tabagismo e o consumo excessivo de álcool contribui significativamente para a redução dos sintomas. “Além disso, exercícios físicos regulares e técnicas de gerenciamento de estresse podem melhorar a qualidade de vida e potencialmente influenciar o curso da doença”, finaliza o médico.
Sobre o Instituto de Oncologia de Sorocaba
Referência há 30 anos em quimioterapias e infusões oncológicas e não oncológicas, o Instituto de Oncologia de Sorocaba (IOS), junto com o Hospital Evangélico de Sorocaba, integra o hub Sorocaba da Hospital Care, uma das maiores administradoras de serviços de saúde do país.
O Instituto possui uma equipe multidisciplinar altamente capacitada formada por médicos, farmacêuticos, nutricionista, psicóloga e enfermeiros. Com estrutura completa, conta com quartos individuais e acolhedores e atendimento humanizado.
O IOS tem acreditação internacional de qualidade pela ACSA (Agencia de Calidad Sanitaria de Andalucía) desde 2021. Foi a segunda instituição de oncologia no país a obter esta certificação.