21 de novembro de 2024

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Tendências que devem nortear o consumo global em 2025

Cristiane Soethe, jornalista e especialista em Comunicação Empresarial / Foto: Divulgação

Mudanças no comportamento dos consumidores criam novos desafios e oportunidades para marcas em todo o mundo, aponta relatório da Mintel.

Personalização, comunidade e sustentabilidade estão entre as principais tendências que devem nortear o consumo nos próximos anos, conforme revela o estudo “Global Consumer Trends 2025” da Mintel. A pesquisa destaca como as mudanças no comportamento dos consumidores criam novos desafios e oportunidades para marcas em todo o mundo.

De acordo com o relatório, a evolução das tendências de consumo levará as marcas e os consumidores a um cenário de constante oscilação entre a sensação de controle e a perda desse controle. Cristiane Soethe, jornalista e especialista em Comunicação Corporativa, comenta que essas transformações se refletem em todas as esferas da sociedade. “Estamos vivendo um momento em que as pessoas estão mais conscientes de suas escolhas, e as marcas precisam se adaptar rapidamente a esse novo perfil de consumo. A personalização e a sustentabilidade serão fundamentais para estabelecer uma conexão genuína com o público”, afirma.

Novas dinâmicas no lar

Uma das tendências destacadas no estudo é a transformação do ambiente doméstico. A pandemia de COVID-19 modificou a relação das pessoas com suas casas, tornando-as espaços multifuncionais de bem-estar, trabalho e lazer. Para 2025, o relatório da Mintel aponta que essa dinâmica deve se intensificar, com a demanda por soluções que combinem design funcional e tecnologia prática, como móveis inteligentes ou aparelhos voltados para o bem-estar. Cristiane Soethe observa que a pandemia foi o ponto de virada para o consumo doméstico. “As pessoas querem transformar suas casas em lugares que atendam tanto às suas necessidades de trabalho quanto de lazer, e as marcas que conseguirem oferecer produtos que tragam essa flexibilidade terão grande vantagem. A ideia de pequenas melhorias no lar, sem grandes reformas, deve continuar a crescer”, avalia.

Comunidade e conexão humana

Outro destaque do relatório é a tendência de construção de comunidades híbridas, combinando interações físicas e digitais. A crise de solidão, acentuada pela pandemia, impulsionou uma nova busca por conexões significativas, com consumidores valorizando tanto as relações digitais quanto os encontros presenciais. “As marcas têm a oportunidade de se tornarem facilitadoras dessas conexões. Criar espaços que promovam interações autênticas, seja por meio de eventos físicos ou plataformas digitais, será fundamental”, afirma a especialista. Ela destaca que a criação de experiências imersivas, com foco no engajamento genuíno, será um diferencial. “O consumidor quer mais do que produtos, ele busca vivências que gerem valor.”

Tradição e inovação

O relatório também explora o conflito entre tradição e inovação no comportamento dos consumidores. Enquanto questões globais, como mudanças climáticas e desigualdades sociais, estão forçando as pessoas a repensarem suas prioridades, muitos consumidores ainda buscam preservar valores tradicionais. Segundo Cristiane, as marcas que conseguirem equilibrar inovação e autenticidade terão maior sucesso. “Os consumidores estão mais atentos às práticas das empresas e querem ver um compromisso real com a sustentabilidade, sem abrir mão de certos valores. As marcas precisam ser transparentes em suas ações e responsáveis em suas práticas”, explica.

Sustentabilidade radical

A sustentabilidade, que já é uma demanda crescente, deve se intensificar nos próximos anos. O relatório da Mintel prevê que as marcas terão que adotar uma postura proativa e até radical em relação ao meio ambiente. Isso inclui desde práticas sustentáveis em toda a cadeia produtiva até o desenvolvimento de produtos completamente biodegradáveis. “Não basta apenas reduzir o impacto negativo; as marcas precisam se envolver de forma ativa com as questões ambientais. Empresas que adotarem essa postura terão uma conexão mais forte com os consumidores, que estão cada vez mais conscientes e exigentes”, destaca Cristiane.

O papel da inteligência artificial

Por fim, a personalização da experiência do consumidor, impulsionada pela inteligência artificial (IA), também será uma tendência marcante. A IA permitirá que as marcas criem jornadas de consumo personalizadas, mas o relatório alerta para o desafio de manter um equilíbrio entre automação e conexão humana. “A IA pode otimizar a experiência do cliente, mas é fundamental que as marcas não percam o toque humano. A transparência no uso de dados e a humanização das interações serão essenciais para evitar que o consumidor se sinta alienado”, conclui Cristiane.

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