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Pesquisas apontam que a ansiedade relacionada ao meio ambiente afeta 70% da população no Brasil e cresce entre as novas gerações
A ecoansiedade, termo que descreve a angústia causada pela crise climática, tem se tornado uma preocupação global. Um estudo publicado na revista The Lancet Planetary Health (2021) revelou que 45% dos jovens entre 16 e 25 anos em dez países relatam impactos negativos da ansiedade climática no dia a dia. No Brasil, segundo o Instituto Ipsos (2023), 70% da população já sente reflexos emocionais das mudanças no meio ambiente. Diante disso, empresas como a Marulho, que atuam na preservação ambiental, destacam a necessidade de ampliar o debate e buscar soluções para mitigar esse efeito crescente.
O fenômeno da ecoansiedade reflete não apenas o medo em relação ao meio ambiente, mas também as desigualdades estruturais do país. Regiões mais vulneráveis sofrem de forma desproporcional os impactos das mudanças climáticas, o que intensifica sentimentos de insegurança e impotência entre suas populações. Os danos econômicos também são alarmantes. Segundo um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), o Brasil pode perder até R$ 3,6 trilhões até 2050 devido a eventos climáticos extremos. Setores essenciais como agricultura, energia e turismo enfrentam grandes desafios, o que pode acarretar aumento do desemprego e da pobreza, exacerbando ainda mais a ecoansiedade entre os trabalhadores.
As comunidades indígenas e as populações negras, por sua vez, enfrentam dificuldades ainda maiores. Os povos originários, que ocupam 13% do território nacional, veem seu modo de vida ameaçado por invasões, desmatamento e queimadas. Já as populações negras, que representam 56% da população brasileira, são frequentemente afetadas por enchentes e deslizamentos em áreas periféricas das grandes cidades, onde o acesso à infraestrutura adequada é escasso.
Especialistas apontam que enfrentar a ecoansiedade exige uma abordagem ampla, que vá além do suporte psicológico. Segundo Samara Oliveira, oceanógrafa, mestre em ciências e sócia da Marulho, a conexão entre saúde mental e meio ambiente precisa ser considerada na formulação de políticas públicas. “A ecoansiedade não é apenas um problema emocional, mas um reflexo da urgência climática. É necessário unir educação, apoio psicológico e ação coletiva para enfrentar os desafios ambientais e sociais que essa crise traz”, afirma. “Ações como a disseminação de informações confiáveis sobre sustentabilidade, o incentivo ao debate e a criação de espaços para acolhimento emocional são algumas das estratégias defendidas para lidar com o problema”, complementa Samara.
Sobre a Marulho
A Marulho é uma empresa fundada em 2019 por Beatriz Mattiuzzo, com sede em Ilha Grande, dedicada à produção de produtos sustentáveis feitos a partir de redes de pesca descartadas, incluindo bolsas, mochilas, sacolas, fruteiras e pochetes, entre outros. Comprometida com a responsabilidade social, a Marulho destina 43% do valor de cada produto diretamente aos redeiros e costureiras, fortalecendo a economia local e trabalhando em estreita colaboração com a comunidade caiçara. Para mais informações, acesse: www.fazermarulho.com.br.