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Em 2022, 756 acidentes como choques e incêndios foram registrados no Brasil. Dicas simples diminuem os riscos.
Durante todo o mês de agosto, uma campanha de conscientização sobre os riscos de acidentes relacionados à eletricidade está sendo difundida no país. O motivo? De acordo com a Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee), foram registrados 756 acidentes envolvendo a rede elétrica no Brasil apenas em 2022. Desses casos, 270 fizeram vítimas fatais.
“Agosto Vermelho” faz parte da 17ª Campanha Nacional de Segurança para a Prevenção de Acidentes Elétricos. O objetivo é mostrar por que os acidentes envolvendo a rede elétrica são tão perigosos, como eles acontecem e de que maneira é possível evitá-los.
Ainda segundo a Abradee, a maioria dos acidentes envolvendo eletricidade acontece durante a construção ou a manutenção predial, por causa da presença de cabo energizado no solo. Furto de condutores ou de equipamentos de energia, ligações elétricas clandestinas e incidentes com máquinas e equipamentos agrícolas completam a lista.
Energia elétrica: os 3 acidentes mais comuns como se proteger deles
Queimaduras, explosões, danos a equipamentos eletroeletrônicos, eletrocussões, interrupções de energia… a lista de problemas que a eletricidade pode causar é extensa. Dentre todos os acidentes que podem ser causados pela energia elétrica, os 3 mais comuns são: choque elétrico, incêndios de origem elétrica e mortes por descarga atmosférica.
1) Choque elétrico
O choque elétrico é o que acontece quando uma corrente elétrica passa pelo ser humano. Quando uma pessoa entra em contato com a eletricidade, o próprio corpo passa a ser o fio condutor de energia, o que pode trazer consequências graves para a saúde.
Em muitos casos, o choque elétrico não causa morte, mas diversas consequências negativas. Conforme a eletricidade passa pelo corpo, ela causa queimaduras que podem ter diferentes graus de intensidade dependendo da potência. Quando atinge o coração, pode levar a uma parada cardíaca.
Além disso, quem leva um choque elétrico tem, no mínimo, um pequeno susto. Se isso acontece quando a pessoa está em um local alto ou perigoso, o risco de cair e se machucar é grande.
Ferramentas como o detector de tensão são grandes aliadas na prevenção de acidentes envolvendo eletricidade. Este item identifica se há alguma tensão elétrica sem que a pessoa precise testar manualmente. É só aproximar o detector que ele vai checar se há uma carga muito elevada.
2) Incêndios de origem elétrica
Os incêndios de origem elétrica normalmente, estão relacionados à sobrecarga de energia. De acordo com a Associação Brasileira de Conscientização dos Perigos da Eletricidade (Abracopel), só em 2020 foram registrados 583 incêndios por sobrecarga no país.
A sobrecarga acontece quando se coloca mais carga do que o aceitável em um circuito. O resultado disso é o aquecimento do fio e, consequentemente, um incêndio. Na maioria das vezes, isso ocorre dentro da própria casa. Ligar vários aparelhos em uma extensão conectada a uma única tomada é um dos maiores exemplos de coisas simples que podem levar a um incêndio por sobrecarga.
Incêndios de origem elétrica também podem ser desencadeados por problemas na instalação interna do equipamento. Isso é comum quando pessoas que não entendem de eletricidade fazem a instalação por conta própria. Um pequeno erro, por menor que seja, pode acabar comprometendo todo o funcionamento e ocasionando o incêndio.
Uma dica de ferramentas que diminuem o risco de acidentes é a fita isolante. Por ser feita de materiais que não conduzem eletricidade, evita que a corrente elétrica passe de um fio para outro, o que poderia levar a um incêndio. É importante ficar atento, pois uma fita isolante de má qualidade pode causar o efeito inverso e favorecer o incêndio.
3) Mortes por descarga atmosférica
A descarga atmosférica surge a partir do acúmulo de cargas elétricas. O maior exemplo são os raios. De acordo com levantamento feito pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) em 2021, o Brasil é o país com maior incidência de raios no mundo, com cerca de 77,8 milhões de descargas por ano. Além disso, é o 7º país com mais mortes causadas por raios.
Ao contrário do que diz a crença, um raio pode sim cair duas vezes no mesmo lugar. Porém, um único raio já é o suficiente para fazer um grande estrago. A intensidade elétrica de um raio é de cerca de 20 mil amperes. Para ter noção, um chuveiro elétrico usa em torno de 20 a 30 amperes. Ou seja: se um choque causado por um curto no chuveiro já pode ser perigoso, o de uma descarga atmosférica é mil vezes mais. Ao ser atingido por um raio, o corpo sofre com os mesmos efeitos de um choque elétrico, mas em intensidade bem maior.
Ferramentas manuais elétricas: regras de segurança podem evitar acidentes
Usadas em ambientes de trabalho, mas também muito comuns dentro de casa, ferramentas elétricas como furadeiras, serras, esmerilhadeiras e marteletes também podem levar a acidentes sérios quando manuseadas errado.
O cuidado mais básico, e que a maioria das pessoas não segue, é ler o manual de instruções. Apesar de parecer perda de tempo, é nesse pedaço de papel que se encontram todas as informações necessárias sobre as ferramentas que serão utilizadas, desde a sua voltagem até as normas de segurança específicas de cada produto.
Também é importante checar se a voltagem das ferramentas manuais elétricas é a mesma da tomada. As voltagens mais utilizadas são 110V, 127V e 220V. Colocar equipamentos de 127V em tomadas 220V, por exemplo, pode fazer com que eles queimem, já que a corrente distribuída será muito maior do que a suportada. Além de danificar as ferramentas, há um alto risco de acidentes.
Além de prolongar a vida útil das ferramentas, cuidar bem dos fios é uma forma de se proteger de acidentes . Segurar o equipamento pelo cabo, dobrá-lo muitas vezes e guardar de qualquer jeito são algumas situações que danificam a passagem de energia, aumentando os riscos. Uma dica extra é não cortar e nem tentar consertar os fios por conta própria. O ideal é sempre pedir para que um profissional faça os consertos necessários.
Não é recomendado usar ferramentas elétricas em locais úmidos com as mãos molhadas. O corpo humano não é um bom condutor de energia, mas a presença de água aumenta sua capacidade de condução, aumentando o risco de choque.
Por fim, para evitar acidentes com ferramentas elétricas, o ideal é não forçar o seu uso. Se o equipamento já está velhinho e não funciona como antes, o mais indicado é levá-lo para o conserto (que deve ser feito por um especialista). Caso não tenha jeito, é hora de aposentá-lo.