01 de abril de 2025

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Na Bahia, estudantes criam bala de romã com potencial terapêutico contra gripes

Fotos: Antony Gabriel Porto e Ana Clara

Inspirado em saberes tradicionais, o produto foi testado em laboratório e mostrou potencial para aliviar sintomas respiratórios

As doenças respiratórias fazem parte do cotidiano e podem variar de quadros leves a graves, com sintomas como febre, dor no corpo e inflamação na garganta. Nos três primeiros meses de 2025, a Fiocruz registrou 21.498 casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). Atentas aos impactos dessas enfermidades, as estudantes Ana Clara Guimarães, Lavínia Viana e Erica Rayssa Junqueira, do Colégio Estadual de Tempo Integral Antônio Batista, em Candiba, com orientação do professor Daniel Rocha, criaram uma bala à base de romã para aliviar os sintomas gripais.

Ana Clara explica que a ideia de desenvolver a bala surgiu durante uma epidemia de gripe na cidade. “O que nos motivou foi a alta de casos na época. O hospital estava lotado por atendimentos de infecções virais e alergias na garganta. Para ajudar, decidimos criar algo que pudesse aliviar os sintomas, usando uma receita caseira que vem sendo passada por gerações em nossas famílias. A bala foi desenvolvida com a finalidade de amenizar os sintomas de infecções bucofaríngeas e sintomas da gripe”.

Segundo as jovens cientistas, que contaram com a coorientação de Solimara, a bala contém outros ingredientes que, juntos, promovem ação antibacteriana e anti-inflamatória. “As cascas de romã são ricas em flavonoides e taninos, que formam a base antioxidante do produto. Já a ação antibacteriana é potencializada por ingredientes complementares, como limão, suas cascas, e mel”, afirma Lavínia.

O projeto tem o apoio da Secretaria da Educação (SEC) e passou por diferentes etapas de testes. “A bala foi testada em placas de Petri com meio de ágar, ferramenta de laboratório utilizada para cultivar e estudar microrganismos. Foram realizados testes para avaliar tanto a ação anti-inflamatória quanto a antibacteriana. Após os testes laboratoriais, o produto foi aplicado em pessoas com gripe e tosse seca, além de um teste específico para amigdalite. Todos os resultados foram positivos: os casos de gripe e tosse apresentaram melhora em cinco dias, enquanto o de amigdalite teve melhora em sete dias”, revela Erica.

Bahia Faz Ciência

A Secretaria Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti) estreou no Dia Nacional da Ciência e do Pesquisador Científico, 8 de julho de 2019, uma série de reportagens sobre como pesquisadores e cientistas baianos desenvolvem trabalhos em ciência, tecnologia e inovação de forma a contribuir com a melhoria de vida da população em temas importantes como saúde, educação, segurança, dentre outros. As matérias são divulgadas semanalmente, sempre às segundas-feiras, para a mídia baiana, e estão disponíveis no site e redes sociais da Secretaria. Se você conhece algum assunto que poderia virar pauta deste projeto, as recomendações podem ser feitas através do e-mail ascom@secti.ba.gov.br.

Fotos: Antony Gabriel Porto e Ana Clara

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