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Doenças exigem um tratamento multidisciplinar e evolução dos estudos têm possibilidade maior qualidade de vida aos pacientes
O Fevereiro Roxo é uma importante campanha que busca a conscientização sobre os sintomas e tratamento de doenças como Fibromialgia, Lúpus e Alzheimer. Essas são enfermidades em que o diagnóstico precoce é muito importante para proporcionar uma maior qualidade de vida, especialmente em mulheres, que são a maior parte dos pacientes de Fibromialgia e Lúpus.
Reumatologista da Clínica Ceder, Emanuela Pimenta ressalta que a fibromialgia e o lúpus são doenças mais comuns em mulheres jovens e negras. Segundo dados da Sociedade Brasileira de Reumatologia, a fibromialgia afeta entre 2% e 12% da população adulta do Brasil, havendo essa discrepância nos números devido ao alto índice de subnotificação da doença.
No caso do Lúpus, as estimativas indicam que cerca de 150 mil e 300 mil pessoas convivem com a doença, sendo mais comum em mulheres na faixa etária entre 15 e 45 anos. Além disso, segundo o Ministério da Saúde, a incidência da enfermidade em mulheres negras chega a ser de três a quatro vezes maior do que em mulheres brancas.
Entendendo a fibromialgia
“A fibromialgia não possui uma causa específica. Porém, hoje em dia, sabemos que ela está associada a outras doenças, especialmente com transtornos mentais, como ansiedade, depressão e Burnout”, revela a especialista. Os sintomas da patologia envolvem o surgimento de dor em todo o corpo, sensibilidade nos músculos e ligamentos, fadiga, distúrbios do sono e problemas cognitivos, como dificuldades para manter a concentração ou lapsos de memória.
Um dos principais motivos para a subnotificação da doença é que os seus sintomas são subjetivos, uma vez que as dores não são visíveis. Por esse motivo, ela pode ser mal compreendida pelos familiares e pela sociedade, de um modo geral. Emanuela Pimenta explica ainda que o tratamento da doença é feito de forma multidisciplinar, em parceria entre o reumatologista, o médico da dor e o psiquiatra.
“O reumatologista realiza uma avaliação clínica de forma minuciosa desse paciente, além de exames clínicos e laboratoriais. Esse é um diagnóstico de exclusão, porque não existe um exame que seja padrão ouro para o diagnóstico da fibromialgia”, esclarece a médica. Desse modo, o relato do paciente sobre os sintomas é essencial para afastar as suspeitas de outras patologias e chegar ao diagnóstico correto da doença. Já o tratamento é realizado com antidepressivos, que vão agir no sistema nervoso central, uma vez que o mecanismo da dor da fibromialgia é neuropático.
Lúpus
O lúpus é uma doença inflamatória autoimune, que leva o sistema de defesa do corpo a atacar os seus tecidos saudáveis. Ela pode atacar a pele e outros órgãos, como os rins e o cérebro. Essa é uma enfermidade que, entre as mulheres, 60% dos casos estão presentes em pessoas na faixa dos 15 aos 45 anos.
Os sintomas para o lúpus podem variar a depender das partes do corpo afetadas pela enfermidade. Porém, de um modo geral, alguns sintomas mais comuns incluem: febre, fadiga, rigidez muscular, dor nas articulações, lesões na pele e dificuldades para respirar, além de outros mais específicos, que podem surgir a depender da parte do corpo afetada. Por exemplo, tosse com sangue pode ser um alerta de comprometimento do pulmão, enquanto dor abdominal, náuseas e vômito são sintomas comuns quando o trato digestivo está afetado.
“O lúpus possui vários sinais e sintomas, pois pode acometer vários órgãos. Então, é uma doença que o diagnóstico se dá a partir de uma avaliação dos sintomas e da realização de exames clínicos e laboratoriais”, afirma a doutora Emanuela Pimenta. Dentre os exames mais comuns para o diagnóstico da doença, estão: exames de anticorpos, hemograma, biópsia renal, radiografia do tórax e exame de urina. Em caso de suspeitas da doença, é muito importante agendar uma consulta com o reumatologista. “A medicina tem evoluído com técnicas, novas medicações, com protocolos e estudos para o tratamento do paciente. Hoje em dia, o objetivo é tratar o paciente para que ele entre em remissão e os estudos têm avançado no desenvolvimento de novos imunossupressores e imunobiológicos, que possibilitam que os pacientes fiquem sem os sintomas”, finaliza a médica.