Cada vez mais em pauta, a palavra “Burnout” tem sido usada para designar um estado de esgotamento mental, que causa sintomas como cansaço, desânimo, desgaste emocional e estresse. Já para quem tem filhos, o problema é ainda pior, já que o acúmulo de tarefas profissionis, junto com as responsabilidades de ser pai e mãe, é uma das causas mais comuns para o chamado Burnout Parental.
Uma pesquisa realizada pela Universidade de Ohio mostrou que a maioria das pessoas com filhos menores de 18 anos já sofre com o Burnout Parental, onde 66% dos entrevistados apresentam sinais desse quadro de esgotamento mental. O estudo também apontou que as mulheres são as principais vítimas do mal, totalizando 68% dos casos. A prevalência do problema entre o sexo feminino acontece devido à maior cobrança social das mães, com relação aos cuidados dos filhos.
“O Burnout Parental está muito relacionado com uma relação desgastada e aversiva contínua dos pais com seus respectivos filhos, que costuma ter como consequência um estresse enorme”, diz Filipe Colombini, psicólogo, orientador parental e CEO da Equipe AT. “Entre os principais sinais do problema estão a falta de engajamento com a paternidade, o isolamento, a apatia e a tristeza, além de sintomas físicos nesses pais como, por exemplo, o enfraquecimento do sistema imunológico”, conclui.
Esse tipo de esgotamento mental também traz consequências que atingem a vida dos pais como um todo. “Além de um estado de irritabilidade constante, quem sofre de Burnout Parental também costuma se sentir culpado pela convivência ruim com seus filhos, culminando em um estado de isolamento e baixa regulação emocional. Isso desgasta o relacionamento do casal e afeta os vínculos pessoais de forma geral”, afirma o psicólogo.
Além disso, é claro que as crianças também são afetadas por esse estado constante de estresse que envolve a relação familiar. “Tanto a falta de engajamento quanto a maior irritabilidade faz com que os pais percam o interesse pela paternidade e se tornem mais agressivos com os filhos, o que afeta de forma extremamente negativa o desenvolvimento saudável dos pequenos e pode, até mesmo, acarretar complicações psiquiátricas”, explica o orientador parental.
Quando identificado, o essencial é que o Burnout Parental seja tratado a partir de uma maior comunicação entre a família. “Os pais, sejam casados ou não, devem buscar compreender melhor quais são as causas do problema e, é claro, procurar ajuda profissional para resolver a situação”, diz o especialista. “Além da terapia em consultório e do acompanhamento psiquiátrico, o Acompanhamento Terapêutico, conhecido como AT, por ser uma modalidade de terapia psicológica que atende fora do consultório, acessa diretamente o ambiente da família e tem mais assertividade no tratamento”, conclui.
Mais sobre Filipe Colombini: psicólogo, fundador e CEO da Equipe AT, empresa com foco em Acompanhamento Terapêutico (AT) e atendimento fora do consultório, que atua em São Paulo (SP) desde 2012. Especialista em orientação parental e atendimento de crianças, jovens e adultos. Especialista em Clínica Analítico-Comportamental. Mestre em Psicologia da Educação pela Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP). Professor do Curso de Acompanhamento Terapêutico do Grupo Interdisciplinar de Estudos de Álcool e Drogas – Instituto de Psiquiatria Hospital das Clínicas (GREA-IPq-HCFMUSP). Professor e Coordenador acadêmico do Aprimoramento em AT da Equipe AT. Formação em Psicoterapia Baseada em Evidências, Acompanhamento Terapêutico, Terapia Infantil, Desenvolvimento Atípico e Abuso de Substâncias.