Condição é quatro vezes mais incidente em mulheres negras do que em mulheres brancas, segundo Ministério da Saúde
Segundo a Sociedade Brasileira de Reumatologia, existem cerca de 65 mil casos de lúpus no país, sendo a maioria em mulheres. Artistas como Selena Gomez e Lady Gaga são diagnosticadas com a doença autoimune, Gomez já precisou passar por um transplante de rim por conta da condição. Durante fevereiro, campanhas de conscientização, combate, prevenção e diagnóstico precoce destacam o lúpus, a leucemia, a fibromialgia e o mal de Alzheimer por serem quatro doenças crônicas que não têm cura.
O Lúpus Eritematoso Sistêmico é uma doença inflamatória que pode atacar os tecidos dos órgãos e ocasiona dores musculares e artríticas, anemia, fadiga, febre, mal estar, além de erupções escamosas ou manchas vermelhas na pele. Por mais que as manchas e erupções na pele gerem um estigma estético, o lúpus não é uma doença contagiosa, ou seja, não pode ser transmitida de uma pessoa para outra.
A doença pode ser agravada pela exposição ao sol, que deve ser evitada com chapéus e óculos, por exemplo. Levi Jales Neto, reumatologista na Rede de Hospitais São Camilo destaca alguns fatores que podem ocasionar o lúpus.
“Não existe uma causa específica para o lúpus, como a maioria das doenças autoimunes, estudos apontam que as causas estão relacionadas com fatores hormonais, infecciosos, ambientais e genéticos. Dentre eles, a exposição excessiva à luz solar, traumas emocionais e infecções virais como o covid podem desencadear a doença”, explica ele.
De acordo com o Ministério da Saúde, o lúpus, além de ser mais comum em mulheres, prevalece mais comum em populações afro-americanas, hispânicas e asiáticas, sendo até quatro vezes mais incidente em mulheres negras do que em mulheres brancas. “A doença afeta mais pessoas entre 15 e 40 anos, mas pode ser diagnosticada em qualquer idade”, afirma o especialista.
Desmistificando o cuidado com o Lúpus
O tratamento para a condição autoimune é feito com antiinflamatórios, corticóides e imunossupressores, sendo essencial consultar um reumatologista para diagnosticar e iniciar o tratamento correto para o lúpus. Além disso, Neto ressalta que não existe um exame específico para a doença, porque cada paciente a manifesta de forma diferente, no entanto, um exame físico ou um hemograma completo pode indicar sinais da doença.
Por mais que não haja uma causa específica para a condição, o reumatologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo lista algumas formas de prevenir o lúpus e outras condições, como:
- Evitar a exposição excessiva ao sol sem proteção;
- Prezar por uma alimentação balanceada;
- Atividade física aeróbica regular;
- Medidas de controle de fatores emocionais;
- Estar atento a sintomas como manchas que podem aparecer na face, porque podem ser um sintoma do lúpus.
“Para o paciente diagnosticado, é preciso o acompanhamento frequente e a medicação em períodos de crise por se tratar de uma doença crônica, assim como em casos de mulheres que desejem engravidar, o ideal é optar pelo período de remissão das crises para isso. Com o acompanhamento correto, a pessoa portadora do lúpus pode alcançar uma boa qualidade de vida”, finaliza o reumatologista.
Sobre a Rede de Hospitais São Camilo
Especializada na assistência em saúde baseada em valor, a Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo conta com 5 unidades, que prestam atendimentos em mais de 60 especialidades, cirurgias de alta complexidade e transplantes de medula óssea. São 3 unidades de hospital geral, 1 especializada em oncologia e 1 em reabilitação e cuidados paliativos. A Rede conta também com um Núcleo de Pesquisa Clínica que é referência no país, sendo considerado Top Recruitment – o maior recrutador de pacientes com mais de 40 estudos patrocinados na área de Oncologia.
Os hospitais privados da Rede subsidiam as atividades de cerca de 40 unidades administradas pela São Camilo e que atendem pacientes do SUS (Sistema Único de Saúde) em 15 Estados brasileiros. No Brasil, desde 1922, a Sociedade Beneficente São Camilo, que pertence à Ordem dos Ministros dos Enfermos, foi fundada por Camilo de Lellis e conta, ainda, com 25 centros de educação, dois colégios e dois centros universitários.