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“A osteoporose mais severa, principalmente no adulto jovem, pode ocorrer por causas secundárias, ou seja, pela presença de alguma outra condição que esteja levando à perda óssea, e isso deve ser investigado”, alerta Dr. Leonardo Bandeira, endocrinologista da Associação Brasileira de Avaliação Óssea e Osteometabolismo (ABRASSO).

Entre as principais causas secundárias da osteoporose estão: hipogonadismo (queda de hormônios sexuais); medicações como os corticoides, que são bastante comuns para doenças inflamatórias e sinusites; medicações para tratamento do câncer de mama; doenças endócrinas, como disfunções da tireoide e/ou das paratireoides, diabetes; doenças genéticas; doenças hematológicas, como mieloma múltiplo, leucemia, linfoma; HIV; doenças intestinais; cirurgia bariátrica e déficit nutricional (como nas pessoas que praticam o veganismo e não repõem as deficiências nutricionais, por exemplo).

“Quando falamos em osteoporose secundária no homem, além do hipogonadismo, que é um estado decorrente da queda da testosterona, também não podemos esquecer do etilismo e tabagismo. Hoje em dia vemos muito o chamado hipogonadismo funcional (que é aquele relacionado ao uso de anabolizantes), diabetes e obesidade. Tudo isso leva à perda óssea”, explica Dr. Leonardo.

No caso das doenças endócrinas, o hipertireoidismo (quando a tireoide produz hormônio em excesso), em geral, é uma condição autoimune que, quando não tratado, pode aumentar a reabsorção óssea levando à osteoporose.

Como o diabetes se relaciona com os ossos? No caso do diabetes tipo 1 (aquele que falta insulina e acontece normalmente na infância, adolescência) a queda de massa óssea já é esperada. Entretanto, de acordo com o endocrinologista, no diabetes tipo 2, existe uma massa óssea aumentada, porém esse osso é mais fraco e quebra mais facilmente. “Então, por que que isso acontece? Existem alguns mecanismos: Uma das teorias que tem sido estudada é que produtos da glicose podem se ligar ao colágeno, piorando a qualidade do osso. Então é um ponto para médicos ficarem atentos, pois a massa óssea não é perdida, mas é a qualidade do osso que fica afetada”, comenta o endócrino.

Alerta geral: “Não é normal quebrar osso do nada. Claro, teve um acidente, caiu na moto, ok. Mas se você está andando na rua, caiu e quebrou um osso, isso não é normal, principalmente para uma pessoa jovem. Nesses casos é fundamental consultar um especialista, que deve ter o olhar atento para investigar possíveis causas secundárias da osteoporose”, finaliza Dr. Leonardo.

Sobre a ABRASSO

A ABRASSO, Associação Brasileira de Avaliação Óssea e Osteometabolismo, representa a união das três principais sociedades médicas dedicadas ao estudo da osteoporose e do osteometabolismo no Brasil: SBDENS (Sociedade Brasileira de Densitometria Clínica), SOBEMOM (Sociedade Brasileira para Estudo do Metabolismo Ósseo e Mineral) e a SOBRAO (Sociedade Brasileira de Osteoporose).

Criada em 2011, conta hoje com cerca de 1.500 associados de diversas especialidades médicas, além de outros profissionais da área da Saúde que, juntos, têm a missão de difundir o conhecimento científico, estimular o ensino, a pesquisa e realizar ações preventivas da saúde junto ao público em geral.

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