22 de maio de 2025

Quedas em idosos aumentam 11% em 2025 e se tornam principal motivo de emergência entre usuários de serviço de atendimento a pessoas 60+

Foto: Canva

Especialistas alertam para sinais precoces e o impacto emocional das quedas na vida dos idosos

As quedas domésticas continuam sendo um risco silencioso, mas grave, na vida de pessoas com mais de 60 anos. Dados recentes de um levantamento realizado pela TeleHelp, maior empresa de teleassistência do Brasil, apontam que o número de quedas entre idosos aumentou 11% em 2025 em comparação com o mesmo período de 2024. O dado alarmante revela que as quedas se tornaram, pela primeira vez, o principal motivo de acionamento de emergência entre os clientes da empresa, representando 22% do total de ocorrências.

Esse cenário acompanha uma tendência nacional preocupante. De acordo com dados do Ministério da Saúde, o número de atendimentos e internações de idosos em razão de quedas cresceu 17% no Brasil: foram 56.730 registros em 2024, contra 48.393 em 2023. O aumento mais expressivo, porém, foi registrado nos atendimentos ambulatoriais — sem necessidade de internação — que saltaram de 7.410 casos nos dois primeiros meses de 2024 para 18.237 no mesmo período de 2025, um crescimento de 146%. Os números reforçam a gravidade do problema, que já é tratado como questão de saúde pública.

“O aumento expressivo de quedas entre idosos, tanto no nosso serviço quanto nas estatísticas oficiais, confirma que estamos diante de um desafio coletivo. Cada queda não é apenas um acidente, mas um sinal de alerta para o início de possíveis limitações físicas, perda de mobilidade e, principalmente, impacto emocional e social”, destaca José Carlos Vasconcelos, fundador e presidente da TeleHelp.

O banheiro segue como o ambiente mais perigoso, seguido pelo quarto — juntos, esses locais são responsáveis pela maior parte dos acidentes registrados nos últimos dois anos.

De acordo com o Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia, entre os idosos com 80 anos ou mais, 40% sofrem quedas anualmente. Já a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 28% a 35% das pessoas com 65 anos ou mais caem ao menos uma vez por ano — índice que sobe para 42% entre os maiores de 70 anos. Além disso, as quedas são responsáveis por 40% de todas as mortes relacionadas a lesões em idosos.

Nem toda queda é como nos filmes — mas pode ser grave

Segundo especialistas, é importante desmistificar a ideia de que queda só acontece em situações extremas, como tombos em escadas ou tropeços na rua. Na prática, a maioria dos acidentes ocorre dentro de casa e em situações rotineiras, como ir ao mercado, levar o cachorro para passear, levantar rápido demais do sofá, tropeçar no tapete ou se desequilibrar ao alcançar um objeto no armário.

“Às vezes, a pessoa perde o equilíbrio, se apoia, acaba sentando no chão ou caindo de leve, e não valoriza o ocorrido. Mas toda queda precisa de atenção. Mesmo aquelas sem lesões imediatas podem indicar o início de perda de mobilidade ou de outras questões de saúde”, reforça José Carlos.

Como prevenir quedas e quando começar a se preocupar

Entre os principais sinais de alerta estão:

  • Desequilíbrios frequentes ou sensação de tontura.
  • Queda de pressão por banhos muito quentes.
  • Medo de cair ao caminhar ou subir degraus.
  • Fraqueza muscular percebida no dia a dia.
  • Evitar sair de casa.
  • Usar os móveis como apoio constante.

Para reduzir os riscos, a TeleHelp e especialistas em gerontologia recomendam:

  • Manter os ambientes bem iluminados.
  • Remover itens pequenos do chão, como fios, extensões, brinquedos de pets e tapetes.
  • Instalar equipamentos de segurança, como serviço de teleassistência e barras de apoio.
  • Optar por calçados fechados e antiderrapantes.
  • Reorganizar a casa de acordo com o cenário de risco.
  • Praticar atividade física regular, como caminhadas leves e exercícios de equilíbrio.

Teleassistência: impacto direto na saúde pública e privada

Além de garantir mais autonomia, segurança e tranquilidade para idosos e seus familiares, a teleassistência também se apresenta como uma importante ferramenta para o sistema de saúde público e privado. Com o atendimento rápido e remoto em situações de emergência, o serviço contribui para a redução de internações evitáveis, alívio das demandas hospitalares, melhora do bem-estar e prevenção de agravamentos clínicos, o que representa diminuição de custos para os sistemas de saúde e para as famílias.

“Quando a pessoa conta com um recurso de teleassistência, é possível acionar ajuda imediata, minimizar o tempo de resposta e, muitas vezes, evitar complicações graves ou hospitalizações desnecessárias. Isso gera benefícios diretos para o idoso, seus familiares e o próprio sistema de saúde, que lida com menos internações e sequelas graves”, conclui José Carlos Vasconcelos.

O impacto de uma queda na vida de uma pessoa idosa

Além dos danos físicos, as quedas provocam um forte impacto emocional e social. Muitas vezes, após um acidente, a pessoa passa a sentir medo de caminhar sozinha, perde autonomia e, em alguns casos, evita atividades cotidianas, iniciando um processo de isolamento social.

No Brasil, mais de 600 mil idosos fraturam o fêmur todos os anos, sendo 90% desses casos causados por quedas, segundo a OMS. Uma em cada cinco quedas requer atenção médica imediata, e 50% dos idosos que caem terão novos episódios no mesmo ano.

“A queda pode marcar uma nova fase na vida da pessoa. Mesmo que aparentemente leve, ela pode representar o início de limitações, insegurança emocional e até depressão. Por isso, mais do que tratar as consequências, é fundamental trabalhar na prevenção e oferecer suporte imediato quando o acidente acontece”, reforça José Carlos.

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