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Repousos de curta duração estão associados ao aumento do risco de infarto e AVC.

Os diferentes estímulos, a correria do dia a dia, o uso excessivo da tecnologia, maus hábitos e o estilo da vida moderna estão impactando o sono e consequentemente a saúde do brasileiro. De acordo com a pesquisa Acorda Brasil, realizada pela Persono em parceria com a consultoria Unimark/Longo, 57% dos entrevistados estão dormindo menos ou convivendo com um descanso ruim e dados da Associação Brasileira do Sono destacam que 60% da população dorme menos de 7 horas por noite.

É recomendado que um adulto durma entre 7 e 9 horas por dia e o sono de qualidade é um dos grandes responsáveis pelo funcionamento e limpeza do organismo, além do ajuste natural do relógio biológico, consolidação da memória, regulação do humor e liberação adequada de hormônios. “Quem dorme pouco acorda cansado, sem disposição e irritado”, salienta João Gallinaro, psiquiatra especialista em sono.

O The Sleep Heart Study concluiu que repousos de curta duração aumentam o risco de infarto e AVC e por isso um sono eficiente é aliado na prevenção de doenças. Para o médico, acordar durante a noite é comum desde que não aconteça com frequência. “Se o despertar acontece muitas vezes, não é possível voltar a dormir em seguida e há prejuízo na sensação de descanso, isso pode ser um problema”, explica.

Há muitos fatores que podem atrapalhar a manutenção do sono, entre eles insônia, apnéia, refluxo e influências externas. “Ruídos, temperatura inadequada do quarto e iluminação excessiva podem impactar diretamente a qualidade do sono”, orienta. “O ambiente adequando para dormir deve se parecer com uma caverna: escuro, silencioso e ligeiramente frio”, completa o psiquiatra.

Alguns hábitos, realizados com regularidade, podem piorar o retorno à cama depois de um despertar. “Qualquer atividade que não favoreça o sono deve ser evitada porque apenas estimulará o cérebro, fazendo com que voltar a dormir seja mais difícil”, elucida. João lista três coisas para não fazer quando despertar durante a noite, confira:

Ligar a TV: o seu cérebro vai ficar ativo assistindo um filme ou o episódio da sua série favorita. “A luz emitida pelo aparelho também vai comprometer a produção de melatonina, hormônio que auxilia o sono e atinge seu ápice durante a madrugada, e a oscilação de volume causará ruídos prejudiciais para dormir bem”, argumenta o especialista.

Usar o celular: além dos impactos da luz azul, emitidos pelo smartphone, o seu cérebro sairá do estado de calmaria e será ativado para consumir cada vez mais estímulos, principalmente se a pausa noturna resultar em navegação pelas redes sociais, consulta de e-mails e mensagem e visualização de vídeos. “Também é necessário perceber os sentimentos ocasionados no momento que está utilizando o celular, como o aumento da ansiedade, tensão, apreensão e preocupação, contrários aos necessários para pegar no sono”, reforça.

Fazer atividades pela casa: “você não vai voltar a sentir sono lavando a louça, realizando a faxina ou organizando a bagunça. Opte por ações que favoreçam seu sono, mais calmas, que mantenham seu estado de relaxamento”, finaliza.