A 3ª edição do Enegrecer a Gestão Cultural acontece na capital baiana, de 13 a 16 de maio. As inscrições para acompanhar a programação são gratuitas e podem ser feitas a partir de 24/04
Salvador, a capital baiana, foi a cidade escolhida para sediar a terceira edição do Enegrecer a Gestão Cultural – evento para reflexão e diálogo sobre o enegrecimento das instituições culturais, que ocorrerá de 13 a 16 de maio, no Goethe-Institut (Av. Sete de Setembro, 1809 – Vitória, Salvador). Com perspectiva itinerante o evento acontece pela primeira vez na cidade, garantindo a representação do Nordeste nos propósitos de circulação do debate.
A importância deste projeto ser realizado em Salvador baseia-se na sua rica história cultural afrodescendente, na diversidade étnica presente na cidade e no seu papel central na luta pela igualdade racial no Brasil, tornando-a um ambiente propício para discutir e promover o enegrecimento das instituições culturais. A estimativa da organização do evento é que cerca de 500 pessoas passem pelo local para acompanhar as atividades nos três dias de evento que propõe transformações urgentes na sociedade.
As inscrições para acompanhar a programação podem ser realizadas, a partir do dia 24 de abril, através do perfil oficial do evento no Instagram: @enegreceragestaocultural. A pauta inclui temas relevantes, tais como a relação entre saúde e gestão cultural, a importância da representatividade nas instituições culturais e estratégias para promover a igualdade de oportunidades. O evento é gratuito com interpretação de Libras.
De acordo com Karla Danitza, idealizadora do Enegrecer a Gestão Cultural, os debates são essenciais para que possamos propor ações concretas que impulsionem a equidade racial nas agendas de instituições culturais. “No evento vamos reunir gestores públicos, representantes da sociedade civil, pesquisadores da economia criativa, conselheiros da iniciativa privada e agentes culturais. Serão realizadas atividades como debates, workshops e momentos de networking” explicou a gestora cultural.
O Enegrecer está em sua terceira edição e a chegada em Salvador consolida seu propósito de circulação e promoção da discussão em território nacional. “Salvador colabora com a reverberação, intensificação e posicionamento da iniciativa, tendo em vista sua realidade de cidade com o maior número de pessoas que se autodeclaram pretas e pardas, além de seu posicionamento como Capital Afro e seu permanente espaço de discussão sobre políticas culturais para o país”, comentou a idealizadora Karla Danitza.
O objetivo principal do evento é ser um espaço de diálogo, fundamental para fomentar colaborações e parcerias que promovam o enegrecimento das instituições culturais. O projeto oferece oportunidade para que diferentes atores se reúnam, compartilhem perspectivas e experiências, e desenvolvam estratégias conjuntas para promover a equidade racial no campo da cultura.
Para Karla Danitza, a terceira edição do Enegrecer a Gestão Cultural é uma iniciativa crucial e oportuna, especialmente em um momento em que a sociedade está cada vez mais consciente da necessidade de abordar questões de equidade racial e representatividade em todos os setores, inclusive na gestão cultural. “A ausência de dados precisos sobre a participação de pessoas diversas, em especial, pessoas negras, dentro das instituições públicas e privadas é a sinalização primária para que possamos promover uma discussão que colabore com políticas e diretrizes que garantam acessos e justiça social”, defende a idealizadora do evento.
A terceira edição do Enegrecer vai mobilizar pessoas das diversas áreas do setor da economia criativa de Salvador, garantindo a circulação de recursos no território de realização, bem como entre outras regiões do país. Serão mobilizadas aproximadamente 100 pessoas entre equipe, palestrantes, terceirizados e voluntários, 90% destes profissionais serão contratados em Salvador, garantindo a circulação dos recursos dentro da cidade. Interessados em apoiar o evento podem fazer contato com a produção pelo instagram @enegreceragestaocultural.
Ao abordar questões de saúde mental, diálogo multissetorial e representatividade, este projeto se posiciona como uma plataforma fundamental para impulsionar a transformação social e cultural em direção a um futuro mais inclusivo e igualitário. Realizá-lo em Salvador não só atende as estratégias de circulação a qual a iniciativa se propõe, como também abre espaço para contribuir com o debate local.
Programação
13 de maio, às 19h – abertura com apresentação da iniciativa
14 de maio, das 9h às 17h
- debate eixo 1: A quem a arte cura? Reflexões sobre a gestão cultural e a saúde.
- debate eixo 2: Barreiras de entrada X Porta adentro.
15 de maio, das 9h às 17h
- debate eixo 3: A eloquência dos silêncios e os afetos nas dinâmicas institucionais.
- debate eixo 4: Sensibilização, diálogo, comprometimento e intencionalidade na garantia de segurança psicológica das pessoas racializadas.
16 de maio, das 9h às 17h
- Workshop Boas Práticas: um dia para debates sobre boas práticas que estão ou foram testadas dentro das instituições para a promoção de diversidade, equidade e inclusão nos espaços, além de discussão de práticas sobre ações afirmativas, censos, sensibilizações.
Inscrições gratuitas: @enegreceragestaocultural.
Sobre o Enegrecer a Gestão Cultural
Alinhando-se aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 5.5, 8.5 e 10.3, o Enegrecer a Gestão Cultural busca reforçar a importância da igualdade de oportunidades e representatividade nas decisões das instituições culturais. Ao promover a diversidade e inclusão nas práticas de gestão, este projeto não apenas contribui para o alcance dos ODS, mas também fortalece as instituições culturais, tornando-as mais resilientes e responsivas às necessidades de suas comunidades.
A primeira edição do “Enegrecer a Gestão Cultural” foi realizada com parceria do Instituto Cultural Vale, no formato online, em novembro de 2021, ainda durante a pandemia. Nomes como Gilberto Costa, da JP Morgan, Carolina Nascimento, da Vale, Rodrigo Nunes da Prefeitura de Belo Horizonte, Marcos Cardoso – Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e Rosane Borges, da Universidade de São Paulo (SP), foram alguns dos nomes presentes na edição.
A segunda edição ocorreu de forma presencial, com parceria do Instituto Moreira Salles (IMS), na sede paulista, em abril de 2023. Nomes como, Renata Bittencourt do IMS; Aline Torres, da Secretaria Municipal de Cultura de SP; Viviane Santiago, do IMS; Renata Dias, Ex-FUNCEB e Secretária de Cultura da BA; Priscila Nicácio, do Museu das Culturas Indígenas; Otis Selimane, músico-instrumentista de Moçambique e Ermi Panzo, multiartista de Angola, participaram da edição.
Em resumo, foram 2 edições, 7 eixos de discussão, 2 propostas de reflexões, 1 apresentação cultural internacional, 1 apresentação de pesquisa, 35 palestrantes, 4 regiões brasileiras na edição online, 1.500 pessoas na audiência online, 100 pessoas em dois dias de encontro presencial e 4 empresas parcerias. O evento vai, ainda, circular pelas regiões centro-oeste, norte e sul.