21 de abril de 2025

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Reabilitação vocal faz a diferença para quem enfrenta desafios na fala 

Crédito: Divulgação / Comunicação Clínica Florence

As abordagens fonoaudiológicas oferecem suporte para o enfrentamento com mais autonomia e bem-estar 

As chamadas situações de vulnerabilidade comunicativa, que envolvem o comprometimento da articulação, qualidade vocal, ressonância, entonação e ritmo da voz, podem ter diferentes causas. Uma delas é de origem neurológica, pois doenças como Parkinson, acidente vascular cerebral (AVC) e esclerose lateral amiotrófica (ELA) costumam comprometer a capacidade de fala, deglutição e expressão verbal, impactando significativamente o comportamento e experiências das pessoas.  

“Um dos principais desafios enfrentados pelos pacientes com sistema nervoso central ou periférico modificado é a questão cognitiva. Isso porque, muitas vezes, as alterações de fala ou linguagem vêm acompanhadas da incapacidade de processar informações e executar as funções de raciocínio, memória, atenção, percepção de mundo, além do nível de consciência”, ressalta Jéssica Moura, fonoaudióloga da Clínica Florence Unidade Salvador. 

A continuidade do laço social é mais um impasse. De acordo com a profissional, as dificuldades ao falar ou ser compreendido pelo outro no dia a dia podem levar a sérios distúrbios psicossociais e emocionais, como transtornos de humor, ansiedade e quadros depressivos. Assim, a reabilitação torna-se essencial para a garantia de mais qualidade de vida.  

“A abordagem fonoaudiológica otimiza e potencializa os aspectos funcionais da comunicação, seja através das bases motoras da fala ou ponto específico da voz. Por meio da avaliação do sistema sensório-motor oral é possível identificar interferências na parte muscular e sensorial, assim como no processo de articulação para enunciar uma sílaba, vogal, palavra, frase e texto”, explica.  

Cuidados paliativos 

Jéssica Moura destaca que, no cenário de cuidados paliativos e de reabilitação, as estratégias da fonoaudiologia visam melhorar as formas de se expressar, perguntar, entender e acessar as informações ditas pelo interlocutor. A comunicação suplementar e alternativa (CSA) utiliza técnicas e recursos, a exemplo de manuais, gestos, símbolos, imagens e letras, para o alcance de tais objetivos.  

No caso de sequelas deixadas pelo AVC, o plano terapêutico foca na retomada da mobilidade, tônus, força muscular dos lábios, língua, boca, véu palatino, laringe, bem como na proteção do pulmão. “Os exercícios buscam efetivar a capacidade de coordenar a respiração com a fala, melhorar o modo como as pregas vocais abrem, fecham e se mantêm estáveis, além de tornar a fala fluente, inteligível, com fonemas articulados e focos de ressonância potencializados”, diz. 

As terapias ainda podem incluir o uso de eletroestimulação, laser e bandagem para trazer de volta a percepção sensorial. A utilização de dispositivos respiratórios também auxilia no desempenho de pessoas com Parkinson, que geralmente encaram a perda da projeção vocal. De acordo com a profissional, neste grupo é comum a disartria hipocinética – caracterizada por som fraco, intenso escape de ar e presença de fendas nas pregas vocais.  

Suporte familiar  

O apoio da família é mais um importante aliado da recuperação vocal. Ao longo do tratamento, além do engajamento para a execução dos exercícios recomendados, o suporte acontece através dos incentivos à comunicação – seja em conversas diárias dentro de casa ou durante convívio social.  

“A assistência também deve prezar pelas oportunidades de fala. Sempre que possível, deixe a pessoa se comunicar. Evite interrompê-la mesmo que a fala esteja bastante prejudicada. Outra dica é, no momento do diálogo, falar forte, pausadamente e olhando na direção do paciente. Essas ações asseguram a percepção de partilha”, orienta a fonoaudióloga da Clínica Florence.  

Sobre a Clínica Florence 

Primeiro hospital de transição de cuidados do Norte/Nordeste a Clínica Florence foi inaugurada em 2017, em Salvador (BA), apresentando uma proposta de internação segura e especializada no atendimento de pacientes em reabilitação intensiva e cuidados paliativos de fim de vida, sendo um marco no tratamento humanizado. 

Em 2021, a instituição iniciou suas operações na capital pernambucana, com capacidade para 76 leitos e seguindo os padrões de excelência reconhecidos pelas famílias que experimentaram o Jeito Florence de Cuidar e atestaram através dos indicadores de NPS (Net Promoter Score (NPS). Recentemente, a Unidade Salvador finalizou sua segunda ampliação, passando a ofertar 94 leitos para a população baiana e das regiões adjacentes.  Com uma estrutura física completa e acessível, a instituição conta com um amplo jardim que possibilita terapias ao ar livre e estímulos sensoriais, estimulando a humanização do cuidado e interações diversas entre pacientes, familiares e amigos.

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