22 de abril de 2025

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Greentech aponta o papel das empresas na proteção ambiental

Foto: Freepik

Com a ascensão de Trump à presidência dos Estados Unidos, a política verde entrou na mira, tendo sua implementação tanto nas corporações quanto no dia a dia das pessoas sendo veemente combatida pelo governo. Entretanto, é uma orientação que vai contra quem é mais importante, o consumidor, pois em um estudo realizado pela McKinsey no país mais de 60% dos entrevistados disseram que pagariam mais por um produto com embalagem sustentável. Em outra, da NielsenIQ, 78% dos estadunidenses ouvidos disseram que um estilo de vida sustentável é importante para eles.

E quem pensa que este é um movimento exclusivo da terra do Tio Sam, está muito enganado. Segundo pesquisa realizada pela OLX em parceria com a MindMiners 88% dos brasileiros entrevistados preferem marcas sustentáveis para consumir e que quase a metade deles, 49%, já deixaram de comprar um item de alguma marca por considerar que ela não apoia a sustentabilidade e a preservação do meio ambiente o suficiente.

“As empresas são responsáveis por grande parte das emissões de carbono e da geração de resíduos globais, por isso, elas não têm apenas a obrigação, mas também a oportunidade de liderar a transição para um modelo de negócios mais sustentável”, explica Eduardo Nascimento, CEO da Minha Coleta, greentech de gestão de resíduos rastreáveis via blockchain, que atende gigantes como RD Saúde  e Ambev.  

Entre as diversas frentes de atuação, a gestão de resíduos emerge como um passo crítico — e muitas vezes subestimado — na proteção ambiental. De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), o mundo produz mais de 2 bilhões de toneladas de lixo por ano, e sem ações urgentes, esse número pode aumentar para 3,8 bilhões de toneladas até 2050. 

“Os padrões de produção, manejo e reaproveitamento praticamente não mudaram nos últimos anos e a  projeção é de que o lixo nas cidades aumente em dois terços no espaço de 20 a 30 anos”, afirma Nascimento, que teve sua startup elencada no “TOP Open 100 Startups” nos últimos dois anos.

Como transformar esse desafio corporativo em uma vantagem competitiva? 

A má gestão de resíduos tem consequências devastadoras: poluição de solos e oceanos, emissões de gases de efeito estufa e perda de biodiversidade. Para os negócios, os impactos vão além do ambiental — incluem riscos reputacionais, multas e a perda de consumidores cada vez mais conscientes. 

“Os impactos para o planeta são enormes, mas os impactos para o negócio, além dos direitos citados acima, existem indiretos que podem causar grandes problemas para sua empresa como aumento dos preços com escassez dos recursos, redução da produtividade devido a crises climáticas e muitos outros”, afirma Nascimento.  

Economia Circular: do problema à solução  

A transição de um modelo linear “extrair-produzir-descartar” para uma economia circular é a chave para reduzir o desperdício. Empresas líderes já estão adotando estratégias como reutilização de materiais, reciclagem avançada com a transformação de resíduos em novos insumos; e logística reversa.  

“A circularidade não é apenas uma questão ambiental, mas sim um modelo de negócio que gera eficiência e novos fluxos de receita”, pontua o executivo.

Como implementar uma gestão eficiente  

Para o CEO da Minha Coleta, os negócios que desejam avançar na gestão de resíduos, devem seguir o seguinte passo a passo:  

  1. Diagnóstico: Mapear os tipos e volumes de resíduos gerados.  
  2. Metas claras: Estabelecer prazos para redução e reciclagem.  
  3. Parcerias: Trabalhar com cooperativas e startups de tecnologia verde.  
  4. Engajamento: Treinar colaboradores e comunicar ações aos stakeholders.  

Comprometimento no presente para preservar o futuro

No Dia do Planeta, celebrado neste dia 22, a mensagem é clara: a proteção ambiental não é mais uma escolha, mas uma necessidade estratégica. A gestão de resíduos é apenas um dos passos, mas seu impacto reverbera em toda a cadeia de valor. Empresas que se anteciparem não apenas mitigarão riscos, como também conquistarão a confiança de investidores e consumidores.  

“Para além dos riscos, o ESG pode ser uma poderosa ferramenta de ampliação da lucratividade — seja ao transformar resíduos, antes custosos de serem aterrados, em matéria-prima, seja pela economia gerada com o uso consciente de água e energia. Mas, principalmente, para quem realiza logística reversa, existe a oportunidade de se comunicar com uma base de clientes mais engajada e fiel. Muitas empresas ainda tratam o ESG como um checklist do departamento de sustentabilidade, esquecendo que o cliente que se preocupa com o descarte também pode ser uma fonte valiosa de receita, relacionamento e novos modelos de negócio”, finaliza Nascimento.

A pergunta que fica para os líderes empresariais é: Como seu negócio pode fazer parte dessa transformação?  

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