Em escala mundial, até 2026, 30% das organizações do mundo terão produtos e serviços prontos para a tecnologia
É nítido que a pandemia do coronavírus acelerou a necessidade das empresas abraçarem a transformação digital em seus negócios. De acordo com a pesquisa Global da Mckinsey 8 entre 10 companhias estão direcionando seus esforços para abraçar a transformação digital em seus negócios. Com isso, a busca por novas tecnologias como as aplicações de Inteligência Artificial cresceu consideravelmente e com o metaverso não tem sido diferente.
Segundo a Boston Consulting Group (BCG), o metaverso deve movimentar cerca de U$ 400 bilhões até 2025. Confirmando a estimativa, o relatório da empresa de consultoria em tecnologia, Gartner apontou que até 2026, 25% das pessoas passarão pelo menos uma hora por dia no metaverso para trabalho, compras, educação, social e/ou entretenimento. Em escala mundial, a instituição estima que até 2026, 30% das organizações do mundo terão produtos e serviços prontos para a tecnologia.
Considerando este cenário cada vez mais digital, as organizações começaram uma verdadeira corrida para se inserirem no metaverso que, de acordo com dados de institutos de pesquisas, já tem conquistado milhões de brasileiros. Segundo último levantamento feito pelo Kantar Ibope Media, 5 milhões de brasileiros já estão no metaverso, seja comprando em lojas ou participando de algum evento, salas de aula e até mesmo trabalhando em escritórios virtuais.
Na indústria não tem sido diferente, a gigante Microsoft, autoridade em soluções para trabalho, tem apostado alto na tecnologia e defende seu uso para aumentar o crescimento econômico, bem como a gestão de recursos naturais, algo que a Kavasaki tem feito. A multinacional está projetando e construindo automação em suas instalações para maior celeridade nos processos, para isso, vem utilizando a ferramenta para conectar sua linha de produção (padarias, logística, transportes, rastreabilidade) visando ser mais eficiente no uso de água e energia de resíduos, por exemplo.
Diante deste cenário repleto de possibilidades, é importante que os profissionais mudem sua mentalidade e passem a ressignificar a carreira, analisar o quanto sua profissão mudou, abrir a mente para este novo ambiente e assim abraçar as oportunidades de trabalho no metaverso.
Considerando o espaço digital da tecnologia, abrem-se possibilidades. Por exemplo: por meio de avatares dentro do ambiente, funcionários podem fazer suas reuniões em vez de utilizarem plataformas como Zoom ou Google Meet. Contudo, para Kenneth, as oportunidades vão além. “É muito importante que as pessoas entendam que a possibilidades do mercado de trabalho dentro do metaverso não se resumem apenas aos encontros entre colaboradores em reuniões, pelo contrário, existe mercado para diretores de eventos, estilista de moda digital, professores e muito mais”, explica.
Novas possibilidades de trabalho
- Desenvolvedores de avatares
Profissionais que trabalham com a personalização de avatares para indivíduos e empresas. Para essa função são desejáveis conhecimento em programação e design, experiência em realidade aumentada e 3D.
- Estilista de moda digital
Com o crescimento dos NFTs, surgem oportunidades para estilistas, que precisam se especializar em ferramentas de design, desenvolvendo produtos, sejam roupas para os avatares, seja acessórios. De uma forma geral o trabalho do profissional é o mesmo, o que muda é o cenário, ao invés de criar roupas de tecidos cria-se em bytes, onde as pessoas poderão utilizá-las nos seus avatares, em experiências digitais imersivas.
- Diretor de eventos
Considerando a possibilidade de alcance muito maior que num evento físico, os diretores de eventos conquistam espaço para promover eventos e shows virtuais, recepcionar as pessoas, garantir a presença síncrona de todos, e cuidar do roteiro destas experiências nos eventos.
- Professores
Com as aulas remotas, durante o período de isolamento social, o EAD ganhou mais espaço e já é realidade em muitos cursos e instituições. Se os professores demoraram muito tempo para se adaptar a essa modalidade, com as perspectivas do uso metaverso na educação, já é aconselhado que estes profissionais se antecipem para entender e dominar os recursos da tecnologia, para então ensinar os alunos.
- Storyteller/roteiristas
Estes profissionais serão responsáveis por criar histórias que aconteçam dentro de espaços imersivos, através de narrativas capazes de entreter o público virtual e ao mesmo tempo estimular diferentes sensações como, por exemplo: visão, audição, tato e agora olfato, só para paladar que ainda não existe solução.
- Digital Manager
Este profissional será responsável por coordenar uma equipe multidisciplinar que levará as marcas para dentro de ambientes imersivos, sendo considerada atualmente uma das mais importantes profissões, inclusive já conta com vagas disponíveis em portais de vagas.
Vale lembrar que essas são apenas algumas das oportunidades de trabalho no metaverso. E, para quem tem interesse em trabalhar neste ambiente, o próximo passo é colocar a mão na massa, conforme alerta Kenneth. “É muito importante que os profissionais se atentem que todas as profissões estão em constante transformação, muitas até já foram extintas, imagina o que vai acontecer nos próximos 10? Portanto, quem deseja estar à frente precisa se preparar”, conclui.
Kenneth Corrêa – Diretor de Estratégia da 80 20 Marketing e especialista em negócios digitais, novas tecnologias, marketing, inteligência competitiva e Metaverso. Professor de MBA da FGV, professor e palestrante pela Digital House e Por Exemplo. Há 15 anos desenvolve e monitora projetos de marketing e tecnologia, atendendo empresas como: Suzano, Thermo Fisher Scientific, Elanco Saúde Animal e Mosaic Fertilizantes.