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Plataforma do Instituto Trata Brasil passa a oferecer dados sobre impactos de ondas de calor, secas e tempestades nos sistemas de saneamento
 

As mudanças climáticas já são uma realidade, com ondas de calor, secas prolongadas e tempestades intensas afetando diretamente a infraestrutura urbana e a qualidade de vida da população. Diante desse cenário, o Instituto Trata Brasil anuncia uma importante atualização no Painel Saneamento Brasil, ferramenta que reúne informações sobre saneamento básico em mais de 893 municípios do país. Agora, a plataforma também incorpora dados sobre riscos climáticos, permitindo identificar como fenômenos extremos podem impactar os sistemas de água e esgoto em cada município.

Os dados incluídos na plataforma têm como base um estudo do Instituto Trata Brasil, realizado em parceria com a WayCarbon, intitulado “As Mudanças Climáticas no Setor de Saneamento: Como tempestades, secas e ondas de calor impactam o consumo de água?”. A pesquisa considera três tipos de riscos relacionados à oferta de água e ao tratamento de esgoto para a população:

• Tempestades: Podem colaborar para o aumento de sedimentos nos mananciais e sobrecarregar os sistemas de drenagem e de tratamento de esgoto, provocando alagamentos, rompimento de tubulações e contaminação de fontes de água potável;

• Ondas de calor: Podem impactar o volume dos corpos d’água, aumentar a contaminação e a demanda por energia, o que pode prejudicar a população. Também aumentam a demanda por água, pressionando os sistemas que, muitas vezes operam no limite de sua capacidade.;

• As secas meteorológicas: Afetam o abastecimento dos mananciais, reduzindo a disponibilidade de água e levando à necessidade de racionamento, ou ao uso de fontes alternativas, muitas vezes de menor qualidade. Afetam diretamente a população, pois a falta de água limita o acesso aos serviços de saneamento básico e aumenta o risco de transmissão de doenças.

Foram identificados 14 riscos climáticos para o setor de saneamento, cujos níveis podem ser analisados na plataforma, classificados em cinco categorias de risco, considerando de “muito baixo” a “muito alto”.

Tabela 1 – Classificação da modelagem de risco climático

Fonte: ITB / Way Carbon

Luana Pretto, Presidente Executiva do Instituto Trata Brasil, expressa que contemplar informações como essas é essencial para o desenvolvimento de ações que visem a adaptação climática.

“A inclusão de informações sobre riscos climáticos no Painel Saneamento Brasil com dados inicialmente disponíveis para os municípios já presentes e previsão de ampliação para todo o país, é um passo importante para conscientizar e apoiar os tomadores de decisão sobre a relevância da agenda climática no saneamento. Cada vez mais próximos da COP-30, essa é uma oportunidade para colocar o tema no centro das discussões para que haja mais planejamento e investimento nas infraestruturas básicas, protegendo a vida dos cidadãos desses constantes riscos” – finaliza a executiva.