Por Camilo Barros*
O formato é 20 vezes mais compartilhado pelos membros da rede do que qualquer outro tipo de conteúdo
O LinkedIn não é a primeira – e provavelmente nem a segunda – plataforma digital que vem à mente de um profissional de marketing, quando o objetivo é veicular uma campanha publicitária em vídeo. Hoje, TikTok, Instagram e YouTube são destino de dez entre dez anúncios no formato, mas a rede de relações profissionais não deve ser desprezada, e por vários motivos, a começar por seus 930 milhões de usuários – com 63 milhões deles no Brasil.
Mas é a combinação de comportamento e perfil dos membros do LinkedIn que revelam o potencial da rede a ser explorado pelas marcas. Um estudo recente da própria empresa revelou que os usuários do LinkedIn têm 20 vezes mais disposição de compartilhar um vídeo na plataforma do que qualquer outro tipo de postagem – seja em texto, foto, enquete ou infográfico.
Embora seja um formato relativamente novo no LinkedIn, e não funcione da mesma forma que outras plataformas digitais, a rede é altamente eficaz quando se pretende engajar o público de uma marca. Posts com vídeos têm, em média, o triplo do engajamento das publicações apenas com texto.
No quesito ‘qualificação do público’, pode-se dizer que o LinkedIn está muito bem na foto. A geração Y – formada por pessoas nascidas entre 1981 e 1996, também conhecidas como millennials – é o maior grupo demográfico da atualidade. Essas pessoas, entre 26 e 41 anos, representam 50% da força de trabalho no país. Mais que isso: estão em maior número entre os tomadores de decisão B2B e, por fim, estão, em massa, no LinkedIn.
A predileção por consumir e compartilhar vídeos entre os usuários das redes sociais – e também do LinkedIn – tem ligação com a natureza humana. A máxima de que uma imagem vale mais do que mil palavras continua valendo. Ao estimular os sentidos da visão e audição, conteúdos em vídeo estabelecem conexões emocionais com o público. O marketing de vídeo capta a atenção do público como nenhum outro meio, entretendo, educando e emocionando.
As conexões feitas por meio do vídeo permanecem por mais tempo após a visualização e preparam o terreno para a construção de um relacionamento de longo prazo com um cliente potencial. Parte dos visitantes de uma rede social se transforma em cliente porque opta por sua empresa de maneira lógica. Outra boa parte, porém, é movida por uma conexão emocional. A busca de razões lógicas é feita só depois, para apoiar a escolha.
Produzir vídeos atraentes e que funcionem no LinkedIn estão entre os principais desafios dos profissionais de marketing nos dias de hoje. Apenas 12% deles sentem que estão usando todo o potencial do vídeo em seu trabalho, segundo a pesquisa Marketing de Conteúdo e Storytelling Visual de 2022, realizada pelo Content Marketing Institute. Vídeos explicativos e de bastidores podem ser um excelente ponto de partida, assim como histórias de marcas, entrevistas com especialistas e notícias sobre tendências do setor. Mas esse tipo de diretriz está longe de resolver o problema.
A boa notícia é que a tecnologia, e mais precisamente a Inteligência Artificial, permite que os profissionais de marketing alcancem níveis muito mais profundos de diagnóstico e orientação sobre suas peças criativas. Os algoritmos de visão computacional permitem que se saiba, com base em dados, quais elementos criativos impactam de maneira positiva, e quais de maneira negativa – na performance de um vídeo.
*Camilo Barros é VP de Parceria com Clientes da VidMob para a América Latina, especialista em Liderança em Inovação pelo MIT e sócio do Institute for Tomorrow