30 de janeiro de 2025

Search
Close this search box.

Fevereiro Roxo alerta para o Alzheimer, doença que atinge milhões de brasileiros

Foto: Freepik

Envelhecimento é o principal fator de risco, mas hábitos saudáveis ajudam a retardar a progressão da doença

A Doença de Alzheimer, principal causa de demência no mundo, atinge cerca de 1,2 milhão de brasileiros, segundo o Ministério da Saúde. O número pode dobrar até 2050 com o envelhecimento da população. No Fevereiro Roxo, mês de conscientização sobre doenças crônicas como Alzheimer, Lúpus e Fibromialgia, especialistas reforçam a importância do diagnóstico precoce e da adoção de hábitos saudáveis para retardar sua progressão.

A enfermidade neurodegenerativa afeta, principalmente, idosos acima de 65 anos, mas também pode acometer pessoas mais jovens. “Pacientes acima de 80 anos têm um risco ainda maior. Estudos indicam que entre 30% e 40% dessa faixa etária são diagnosticados com Alzheimer”, afirma o Coordenador do serviço de Neurologia do Hospital Mater Dei Salvador (HMDS), Dr. Ricardo Alvim.

Segundo o neurologista, apesar de a idade ser o principal fator de risco, há medidas que ajudam a proteger o cérebro. “Manter o controle adequado da pressão arterial e da glicemia, evitar o tabagismo, praticar atividade física, dormir bem e estimular a cognição são fatores que podem retardar o avanço da doença”, explica.

Avanços no tratamento – Nos últimos anos, novas terapias vêm sendo estudadas para atuar diretamente no processo neuropatológico do Alzheimer. “Recentemente, surgiram medicamentos que reduzem o depósito da proteína beta-amiloide, associada à doença. No entanto, essas drogas ainda não têm aprovação da Anvisa, além de apresentarem potenciais efeitos colaterais, como risco de sangramento cerebral e edema”, ressalta o Dr. Alvim.

Enquanto essas novas terapias não estão amplamente disponíveis, os tratamentos existentes buscam controlar os sintomas. “Os medicamentos disponíveis atualmente ajudam a amenizar manifestações como depressão, ansiedade, alucinações e delírios, mas não interrompem a progressão da doença”, explica o especialista.

Diagnóstico – O diagnóstico precoce é essencial para um melhor prognóstico. Ele é feito com base em exames clínicos, testes neuropsicológicos e exames de imagem, como a ressonância magnética. O acompanhamento de uma equipe multidisciplinar – composta por neurologistas, geriatras, psicólogos, fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais – também é fundamental para garantir mais qualidade de vida ao paciente.

“Ainda não temos a cura para o Alzheimer, mas a ciência avança constantemente. O mais importante é o diagnóstico precoce, o suporte médico adequado e o estímulo ao cérebro ao longo da vida, para minimizar os impactos da doença”, conclui o neurologista do HMDS. Com o aumento da expectativa de vida, a conscientização sobre o Alzheimer torna-se cada vez mais necessária. O Fevereiro Roxo reforça a importância do tema e destaca que, apesar de não haver cura, é possível viver melhor com a doença.

Compartilhe:

MAIS LIDAS