24 de novembro de 2024

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Litoral brasileiro foi o mais afetado por aumento do nível do mar, diz estudo da Organização Meteorológica Mundial (OMN)

Balneário Camboriú – SC / Crédito: Shutterstock

De acordo com o levantamento “O Estado do Clima na América Latina e no Caribe em 2023”, degelo de calotas polares é o responsável pela elevação do nível oceânico

O Estado do Clima na América Latina e no Caribe em 2023” , estudo realizado pela Organização Meteorológica Mundial (OMN), aponta que o ano passado ficou marcado pelo recorde de temperatura e pela maior elevação dos mares já registrada, com destaque para trechos da faixa litorânea brasileira.

De acordo com o professor do Instituto de Energia e Ambiente Universidade de São Paulo (IEE-USP), Michel Michaelovitch Mahiques, o aquecimento do planeta é responsável pela subida absoluta do nível do mar, na medida em que ocorre o degelo das calotas. “Analogamente, nos períodos glaciais, a água fica aprisionada nas calotas e o nível absoluto diminui. Mas, o que é importante observar é que, na maioria das vezes, o que se mede, na linha de costa, é o nível do mar relativo que, além de considerar o volume de água, também a movimentação da crosta terrestre, dentro de outros fatores”. 

O especialista explica que, em muitos casos, a erosão da linha da costa acompanha a subida do nível do mar. Os processos de subida e descida do nível do mar acompanham variações astronômicas, em escalas de dezenas a centenas de milhares de anos, conhecidas como variáveis de Milankovitch. “O que acontece é que, sobre as variáveis de Milankovitch, nos últimos 200 anos, aproximadamente, a ação humana tem introduzido os chamados gases estufa, na atmosfera, o que tem levado a um aumento da temperatura média do planeta e, portanto, à tendência de subida do nível do mar”.

A ocorrência do nível vem provocando efeitos negativos em países como Bangladesh. Superpovoado e com considerável parte do território localizado próximo ao nível do mar, o local sofre com a erosão a salinização dos poços de água e a necessidade de deslocamento de uma parcela maciça da população.

Brasil registra maior alta do nível do mar

Além de contar com características de relevos diferentes nos 270 municípios costeiros e que respondem de formas únicas às variações relativas do nível do mar, o Brasil não contempla de políticas que favoreçam à preservação da faixa litorânea contra processos erosivos costeiros e que, aliados às mudanças climáticas afetam seu estado inicial.

O evento afeta, ainda, a infraestrutura viária próximas às praias. “Muito importante, também, é que, dependendo do relevo, haverá o desaparecimento de manguezais, que são um bioma importantíssimo no ciclo de vida de muitas espécies”, alerta o professor do IEE.

Sobre o IEE USP

O Instituto de Energia e Ambiente (IEE) é um Instituto Especializado da Universidade de São Paulo (USP) com atividades baseadas na pesquisa, ensino e extensão universitária nos âmbitos da Energia e Ciências Ambientais.

A instituição é composta por quatro divisões científicas – Planejamento, Análise e Desenvolvimento Energético; Tecnologia de Sistemas Elétricos; Tecnologia de Petróleo, Gás Natural e Bioenergia; e Gestão, Ciência e Tecnologia Ambiental – responsáveis por aprovar e estabelecer diretrizes para o ensino, a pesquisa e a extensão.

Instituto de Energia e Ambiente da Universidade de São Paulo

www.iee.usp.br

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