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MovTech lista planos e expectativas para o futuro da área e os impactos previstos para jovens e grupos socialmente vulneráveis
São Paulo, janeiro de 2025 — A área da tecnologia não avança apenas a partir de novas ferramentas e máquinas, mas também — e talvez principalmente — através do progresso social. Enquanto o mercado enfrenta um gap de talentos, iniciativas surgem para trazer novas pessoas para o setor e ajudar a resolver problemas estruturais relacionados a ele. Para 2025, algumas estratégias específicas têm sido debatidas para acelerar e fortalecer esse cenário de desenvolvimento.
O Movimento Tech 2030, coalizão de organizações para promover a inclusão de pessoas de baixa renda no setor de tecnologia, é uma das iniciativas que está se preparando para os próximos passos de seus projetos sociais. Com mantenedoras como iFood, Mercado Livre e Instituto Coca-Cola Brasil, as ações do MovTech refletem algumas das tendências estudadas por especialistas nos últimos anos e que devem agitar ainda mais a área no próximo ano.
O preparo inclui revisão de prioridades e análises sobre o que o mercado e a sociedade ainda precisam com urgência. “Quando olhamos para o setor tech, vemos uma série de iniciativas sociais avançando, o que é extremamente positivo. Contudo, ainda há muito trabalho a ser feito, e é fundamental que as organizações olhem para esse lado de desenvolvimento coletivo”, comenta Mariana Lopes, Gerente Executiva do MovTech.
Entre as tendências identificadas, muito se fala sobre formação, empregabilidade e diversidade. Confira:
- Estímulo do interesse
Segundo o estudo “Futuros Possíveis” da Endeavor, o Brasil tem enfrentado um gap de talentos: de 2023 até o ano que vem, a projeção é de 530 mil vagas não preenchidas na área de tecnologia.
Isso demanda uma atenção especial para que mais pessoas se interessem pelo setor. “O primeiro passo sempre deve ser despertar a curiosidade e reforçar a importância de investir em formação. É essa a principal motivação por trás da Maratona Tech, por exemplo, que cada vez mais se consolida como um evento esperado nas escolas de todo o país”, exemplifica Mariana. A ação mencionada é a maior competição de tecnologia entre escolas do Brasil, que recentemente finalizou sua terceira edição com um milhão de estudantes beneficiados.
- Formação e capacitação
Quando o interesse está presente, é preciso focar na educação. A pesquisa da Endeavor indica que 80% das iniciativas sociais da área tech consistem em cursos de pequena e média duração, justamente porque essa é a maior necessidade do mercado — mas não se trata apenas de habilidades técnicas.
“As estratégias mais recentes e que devem ganhar força daqui para frente incluem um mix de letramento digital, competências específicas da área e também habilidades socioemocionais. Sim, as soft skills estão ganhando ainda mais importância, inclusive e talvez principalmente a comunicação”, afirma Mariana.
- Diversidade e inclusão
O trabalho de atrair e formar pessoas não deve mais ocorrer de forma generalizada, e sim cada vez mais com foco em minorias sociais, como a população negra ou LGBTQ+. Dentre as 154 iniciativas mapeadas no estudo da Endeavor, 59 (38,3%) têm como objetivo a promoção da diversidade no setor.
Essa é uma meta compartilhada pela MovTech, de acordo com Mariana. “A igualdade de oportunidades é um direito humano e não pode ser ignorado em nenhum setor, muito menos em um tão essencial para o futuro quanto a tecnologia. Não tem como pensar em estratégias de impacto social em 2025 sem fazer esses recortes”, diz.
- Educação empreendedora
Mais ações têm se concentrado no lado do empreendedorismo e não apenas da presença no mercado de trabalho. “Ainda que milhares de vagas precisem ser preenchidas, o mercado sempre tem espaço para negócios inovadores, e os efeitos que eles causam refletem em todas as outras iniciativas, pois oferecem novas oportunidades e fortalecem o setor”, comenta a gerente.
A especialista ressalta que o empreendedorismo é um meio importante de geração de renda para muitas pessoas, especialmente em situações de vulnerabilidade social. A empregabilidade e movimentação da economia são consequências positivas que acompanham esse cenário.
- Conexão entre ESG e RH
Todas essas tendências levam as iniciativas a um papel integrativo dentro das empresas. Por um lado, elas trazem novos profissionais e ajudam o RH nos desafios de contratação e capacitação. Por outro, são parte de uma forte agenda ESG no âmbito social, o que é positivo para toda organização.
“Estamos observando cada vez mais consumidores e investidores interessados nos compromissos ESG das empresas. Considerando as necessidades da área de tecnologia, as iniciativas sociais são como resolver dois problemas de uma vez, então é bem provável que esses departamentos trabalhem em conjunto no futuro próximo”, confirma Mariana. “Essa é a maior vantagem dos avanços nesse contexto: o ecossistema se torna sustentável. 2025 promete ser um ano de bastante orgulho se continuarmos trabalhando com esses objetivos e esforços”.
Sobre o Movimento Tech 2030
O Movimento Tech 2030 é uma coalizão de organizações que une forças, recursos e investimentos para promover a inclusão de pessoas de baixa renda e historicamente sub-representadas no setor de tecnologia. Com uma abordagem centrada nos pilares de rede, conhecimento e projetos, o MovTech impulsiona a geração de oportunidades, formação e renda por meio da tecnologia e acredita que o verdadeiro poder da tecnologia não é substituir pessoas, mas qualificá-las para maximizar o que têm de insubstituível. O Movimento é mantido por iFood, Mercado Livre e Instituto Coca-Cola e conta com o apoio de organizações como IBM, Boticário, Oracle, AWS, Instituto Localiza, CI&T e Google. Mais informações: https://www.movtech.org/ .